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RESENHA CRÍTICA DE “MORAL E ÉTICA: DIMENSÕES INTELECTUAIS E AFETIVAS”, DE YVES DE LA TAILLE

Por:   •  14/3/2021  •  Resenha  •  546 Palavras (3 Páginas)  •  485 Visualizações

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A obra “Moral e Ética: dimensões intelectuais e afetivas”, de Yves de La Taille, mestre e doutor em Psicologia Escolar pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), apresenta a ciência e suas reflexões que permeiam os processos mentais de uma pessoa, para legitimar, ou não, regras, princípios e valores morais e a personalidade ética desenvolvida pelos afetos e percepções atribuídos aos encontros da dimensão intelectual e afetiva de cada ser.

Ressalta-se que o autor analisa significados distintos de moral e ética, levando o leitor a refletir e perceber o quão importantes são em suas vidas.

Não obstante, o autor promove a separação de moralidade em duas dimensões, sendo elas: (i) dimensão da afetividade e (ii) dimensão intelectual, em que o conteúdo e entendimento de moral podem variar, impactando diretamente na forma de agir, referente à esfera moral e ética.

Na dimensão da afetividade, encontram-se as teorias de Durkheim e Freud, ligadas diretamente ao querer agir, conferindo o papel de fonte de moralidade, que está recheada de variáveis, diante de tudo que atinge o próprio indivíduo no decorrer de sua construção, sendo relativa a cada indivíduo.

Situando a dimensão no aspecto da cognição e do intelecto, temos as teorias de Piaget e Kohl Berg, no sentido que o indivíduo só poderia ter suas escolhas do agir ético quando dotado de conhecimento, adquirindo autonomia para a escolha do que entende como qualidade de vida, ético, abrindo caminho para a ideia subjetiva de bem estar.

Assim sendo, a ação moral do indivíduo baseia-se na cognição do que cada um tem sobre o que é correto, de acordo ao seu conhecimento e autonomia, utilizando-se tanto de seu cognitivo racional, quanto das percepções afetivas, para tomada de decisões e ações do agir moral, consoante a tudo aprendido durante a vida, tornando o “querer” relacionado à prática de determinada forma.

Outrossim, o autor ainda traz a ideia do “querer” e do “ser”, destacada por Savater (2000), que explicita que o homem poderá querer alguma coisa, de acordo com o que ele seja, podendo classificar como a expansão de si, uma busca de autoafirmação e da representação do seu valor positivo. É a ideia do conjunto para um desabrochar de si mesmo.

Deste modo, o autor define que moral condiciona a busca da felicidade, sendo as suas virtudes como a justiça, a generosidade e a honra, respaldadas pela dignidade inerente a cada individual e que deve ser respeitada, tanto que configura direito fundamental.

Contudo, consoante a esta atmosfera, é possível compreender que os termos “moral” e “ética” são totalmente distintos. A Ética representa um conjunto de instruções que são capazes de orientar o comportamento do indivíduo para a vida em sociedade. Nesta lógica, a Ética contribui para a vida harmônica no meio social.

Lado outro, a moral representa um conjunto de hábitos e costumes pertencentes a algum grupo da sociedade. Partindo deste ponto de vista, entende-se que a moral está ligada ao proceder (como agir).

Para além de refletir a existência humana tão plural, certo é que diversas vivências contribuem para enriquecer, ampliar, redimensionar, tensionar e transformar as ideias e o debate sobre a percepção humana e suas potencialidades,

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