Psicologia e sexualidade na formação da consciência humana: o problema do machismo
Por: Eveline Santos • 15/11/2021 • Relatório de pesquisa • 1.877 Palavras (8 Páginas) • 109 Visualizações
[pic 1] | UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS- UEMG CURSO DE DIREITO DIAMANTINA – MG | [pic 2] |
Psicologia e sexualidade na formação da consciência humana: o problema do machismo
Eveline do Rosário Santos
Trabalho apresentado ao curso de Direito, da Universidade do Estado de Minas Gerais- UEMG, como parte dos requisitos necessários à aprovação na disciplina “Psicologia Juridíca”, turma 3º período.
Docente responsável: Paulo Roberto
Diamantina
2018
Psicologia e sexualidade na formação da consciência humana: o problema do machismo
- Introdução
A psicologia cientifica busca analisar o homem, em todos os seus aspectos e linhas evolutivas, considerando todas as suas características biológicas, culturais e históricas. Os processos sociais, políticos e psicológicos/mentais são determinantes nas relações sociais dos indivíduos e surgem como mediadores no processo de constituição dos sistemas de signos culturalmente elaborados e interiorizados pelos seres humanos através das experiências repassadas por gerações (GUHUR, 2005). Esse conjunto de determinantes fornece ao homem uma especificidade histórica, no sentido de que ele como indivíduo no meio social produz a si próprio no decurso da atividade humana.
Ademais, compreender o processo de desenvolvimento humano requer uma análise do contexto histórico social em que este está imerso. Segundo Carvalho (2010), é fundamental analisar o homem levando em conta os processos culturais e acercando-se da visão da consciência desde sua concepção semiológica em sua natureza e estrutura. Além do mais, de acordo com Molon (2003), os elementos da consciência, da vontade e da intenção é o que constituem o ser humano como alguém único capaz de construir seus significados e sua cultura.
Diante disso, o presente trabalho tem por objetivo analisar a influência da Psicologia e da sexualidade na formação da consciência humana, abordado principalmente o problema do machismo em nossa sociedade.
A busca pela compreensão da consciência humana e da constituição e desenvolvimento dos seus processos históricos de formação pautam-se na observação cotidiana dos sujeitos frente as dificuldades que permeia o âmbito social. Diante disso, entender como ocorre o processo de formação da consciência humana é fundamental para que possamos, a partir desse ponto, compreender a relação entre a consciência humana e a sexualidade, no âmbito da psicologia.
Ortiz 2012, coloca que o processo histórico de constituição do homem revela o processo de formação de sua consciência. Este é atravessado simultânea e dialeticamente pelas dimensões da universalidade e da singularidade, gerando um modo particular de consciência, pois ao mesmo tempo em que nossa consciência revela o mundo objetivo que nos é apresentado, cada um dos sujeitos desenvolve um modo e um percurso singular para seu desenvolvimento enquanto ser consciente. Ou seja, diante na complexidade de elementos cognitivos que nos são apresentados, cada individuo desenvolve um modo próprio de ver os elementos a ele revelados, e dessa forma criam um modo de consciência singular a sua forma de ver o universo.
- Formação da consciência humana, sexualidade e machismo
Para Molon (2003), o processo de formação da consciência, por meio da internalização, constitui a subjetividade através das situações de intersubjetividade, possibilitadas pela mediação simbólica, em que a linguagem assume papel principal na formação do sujeito. Nesse sentido, o conceito de consciência pode ser entendido como uma função de origem social, em que os signos possuem papel imprescindível em sua formação. Sua transformação implica em motivações mediadas por emoções, sentidos e significados, constituindo-se, dessa forma, como um processo que filtra o mundo e coordena as ações humanas (MOLON, 2003).
Ainda nessa linha de raciocínio, Pereira (2011), sustenta que o pensamento de que a consciência se desenvolve de acordo com o meio social, tomando como exemplo as irmãs Amala e Kamala, criadas entre lobos e, quando encontradas, tinham atitudes de feras, mostrando que, apesar de suas características biológicas serem humanas, a convivência com os animais, possibilitou que elas desenvolvessem características típicas dos mesmos. Nessa perspectiva, e possível constatar que a formação da consciência está intimamente ligada ao meio social, e os processos psicológicos do individuo surgem a partir da interiorização dos comportamentos vivenciados em seu meio social e da apropriação das diferentes formas sociais construídas historicamente.
De acordo com Pereira (2011), para Marx e Engels (1846) a vida não é determinada pela consciência, mas sim determina a consciência. E é a consciência que diferencia o homem dos outros animais, uma vez que permite transformar a natureza, por meio da ação, e com a finalidade de suprir as necessidades que vão surgindo.
Ainda sobre a definição de consciência, pode-se dizer, pautando em Luria (2006), que “ a consciência é a habilidade em avaliar as informações sensórias, em responder a elas com o pensamento e ações críticas e em reter traços de memória de forma que traços ou ações passadas possam ser usados no futuro.”
Diante dos conceitos expostos, pode-se dizer que a formação da consciência humana é derivada de um processo de construção que se inicia logo ao nascimento, e a partir do qual, mediante aos signos e elementos sociais cognitivos o indivíduo vai criando a percepção do meio ao qual está inserido e interiorizando todas as formas sociais e culturais que constituem o grupo social do qual ele faz parte. A formação da consciência é aprendida.
No âmbito da psicologia, o processo de formação da consciência associado a sexualidade tendo como foco principal a questão do machismo como um problema recorrente ainda nos dias de hoje. Baseando no senso comum , pode-se dizer que o machismo se arrasta por longos períodos históricos, fruto de uma sociedade patriarcal que vinha no sexo masculino a ideia de força, vitalidade e superioridade e no sexo feminino o símbolo da fragilidade e da pureza, sendo ainda colocado como um sexo inferior. Essa mentalidade, parte em muito da necessidade do homem se mostrar como másculo. Podemos ainda relacionar ao estado de natureza, em comparação com a selvageria animal, em que o macho era o dominador e a fêmea a submissa.
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