Psicopatologia e Implicações Forenses
Por: Cabaltas • 10/9/2021 • Resenha • 1.662 Palavras (7 Páginas) • 159 Visualizações
Aluno: Carlos Eduardo Santos
Turma: MA
Data: 29/08/2017
3º Bimestre
Capítulo 2 – Psicopatologia e implicações forenses
A psicopatologia, como matéria interdisciplinar, engloba a psiquiatria e a psicologia, sendo definida como o estudo dos fenômenos patológicos ou distúrbios mentais e outros fenômenos anormais. Logo, possibilita o conhecimento do funcionamento mental de uma pessoa. Já a psicopatologia forense estuda as implicações das doenças e distúrbios mentais na esfera jurídica.
O foco da investigação da psicopatologia atenta-se aos sinais e sintomas. Sendo que os primeiros são um conjunto de comportamentos, pensamentos e reações muito particulares, distorções graves da realidade externa, portanto observações e descobertas objetivas, como os afetos e alterações psicomotoras. Enquanto os sintomas são as experiências subjetivas expressadas pela própria pessoa e, em muitos casos, é a queixa principal, como o humor depressivo e a falta de energia. A síndrome é a conjugação de sinais e sintomas, constituindo uma condição reconhecível.
O estudo da psicopatologia permite, entre outros, diferenciar alguns aspectos relacionados ao direito. Cita-se: diferenciar imputáveis de inimputáveis, capazes de incapazes, limitações de direitos, constatação de verdade vs mentira, responsabilidade e risco.
Psicopatologia da Consciência:
Representa o processo mental destinado ao discernimento do “eu, do não eu e do ambiente”. O conceito de consciência desdobra-se em três esferas: a) Neuropsicológica: sentido de estar vígil, alerta, clareza, lucidez, estar acordado; b) Psicológico: somatória das experiências conscientes individuais, seu contato com a realidade, sua interação com o mundo; c) Ético-filosófico: capacidade de reconhecer seus deveres éticos, assumir responsabilidades, deveres e direitos.
De maneira geral, a consciência resume-se ao nível de alerta do indivíduo em relação à percepção em si e seu entorno. Já as alterações da consciência envolvem aspectos qualitativos e quantitativos que alteram inteiramente todas as demais funções e com envolvimento direto no contexto jurídico.
Alterações quantitativas da consciência:
É a diminuição do nível de consciência de forma progressiva a partir do estado normal, vígil, desperto, até o estado de coma profundo, sem atividade consciente). Divide-se em: a) embotamento ou turvação da consciência; b) estreitamento da consciência; c) Obnubilação.
Alterações qualitativas da consciência:
Trata-se das alterações parciais do nível de consciência, destacando-se: a) estados crepusculares; b) dissociação da consciência; c) estado hipnótico.
Psicopatologia da atenção:
A atenção retrata o direcionamento da consciência, o estado de atividade mental sobre determinado objeto. Na psicologia cognitiva, a atenção trata do processamento ativo de uma quantidade limitada de informações disponíveis em nosso campo perceptual, memórias armazenadas e outros processos mentais.
Sensação – percepção – resposta ao estímulo.
Psicopatologia da Orientação:
A orientação, de forma direta, relaciona-se às noções de tempo e espaço, se constituindo em uma função psíquica básica que serve para avaliar o estado de consciência junto à atenção. Portanto, é um elemento básico da atividade mental.
Psicopatologia da memória:
A memória é caracterizada pela aquisição, formação, conservação e evocação de informações, baseando-se nas experiências perceptivas, motoras, afetivas (emocionais) e cognitivas (pensamentos). A memória envolve a capacidade de registrar, manter e evocar fatos já ocorridos. A memória e a aprendizagem estão intimamente relacionadas.
Psicopatologia da sensopercepção:
É um sistema que conecta o mundo físico (objetivo) e o psicológico, envolvendo a sensação e a percepção, além de depender da capacidade de discriminar cores, formas, peso, temperatura, consistência, textura, sabor, entre outros. Portanto, trata-se de um conjunto de processos que envolvem reconhecimento, organização e entendimento de sensações recebidas, os estímulos ambientais.
Psicopatologia do pensamento e juízo:
Dentro do complexo sistema de funcionamento psíquico humano, o pensamento representa uma das operações de maior importância, pois envolve a forma concreta das demais funções psíquicas, tendo o juízo como a representando cultural de lucidez. O pensamento representa a solidez do processo racional, da qual envolvem-se a compreensão intelectual, a ideação, a imaginação e associação de representações e ideias. Logo, as alterações do pensamento possuem íntima ligação com o direito, referindo-se à determinação de racionalidade, isto é ausência de loucura.
O processo do pensamento envolve o curso, a forma e o conteúdo do pensamento. O modo primário de expressão se dá a partir da linguagem. O curso é o modo como flui a velocidade e o ritmo ao longo do tempo. A forma é o básico, sua arquitetura por diversos temas/conteúdos e interesses do indivíduo. O conteúdo é o que dá substância ao pensamento, o assunto, a ideia em si do pensamento.
Psicopatologia da linguagem:
A linguagem objetiva a comunicação, expressão de vivências internas, organização da experiência sensorial, dos processos mentais, tradução dos estímulos externos, indicação e descrição de fatos, transmissão de conhecimento e adequação social.
Em relação à psicopatologia, a linguagem pode apresentar as seguintes alterações: afasias, mutismo, esquizofasia, neologismos e mutismo associado à memória.
Psicopatologia do afeto e do humor:
Conceitua-se a emoção como fenômenos biológicos que são decorrentes de comportamentos funcionais que favorecem a sobrevivência da espécie. A vivência emocional, na prática, irá englobar a intensidade dos sentimentos, por exemplo: alegria, tristeza e raiva. Em relação à patologia, as alterações de humor ocasionam perturbações incapacitantes nas emoções, seja na tristeza da depressão a euforia e irritabilidade, podendo acarretar reações agressivas.
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