Psicologia Da Gestalt E Psicologia Da Forma
Exames: Psicologia Da Gestalt E Psicologia Da Forma. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: andresf • 16/6/2014 • 1.169 Palavras (5 Páginas) • 660 Visualizações
Psicologia da Gestalt e Psicologia da Forma.
A psicologia da Gestalt é um movimento que atua na área da teoria da forma. O design utiliza as leis da Gestalt o tempo todo, muitas vezes até de forma inconsciente. Ele ajuda as pessoas a assimilarem informações e entenderem as mensagens que são passadas.
Embora esse movimento tenha sido fundado por Max Wertheimer, o conceito de Gestalt foi primeiro introduzido na filosofia e psicologia contemporânea por Christian Von Ehrenfels.
Em termos mais gerais, o principio básico da guestalt, é o conjunto de entidades físicas, biológicas, fisiológicas ou simbólicas que juntas formam um conceito, padrão ou configuração unificado que é maior que a soma de suas partes. Ou seja, o princípio básico da teoria gestaltista é que o inteiro é interpretado de maneira diferente que a soma de suas partes.
Vemos uma mesa como um objeto diferente do que apenas a soma de suas partes
Reza a lenda que a palavra “Gestalt” surgiu, em 1523, em uma das muitas traduções da Bíblia, onde significava “o que é colocado diante dos olhos”. A partir dessa tradição, lendária ou não, o significante “Gestalt”, que circula, eruditamente, desde as duas primeiras do século passado, nos vários campos do saber do mundo inteiro, indica uma integração de partes, em oposição à soma, que resultaria num todo. Na canção “Como dois e dois”, o poeta, musicista e cantor (um aedo pós-moderno, sem dúvida) brasileiro Caetano Veloso inscreve, depois de um jogo insistente de oximoros, este refrão: “tudo certo como dois e dois são cinco”, verso contundente que explicita, esteticamente, um conceito, deveras complexo.
Se toda tradução já constitui uma interpretação, o termo alemão “Gestalt” encontra, em português, estes correspondentes: “forma”, “estrutura”, “configuração”, que, em conjunto, dariam conta do significado daquele signo original. É como se o sentido do significante alemão resultasse de uma Gestalt, configurando, estruturando, enformando, ao fim e ao cabo, um jogo sígnico triádico, que tangenciaria uma espécie de aporia ou, então, uma tautologia. Outro repertório de signos metaforiza a categoria “Gestalt”: fulguração, iluminação, centelha, relampejo, revelação - verbos que seriam a tradução de “eureka” e “insight”.
Consolidando-se, ao longo do século XIX, como uma vertente filosófica, a psicologia estudava o comportamento, as emoções e a percepção, e vigorava o atomismo, corrente que buscava compreender o todo através do conhecimento das partes: uma imagem só seria percebida por meio dos seus elementos. Em oposição a esse processo, nasceu a Teoria da Gestalt, voltada, principalmente, para a percepção visual em obras de arte. A Psicologia da Gestalt, ou Psicologia da Boa Forma, foi protagonizada por Kurt Koffka, Wolfgang Köhler e Max Werteimer, professores na Universidade de Frankfurt, que, baseados nos estudos da psicofísica, que articula a forma e a percepção, postularam não se poder conhecer o todo senão por suas partes e as partes serem conhecidas apenas por meio do conjunto; o ponto de partida reside, então, não mais no elemento, como queriam o associacionismo e o atomismo, mas na forma total e no fato da consciência, posto que esta forma nunca é reduzível a uma soma ou combinação de elementos; percebemos conjuntos de elementos ou forma, isto é, uma configuração, uma estrutura, uma organização. A forma, gestalticamente falando, possui duas características: as sensíveis, inerentes ao objeto, e as formais, que incluem as nossas impressões sobre a matéria, que se impregna de nossos ideais e de nossas visões de mundo. A união destas sensações gera a percepção: o conjunto é mais que a soma dos seus elementos; assim deve-se imaginar que um terceiro fator é gerado nesta síntese.
O clássico exemplo da cama, apresentado por Platão, pode-se dizer, no código da Gestalt, que uma cama é muito mais do que quatro pés, um encosto e um lugar para se deitar, pois é uma ideia, distinta dos elementos que a compõem: uma cama é uma cama, podendo ser feita de madeira, acrílico, plástico, ferro ou de outra qualquer matéria-prima. No âmbito filosófico (a Gestalt chegou a ser considerada uma filosofia da forma), pode-se dizer que o ego cogito (eu penso) cartesiano cede lugar a um ego cogito cogitatum (eu penso o que é pensado), conforme Husserl (1859-1938), que foi, de fato, mestre de Koffka, um dos papas desta escola : “não há uma ruptura entre a consciência - ou sensação, no caso da escola da forma –
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