RESENHA CRÍTICA DA OBRA MORAL E ÉTICA: DIMENSÕES INTELECTUAIS E AFETIVAS, DE YVES DE LA TAILL
Por: Dyanaalmeida • 7/5/2020 • Resenha • 1.550 Palavras (7 Páginas) • 394 Visualizações
Dyana Lima Almeida Ra 5873872
RESENHA CRÍTICA DA OBRA MORAL E ÉTICA: DIMENSÕES INTELECTUAIS E AFETIVAS, DE YVES DE LA TAILL
Na obra Moral e Ética - Dimensões Intelectuais e Afetivas, Yves de La Taille, o professor e pesquisador e professo do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), aborda Moral e Ética em profundidade em conceitos na filosofia .
O professor, apresenta conceitos de moral e ética; saber fazer, a dimensão intelectual; querer fazer, a dimensão afetiva; o despertar do senso moral e a personalidade ética. Busca em autores do passado tais como Émile Durkheim (1858- 1917), Immanuel Kant (1724-1804), entre outros, isso para remeter a filosofia e reunir fatores relevantes que levam pessoas a agir com base em valores.
O professor em sua obra defende conceitos em que o desenvolvimento da moral começa desde cedo na vida de cada individuo. Há uma verdadeira busca pelo que é certo e bom desde a infância, assim seus conceitos remetem que processos intelectuais e afetivos legitimam valores no meio social que demonstram o respeito aos códigos de condutas, além das preocupações de sobre a punição ou recompensas.
O autor apresenta conceitos da moral para que se diferencie da ética, tais como: Emile Durkheim, a de Sigmund Freud, que tratam de questões afetivas dos comportamentos morais, defende em suas teorias que o elemento afetivo que relacionam a fonte de mandamento moral. Para Durkheim, o individuo é movido pelo sentimento do sagrado e inspirado pela sociedade e Freud defende que a moral é de sentimentos experimentados em relação aos que impõem as regras, exemplos são a figura paterna. Assim a teoria efetiva, está ligada à idéia do “querer agir” moral, sendo que nesta concepção de idéia do agir moral seria muito mais relativa e variável em cada individuo.
Também menciona autores que mais se assemelham com seus pensamentos, tais como: Jean Piaget e a de Lawrence Kohlberg que tratam de questões racionais que uni moral à igualdade, reciprocidade e justiça. Postula no sentido de que o individuo só poderia conseguir escolher o seu agir ético a partir da autonomia para o conhecimento, sendo chamada esta de “dever agir” moral.
Isso desencadeou em Piaget, identificar que o desenvolvimento moral, não seria uma “mera” aprendizagem e identificou dois estágios: heterônomia (respeito às figuras de autoridade) e autonomia (separação da obediência que se tem na heteronomia). Kohlberg complementou a teoria de Piaget sobre o desenvolvimento da moral, que, para ele, ocorre devido ao desenvolvimento da razão.
O professor La Taille distingue plano moral de plano ético, diz que ética está associada ao estudo fundamentado dos valores morais que orientam o comportamento humano em sociedade, enquanto a moral é um conjunto de regras e princípios que regulam a sociedade que se manifesta pelo dever, pela obrigatoriedade. E se posiciona no sentido que estas dimensões devam ser tratadas de forma separada, pois são coisas diferentes, entretanto, reconhece que é possível relacioná-las. Assim a ética contem a moral, pois cabe a moral regrar a visa em sociedade e, portanto não é possível defender uma ética sem moral.
La Taille, nessa obra, apresenta a justiça, que inspira igualdade, e a eqüidade, que implica na tornar iguais os diferentes. O autor se refere também à generosidade, virtude altruísta que consiste em dar ao outro o que lhe falta, e, por fim, à honra, que exige reconhecimento e respeito do ser humano, estabelecendo a qualidade de suas ações. Ele se alinha mais ao pensamento de Piaget para relacionar a afetividade e a racionalidade no agir moral, sendo que a primeira é o que impulsiona o agir moral, mas deve estar acompanhada pela segunda para que esse ciclo de ação seja completo. Os sujeitos deveriam escolher qual a forma mais correta de agir e justificá-la (Piaget, Kohlberg). Através desta metodologia, foram estabelecidos níveis de desenvolvimento moral e modos de responder característicos para cada faixa etária. Trata-se, portanto, de uma moral da obediência, obediência esta motivada pela fusão dos sentimentos de amor e medo experimentados pela criança pequena em relação a seus pais e demais figuras adultas afetivamente significativas de seu entorno.
La Taille, considera que a tarefa da razão é interpretar as ações; ela deve estar presente para “calcular” e prever suas conseqüências. Para o agir moral, deve-se conhecer regras, princípios e valores morais, mas a ação moral independe do conhecimento e deve considerar a consciência dos valores subjetivos rumo a um projeto de vida e de felicidade que move as ações. A importância dos afetos no desenvolvimento, até mesmo para a construção dos conhecimentos formais. Os afetos, para o autor, são a energética das ações, responsáveis pelos interesses e metas, impulsionam os sujeitos a construírem saberes cada vez mais complexo. Sem interesse, não há aprendizagem e menos ainda desenvolvimento. Assim, ainda que seus trabalhos sobre o desenvolvimento moral tenham sido sobre os juízos, encontramos referências sobre a importância da afetividade para esta construção do sujeito.
O autor diz que sem interesse, não há aprendizagem e menos ainda desenvolvimento. Assim, ainda que seus trabalhos sobre o desenvolvimento moral tenham sido sobre os juízos, encontramos referências sobre a importância da afetividade para esta construção do sujeito. Essas abordagens dos sentimentos abordados no livro e analisados em crianças são o medo e o amor. Tais sentimentos inspiram respeito. Assim, a criança respeita seus pais porque sente por eles, ao mesmo tempo, medo e amor em uma relação de autoridade. Para haver confiança em alguém é preciso considerar a moralidade que essa pessoa possui. Esses conceitos nos levam conceituar que o medo e amor fala sobre o despertar do sendo moral com o papel da afetividade, isso retrata a construção do respeito.
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