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PRECONCEITO E SUA INFLUENCIA NA ADOÇÃO

Por:   •  12/5/2017  •  Artigo  •  1.659 Palavras (7 Páginas)  •  249 Visualizações

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

CAMPUS BARRA

CURSO DE DIREITO

PRECONCEITO E SUA INFLUÊNCIA NA ADOÇÃO

BRUNA MACEDO

RESUMO

  A adoção é o ato jurídico de uma pessoa ou um casal assumir ser o responsável legal do adotado, por não serem os pais biológicos do mesmo. Quando a adoção ocorre, os direitos dos pais biológicos do adotado passam a ser dos pais adotivos. No Brasil, a adoção é regida pelo Código Civil e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

 Além da questão técnica que envolve a adoção, há a questão psicológica pois, na maioria das vezes, estamos tratando de uma criança, e mesmo que o adotado não seja mais criança, para o mesmo estar para a adoção, com certeza houve histórias que implicam na saúde psicológica do adotado. E para que isso seja superado, há o envolvimento da Psicologia Jurídica, que visa a saúde mental da pessoa a ser adotada, e analisa e ajuda na formação de uma família harmônica e saudável, formando assim, uma integração dinâmica à família.

Porém, há um grande problema na adoção no Brasil: a presença do preconceito. E isso implica no andamento do processo de adoção, pois a maioria dos casais querem filhos brancos e novos, enquanto os abrigos têm como maioria jovens e negros. E isso resulta na superlotação dos abrigos, que geralmente não têm renda suficiente para manter todas as crianças; e a fila de adoção fica cada vez maior, por causa da preferência dos genes dos futuros filhos, e também, por causa de preconceito com outro tipo racial.

 O objetivo da temática abordada é: acabar com o preconceito. O preconceito na esfera da adoção tem gerado muitos problemas que vão do financeiro até o psicológico, e na maioria das vezes é por não haver muita aceitação de crianças já um pouco mais velhas e negras. Esse fato vem diminuindo, mas ainda é bastante presente. Sem o preconceito, os abrigos vão ter maior condição de suportar a quantidade de crianças, e a fila da adoção vai diminuir, assim, aliviando também o lado do judiciário.

PALAVRAS-CHAVE

Preconceito; Adoção; Abrigos; Crianças; Psicológico.

  1. INFLUÊNCIA NA CRIANÇA

 Como o principal problema do tema abordado é o preconceito, e o preconceito é diretamente relacionado à criança, mencionar o que isso tudo causa à pessoa que está para adoção é fundamental. A criança fica em um abrigo esperando uma família para qual a mesma possa ter um bom ambiente familiar, consequentemente uma vida boa e equilibrada. Mas quando acontece de a criança ser negra, a mesma sente muita rejeição pois apenas 37,57% das pessoas que estão na fila para adoção tem preferência por filhos adotivos negros.

  1. ORIGEM E CONSEQUÊNCIA DO PRECONCEITO

Os números não enganam: apenas 37,57% das pessoas que pretendem adotar preferem crianças mais velhas e negras. Por mais que recentemente tenha tido uma elevação de 3,4% no número de pretendentes indiferentes à raça, os abrigos continuam lotados.

 A razão desse preconceito pode ser de esfera social, contexto histórico, cultura... Mas a principal que gera o maior preconceito da parte dos futuros pais é: Não querer que o filho pareça adotado. Que fique de acordo com os genes da família biológica, que não seja diferente. E não pode ser diferente porque pessoas podem comentar, porque os outros discriminam, até mesmo a própria família dos pais adotivos... Enfim, o preconceito tem inúmeras origens. Mas independente disso, os abrigos continuam cheios e a fila para adoção continua grande. Duas coisas que têm relação, mas que se impedem de evoluir por conta do tal preconceito.

Silveira (2002, p.65) alega que:

quando indagados acerca da cor/etnia da criança desejada, apenas 1,4% dos cadastrados revelaram que, particularmente, esse fator não era importante. Para a autora, esse aspecto conduz a hipótese de que, os traços raciais dos sujeitos são considerados como um poderoso instrumento de elegibilidade no âmbito das adoções”.

 As diferenças físicas entre pais e filhos evidenciam a percepção da descontinuidade biológica e põe à prova a confiança na estabilidade da relação. A criança pode testar os pais para ver a consistência do vinculo com a família. Isso acontece também pelo medo da criança de ser abandonada novamente... O que acontece em alguns casos... Percepções absurdas comuns na sociedade existem, como: “você não sabe a herança genética dessa criança, ele pode matar todos vocês”, “ela será prostituta como a mãe biológica”, “ele tem psicopatia (criança de 2 anos, absolutamente normal)”. Alguns casos de pais, que não podiam ter filhos, fazem a adoção, conseguem ter filhos e abandonam novamente o adotivo, a criança é abandonada duas vezes.

Algo importante é trabalhar com a criança a questão do racismo existente na nossa sociedade. Não podemos ignorar que convivemos com o racismo. A conscientização dos pais quanto a este tema e seu enfrentamento dentro da realidade são essenciais para que eles possam ajudá-la neste processo.

 Portanto, devemos encarar o racismo, afinal, é bastante existente na sociedade, mas não devemos aceitar a influência do mesmo nas decisões fundamentais. Principalmente na adoção, pois, como citado no parágrafo anterior, há casos que a família adota e devolve a criança para o abrigo, como se a mesma fosse um objeto. E, com certeza, isso é fruto de algo originado (ou até mesmo diretamente) do racismo. E como uma das principais preocupações do trabalho, poupar a saúde mental da criança, pois a mesma com certeza já passou por experiências não comuns para a sociedade “normal”, e sofrer sendo rejeitada é pior ainda.

  1. INFLUÊNCIA DO PRECONCEITO NOS PAIS

Após o processo de adoção, o adotado carrega com ele uma história de vida que, geralmente, envolve o sentimento de medo. E esse sentimento ainda existe, mas existe na forma de ser abandonado de novo. Um dos maiores medos do adotado é ser abandonado novamente, pois há o receio de que a história que aconteceu com o mesmo se repita, portanto, há a necessidade de exterminar da mente dos pais o principal tema do trabalho: o racismo. A relação do racismo com o medo da criança não é tão direta, mas se pararmos para analisar, a relação é que, tendo a influência (por meio social, mídia, etc...) do preconceito para com os pais, pode haver uma instabilidade emocional e psíquica nos pais, podendo assim resultar num abandono da criança.

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