RESUMO DO CÁPITULO X DA COLETÂNEA “TEMAS CLÁSSICOS DA PSICOLOGIA SOB A ÓTICA DA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO”
Por: Heloísa Zafalon Juliani • 15/2/2019 • Trabalho acadêmico • 1.744 Palavras (7 Páginas) • 692 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
HELOÍSA ZAFALON JULIANI
AVALIAÇÃO DE PSICOLOGIA:
RESUMO DO CÁPITULO X DA COLETÂNEA “TEMAS CLÁSSICOS DA PSICOLOGIA SOB A ÓTICA DA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO”
MARINGÁ
2016
A coletânea Temas Clássicos da Psicologia sob a ótica da Análise do Comportamento, coordenada por Maria Martha Costa Hübner e Márcio Borges Moreira, é composta por capítulos escritos por diversos autores que objetivam orientar e facilitar a compreensão dos temas clássicos da psicologia sob o ponto de vista behaviorista radical.
No capítulo X, denominado “Personalidade”, escrito por Roberto Alves Banaco; Joana Singer Vermes; Denis Roberto Zamignani; Ricardo Correa Martone e Roberta Kovac; busca-se inicialmente explicar por meio de diversas teorias a definição do termo “personalidade”, sendo primeiramente caracterizado como padrões de comportamento que tornam o indivíduo único e diferente dos demais. É dito também que, para a Psicologia, os comportamentos deveriam ser explicados pela mente (instância imaterial), e a personalidade seria a exteriorização dessa instância, ou seja, a forma que esta assume perante o mundo.
O texto aborda algumas hipóteses baseadas em teorias de autores como Freud, Jung, e Adler, que se dedicavam ao entendimento da constituição, desenvolvimento e desvios da personalidade. Dentre as hipóteses apresentadas, destaca-se a que sugere que a formação da personalidade ocorre nos primeiros anos de vida, e após ser constituída, não passa por muitas alterações, dessa forma, os problemas psicológicos também seriam originados nessa fase, sendo chamados de “traumas”, e os distúrbios patológicos e problemas de comportamento seriam derivados de alguma falha nesse processo.
Tais temas foram abordados pela Análise do Comportamento, mas, essa área encontrou, em sua história, alguns obstáculos para concebê-los, por exemplo o fato de que para alguns cientistas (behavioristas) a Psicologia deveria atender às exigências das Ciências Naturais, sendo assim, para que a personalidade pudesse ser seu objeto de estudo, deveria ser redefinida. Essa situação foi solucionada fazendo com que o objeto de estudo fosse o próprio comportamento, deixando de ser uma entidade imaterial. Esse campo de Análise adotou o Método experimental para o estudo dos fenômenos psicológicos, bem como o modelo funcional para a explicação dos mesmos.
O capítulo traz ainda, a perspectiva tradicional do conceito de personalidade, termo que vem do latim “persona” (máscara utilizada pelos atores gregos), através disso, afirma-se que a definição da mesma envolve o modo como os indivíduos se apresentam para o mundo, a forma que se relacionam, mas não sua verdadeira essência. Nas palavras de Atkinsonb, Smith, Bem e NolenHoeksema, a personalidade pode ser descrita como padrões distintivos e características que definem o estilo de cada um interagir com o ambiente físico e social; pode-se observar certa regularidade no comportamento das pessoas em diferentes situações, o que pode caracterizar um “estilo pessoal” que pode ser confundido com um rótulo; quando este rótulo aponta só uma descrição de acordo com os padrões e acaba sendo adotado como explicação para as atitudes do indivíduo, torna-se um problema, pois essa nomeação dada a um padrão de comportamentos é utilizada para definir todas as características que fazem parte do modo de agir de um sujeito, por exemplo: tímido, sério simpático... tal interpretação é utilizada no senso comum, no qual a personalidade recebe função de objeto (algo que o individuo “carrega” consigo).
A compreensão sobre como tais padrões são desenvolvidos e porque sofrem tão poucas alterações no decorrer da vida, de acordo com a Análise Comportamental, pode ser alcançada a partir da explicação de que desde a infância vão sendo estabelecidas relações funcionais entre o comportamento do bebê e o responsável por seus cuidados; nessa fase são desenvolvidos os padrões de comportamento que estarão presentes ao longo da vida, mas é importante salientar que esses padrões não são derivados apenas dessas interações do bebê com o mundo.
As ideias de Freud, presentes em sua obra O mal estar da civilização, são apresentadas no texto evidenciando alguns aspectos da personalidade que determinam a conduta humana, são eles: id, ego e superego; cada um desempenha sua tarefa específica na atividade mental, mas existem duas forças antagônicas que provocam a interação entre eles, a pulsão de vida e a pulsão de morte. Além disso, para Freud, o ambiente tem um papel secundário na formação e compreensão da personalidade.
Ao contrário de Freud, Skinner afirma em seu artigo Seleção por Consequências, que a conduta humana tem como aspecto determinante a relação organismo-ambiente, para ele o comportamento individual pode ser transformado pelas condições ambientais. Em sua proposta, o psicólogo explicita três níveis de interação entre o indivíduo e o ambiente, os quais são responsáveis pela seleção de características distintas no repertório de cada pessoa.
O primeiro nível de seleção é o filogenético, que leva em conta os aspectos herdados da personalidade, assim como são herdadas outras características físicas, por exemplo a cor dos olhos. O primeiro aspecto, considerado como fator inato ao indivíduo, são os chamados padrões fixos, que são reflexos incondicionados; também é herdada a capacidade de o organismo responder às consequências de sua ação. O que há de individual na herança desses padrões, é a intensidade com a qual são praticados dependendo da pessoa e da situação. Com base nisso, a chamada “teoria da personalidade com base na sensibilidade ao reforçamento”, se dispõe a explicar dimensões importantes da personalidade através de fatores neurológicos e psicológicos, como o ato de responder a estímulos ameaçadores com respostas de fuga, ataque ou paralisação; são comportamentos filogenéticos que podem ocorrer em diferentes intensidades, sendo originados na infância e podendo se estender por toda a vida.
O segundo nível de seleção, envolve aspectos aprendidos da personalidade, tendo a interação com o ambiente papel primordial para determinar o que é considerado traço de personalidade. Entende-se por essa interação, que a personalidade se dá por um amplo conjunto de respostas similares de um indivíduo, apresentadas em diversos contextos, criando assim uma equivalência funcional. Porém, segundo Skinner, uma personalidade pode se restringir a determinada ocasião, ou seja, nem sempre a conduta de alguém é a mesma diante de sua família e diante de amigos íntimos, ou, por exemplo, alguém considerado tímido na interação com figuras de autoridade pode ser extremamente extrovertido entre familiares.
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