PSICOPATIA ASPECTOS HISTÓRICOS
Por: Vitória Argolo • 20/10/2017 • Trabalho acadêmico • 3.525 Palavras (15 Páginas) • 218 Visualizações
PSICOPATIA
ASPECTOS HISTÓRICOS
Na literatura psiquiátrica, o emprego do termo “psicopático” pela primeira vez é atribuído freqüentemente a Koch em sua obra ‘As inferioridades psicopáticas’, de 1891. Segundo Werlinder (apud Henriques, 2009), trata-se na verdade de um anacronismo, visto que o termo psicopático já havia sido empregado anteriormente por outros estudiosos, no entanto, com uma interpretação diferenciada do uso que se faz atualmente.
O emprego do termo “psicopatia” em sua acepção moderna é relacionado à escola de psiquiatria alemã, por meio de Koch. No século XIX, a expressão "psicopata" (do grego: psyché = alma; fatos = paixão, sofrimento) era utilizada pela literatura médica em seu sentido amplo, para designar sem distinção os doentes mentais, não havendo uma ligação entre esta e a personalidade anti-social. (Percebe-se, na atualidade, que o uso do termo "psicopatia" como sinônimo de doença mental ainda não desapareceu por completo.) Na Alemanha oitocentista, contudo, essa expressão foi gradativamente adquirindo um sentido mais restrito, na medida em que ela foi sendo associada pela psiquiatria germânica aos conceitos de "personalidade" e "constituição" (Henriques, 2009).
Com o decorrer dos anos e devido à crescente influência da psicanálise, o conceito de psicopatia foi se tornando cada vez mais restrito e se associando ao anti-social. A delimitação clínica da psicopatia enquanto personalidade anti-social estabeleceu-se efetivamente devido à influência de teóricos da psiquiatria anglo-saxônica moderna, sobretudo pelo norte-americano Hervey Milton Cleckley que se baseou num trabalho clínico-descritivo envolvendo 15 pacientes para agrupar as principais características dos psicopatas.
DEFINIÇÃO
O termo psicopatia vem sofrendo grandes alterações ao longo dos anos, a busca para achar um conceito objetivo deve passar por várias áreas que analisam de forma precisa as características de uma pessoa com esse transtorno, o diagnostico, a pericia, e os estudos referentes às perturbações de personalidade, devem ser feitas cuidadosamente.
A Psicopatia foi alvo de muitos psiquiatras, muitos conceitos foram elaborados, mas vamos nos deter aos dois principais, o de Clekley, (1941/1976) acreditava que as pessoas com essas perturbações mentais, sofriam com uma ‘mania sem delírio’, e por esse motivo, elas se comportavam de forma atípica e agressiva, mas foi o psiquiatra Kraepelin (1896/1915) que introduziu o termo de ‘personalidade psicopática’, que é utilizado até os dias atuais, esse termo surgiu da idéia, de um indivíduo com indicadores comportamentais anormais, ou imorais. As manifestações da psicopatia podem ser: encanto superficial e boa inteligência, inexistência de manifestações ou de pensamentos irracionais, ausência de nervosismo ou de manifestações neurológicas, ser mentiroso ou o ato de mentir compulsivamente, egocentrismo patológico e incapacidade de amar, pobreza geral nas suas relações pessoais, vida sexual imparcial ou trivial, ausência de sentimentos de culpa ou de vergonha, incapacidade para seguir qualquer plano de vida, incapacidade de aprender com experiências passadas, exibição de comportamentos anti-sociais e sem escrúpulos aparentes.
Essa conclusão foi se aperfeiçoando ate chegar o psiquiatra Hare, que dividiu as características de um psicopata por três vertentes, a primeira é definida por seu estilo interpessoal arrogante e dissimulado, a segunda, por uma ineficiente experienciação dos fatos, e a terceira por um estilo de comportamento impulsivo e irresponsável, baseando-se na idéia de que o psicopata é analisado pelas suas ações comportamentais Hare criou uma escala chamada Escala Hare PCL-R, que tem como proposta a amostra de definições para se chegar ao diagnostico.
O conceito do termo de psicopatia não pode ser objetivo, pois a psicopatia pode ser vista por várias formas, mas sabemos que os instrumentos criados, e as teorias vistas ajudam a identificar um individuo com desvio de conduta, ou com comportamento agressivo, a psicopatia é algo que domina o ser desde o seu nascimento até a sua fase adulta, sem uma possibilidade de ser reversível.
ETIOLOGIA
Ainda não se sabe a origem da Psicopatia, se ela é fisiológica, psicológica ou social. Pesquisas apontam que não existe um fator genético responsável pela psicopatia, mas sim pela sua predisposição (MORANA ET AL. 2006), tornando o fator sociológico de suma importância para o desenvolvimento do transtorno, uma vez que tendo uma predisposição é necessário que se tenha cuidados com o ambiente em que vive o sujeito.
Sabe-se que crianças que sofreram maus-tratos na infância podem apresentar, durante seu desenvolvimento, anomalias no circuito cerebral que podem conduzir à agressividade, hiper-atividade, distúrbios de atenção, delinqüência e abuso de drogas. A predisposição genética à psicopatia associada a maus-tratos na infância podem ocasionar o aparecimento do transtorno, sendo esse ainda agravado pelas mesmas conseqüências dos maus-tratos, a delinqüência e o abuso de drogas, levando, provavelmente, ao aparecimento de um serial killer.
Além dos fatores sociais e psicológicos, há indícios de que a impulsividade, a agressividade e a inadequação social, podem estar associadas a lesões no córtex pré-frontal. Pesquisas feitas por Yang (2008, APUD GOMES; ALMEIDA. 2010), mostram que essas lesões podem ser responsáveis por vários aspectos clínicos da psicopatia. “A sociopatia adquirida é um exemplo da mudança de comportamento que pode ocorrer após uma lesão nesta área” (GOMES, 2010).
Tanto a predisposição genética quanto lesões no córtex, são indícios de que a psicopatia pode estar relacionada a condições biológicas ou fisiológicas, mas não são causa em si. Uma vez que fatores sociológicos e ambientais contribuem para o desenvolvimento ou agravamento do transtorno, estão estreitamente ligadas as condições biológicas, e no fator social ainda há de se observar as conseqüências psicológicas, que como foi citado, em caso de maus tratos, podem ser devastadoras.
Os estudos convergem para o fato de que a psicopatia é uma combinação de fatores bio-psico-sociais. Mais estudos ainda precisão serem realizados neste campo a fim de se chegar um conhecimento verdadeiro da etiologia da psicopatia e então ai poderá se chegar a um tratamento definitivo.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de transtornos de personalidade, como a psicopatia é difícil de ser identificado por psiquiatras. Isso é agravado pela falta de interesse desses profissionais pelo assunto, por saberem que é uma patologia permanente e sem resposta a tratamento, não compensando assim o atendimento especializado.
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