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Questoes de psicologia aplicado ao direito- adolescentes e delinquencia

Por:   •  24/6/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.452 Palavras (10 Páginas)  •  772 Visualizações

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Roteiro de Estudos

Disciplina: Psicologia aplicada ao Direito

Orientações: Este roteiro contém perguntas norteadoras para o estudo da Prova A3, que se realizará no dia 15.06.15. No dia 08.06.15 será realizada a revisão para a prova e as dúvidas referente às perguntas poderão ser sanadas nesta data. As perguntas estão separadas por conteúdos, indicados no cabeçalho das mesmas.

Adolescência

1) O principal conflito vivido na Adolescência, segundo Erik Erikson, é a busca de identidade x conflito de identidade. Para este autor, os adolescentes não formam sua identidade modelando-se conforme outras pessoas, mas modificam e sintetizam identificações pregressas em uma nova estrutura psicológica que é maior que a soma das partes. Explique estas duas afirmações, focando a problemática central da adolescência que é construção de uma identidade própria.

É fato que a adolescência por se tratar de uma fase de transição entre a infância e a idade adulta está cercada por diversas mudanças (físicas, cognitivas e psicossociais). Em face à tantas mudanças, estão incluídos grandes riscos, que estarão diretamente ligados à dificuldade de lidar com essas mudanças. Alguns destes riscos são: gravidez precoce, grandes taxas de mortalidade por acidentes, homicídios e suicídios, uso de substâncias psicoativas, violência e delinquência.

Nessa etapa da vida, determinado grau de confusão de identidade é esperado. Porém, a intolerância, por exemplo, que é característica típica da adolescência, é na verdade uma maneira de se salvaguardar contra essa confusão que o indivíduo está a vivenciar, em sua confusão de identidade.

A identidade se define de fato, a partir da resolução de questões importantes: escolha da ocupação; adoção de valores nos quais acreditar e nos quais viver e a escolha de identidade sexual

2) É inerente à adolescência o pensamento onipotente. Quais as consequências desta característica na adolescência?

A intenção do adolescente com o pensamento onipotente, é expressa através de uma postura provocadora, e as consequências disso são no sentido de evidenciar que ele tudo sabe, que é o dono da verdade absoluta. Nesse contexto, esse ser precisa de um tempo e de compreensão, afim de admitir todas as mudanças pelas quais está passando.

3) Quais os lutos inerentes do desenvolvimento na adolescência? Explique-os.

- O luto pelo corpo infantil: neste ciclo da vida, inevitavelmente o corpo passa por profundas mudanças que são sentidas como uma perda seguida de profunda impotência, uma vez que não se pode fazer nada em relação a essas alterações. Esse sentimento favorece o mecanismo de deslocamento da rebelião que, ao não poder expressar-se contra o corpo que se modifica, manifesta-se na esfera do pensamento.

- O luto pela identidade infantil: fala-se que o adolescente sofre de um “fracasso de personificação” e delega ao grupo grande parte de seus atributos e aos pais, a maioria das obrigações e responsabilidades. Nesse ponto, situa-se a tão famosa irresponsabilidade da adolescência: uma vez que são os outros que se encarregam do princípio da realidade, o adolescente nada tem a ver com nada. Tal fracasso de personificação surge pela confusão de papéis, já que não pode manter a dependência infantil e ainda não pode assumir a independência da vida adulta. Portanto, nesse estágio da vida, o adolescente vive entre a realidade e a fantasia, e as confunde. Tal confusão provoca mudança constante de objetos. Mudança esta que pode leva-lo a “despersonificar” os seres humanos, tratando-os como objetos necessários às suas satisfações imediatas. O fato de desconsiderar as pessoas e as coisas do mundo externo real faz com que muitas das relações objetais do adolescente sejam intensas e frágeis, vivendo, assim, crises passionais e períodos de absoluta indiferença. É através do manejo dessas situações que o adolescente vai estabelecer sua identidade.

- O luto pelos pais da infância: neste ciclo, as verdades e regras não se mantêm, vez que os adolescentes colocam em questão os princípios que eram entendidos como definitivos. O adolescente faz questão e necessita de renunciar a relação infantil de dependência para poder encontrar a sua identidade de adulto. E, nesse caminho, ocorre a constatação de que os pais estão sendo distanciados, formando-se para o adolescente a perda mais significativa: a perda dos pais da infância. Para as crianças, os pais são vistos como perfeitos, sem erros, fraquezas ou problemas, provedores de segurança. É na adolescência que ocorre a constatação de que os pais nunca foram, na realidade, tudo aquilo que profundamente fora idealizado na infância. E o adolescente entra em choque com os pais, contestando inclusive sua autoridade. Também, nesse processo, é preciso que o adolescente faça o luto, elabore a perda das imagens parentais protetoras que o cercavam durante a infância. Por outro lado, os pais também entram em crise porque perdem a relação de dependência e precisam elaborar a perda dos filhos infantis. Essa situação é, muitas vezes, vivida pelos pais como abandono.

4) Por que os adolescentes costumam andar sempre em grupos, com condutas muito parecidas, e a tendência a rivalizar com os pais?

5) Por que os adolescentes se comportam de forma promíscua e/ou ascética?

Trata-se de mecanismos de defesa utilizados frente ao conflito vivido pela busca de identidade. Sendo promíscuo o adolescente pode dar vazão às pulsões sexuais em ebulição sem com isso formar vínculo afetivo, e evitando o temor de um envolvimento afetivo intenso que pode ser sentido como perda de identidade, confusão de personalidade. No que tange ao ascetismo (negação de desejos físicos, visando à consecução de um ideal ou meta espiritual - ascese): quando tem uma postura ascética rejeita qualquer tipo de relacionamento amoroso.

Em ambos os casos o jovem evita o amor autêntico, que demanda autocontrole, auto subordinação e dependência, além de integração constante das relações externas e internas entre o eu e o outro. Essas defesas podem tornar mais clara à razão que leva muitos jovens ao “ficar”, mas podemos também considerar a pressão social que hoje, principalmente os adolescentes do sexo masculino, vivenciam para provar seu potencial sexual, seja perante os amigos, ou como, talvez, uma forma de autoafirmação de sua potência perante os pais.

Totem

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