RESUMO DO LIVRO: “O QUE É IDEOLOGIA”
Por: felipedeoliveira • 23/3/2017 • Resenha • 1.664 Palavras (7 Páginas) • 5.142 Visualizações
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FELIPE RIBEIRO DAMASCENO DE OLIVEIRA
RESUMO DO LIVRO:
“O QUE É IDEOLOGIA”
Marilena Chauí
Boa Vista
2017
FELIPE RIBEIRO DAMASCENO DE OLIVEIRA
RESUMO DO LIVRO:
O QUE É IDEOLOGIA
Marilena Chauí
Trabalho apresentado ao Curso de Direito, da Faculdade Cathedral, para obtenção de nota na disciplina de Direito da Criança, do Adolescente e do Idoso.
Professor: Mauro José do Nascimento Campello
Boa Vista
2017
- INTRODUÇÃO
Resumo do livro “O que é Ideologia”, de Marilena Chauí, professora de História e Filosofia da universidade de São Paulo e presidente da Associação de Estudos Filosóficos do Século XVII. É colaboradora em revistas acadêmicas brasileiras e estrangeiras e escreve também para jornais brasileiros de grande circulação. A renomada autora nos presenteia com esta obra magnifica, que expõe de forma precisa o entendimento que grandes pensadores. Ela explica ainda a origem, os fins, os mecanismos e os efeitos históricos, sociais, econômicos, políticos e culturais da ideologia.
- DESENVOLVIMENTO
A princípio a intenção da autora é desfazer a suposição de que a ideologia é um ideário qualquer ou qualquer conjunto encadeado de ideias. Mostra que a ideologia é um ideário histórico, social e político que oculta a realidade, e que esse ocultamento é uma forma de assegurar e manter a exploração econômica, a desigualdade social e a dominação política.
No capitulo segundo a autora inicia citando a Grécia antiga onde nascera uma das principais preocupações do pensamento ocidental, abordando questões relacionadas ao movimento e descrevendo o entendimento gregoriano em quatro pontos. Em continuidade a questão do movimento, a autora teoria das quatro causas, partida essa da afirmação de Aristóteles, que só há conhecimento da realidade quando a conhecimento da causa. Estas causas segundo a teoria, não possuem o mesmo valor e são concebidas como hierarquizadas, indo da causa menos valiosa a causa mais importante. A causa considerada a mais importante por Aristóteles é a final, pois entende-se pela finalidade de qualquer coisa, ao que foi destinada ela. Logo após é a causa formal, que baseia-se na natureza da coisa, a causa material, que é a propriedade tátil ou de constituição, e a causa considerada inferior é a motriz. A última era assemelhada ao trabalho escravo, que tem por objetivo apenas servir ao seu senhor, enquanto a causa mais nobre, a final, era relacionada aos senhores que tinham suas vontades saciadas pelo trabalho dos outros. Após esse episódio a autora mostra como nos séculos XVI E XVII Galileu, Bacon, Descartes e outros reduziram essas causas a apenas duas, dando à palavra “causa” o sentido atual do termo, e a teoria da causalidade passou então a definir-se apenas duas causas: “causa e efeito”.
Uma breve abordagem sobre o real, a autora identifica-o como decorrente de nossas experiências diretas e imediatas, que mos leva a imaginar que o real é feito de coisas, humanas ou naturais, que podem ser objetos físicos, psíquicos e culturais a partir do momento em que as notamos e vivenciamos. Como exemplo a autora utiliza uma montanha, a qual tem seu valor e importância instáveis, variando de acordo com os interesses e crenças do sujeito. Logo após encerra o capítulo afirmando que a história é o real, e o real é o movimento incessante pelo qual os homens instauram um modo de sociabilidade e procuram fixa-lo em instituições determinadas, produzem ideias ou representações com intuito de compreensão e explicação de sua própria vida individual, social entre outros. Em suma, uma série de representações construídas pelo próprio homem tenderão a esconder o real. Por fim, esse ocultamento da realidade social é o que se chama ideologia.
O terceiro capítulo remete a diversos momentos em que o termo “ideologia” foi sendo formado, a partir de pensadores diferentes. Auguste Comte, sociólogo e filósofo francês trouxe em seu “Curso de Filosofia Positiva” dois conceitos para o termo. O termo pode ser entendido tanto como a relação filosófico-científica, entre o ser humano e seu lugar na sociedade e a natureza, priorizando as sensações, como pelo conjunto de idéias de uma restrita época histórica, podendo esse ser “opinião geral” ou elaboração teórica dos pensadores da época. Ainda no mesmo, existe a visão de outro pensador, Émile Durkheim, também sociólogo. Nesse momento, o termo “ideologia” será designado a todo conhecimento da sociedade que não respeite os critérios de objetividade de Durkheim. Para ele, a regra fundamental da objetividade científica é a separação entre objeto de conhecimento e o sujeito que busca conhecer.
No quarto capítulo, a autora dedica-se a citar Karl Marx. O qual foi veemente influenciado pela dialética Hegeliana, a qual possui como norte o espírito subjetivo que é o de cada indivíduo, e o espírito objetivo que é a manifestação da idéia na história: sua expressão máxima é constituída pelo estado, que realiza a razão universal humana, síntese do espírito subjetivo e do objetivo no espírito absoluto. Este alcança o máximo do conhecimento de si mesmo, de maneira cada vez mais perfeita na arte, na religião e na filosofia. Assim, a dialética se converte na manifestação da mudança continua da realidade e do vir a ser do espírito absoluto. Para Marx o materialismo dialético não se traduz apenas no âmbito das idéias ou dos conceitos, mas é um instrumento que permite a compreensão adequada dos fenômenos históricos, sociais e econômicos reais. Ele entende a contradição como mola do processo histórico, tensão que o propulsiona e o faz progredir, em constante mudança e transição. As condições históricas e sociais reis colocadas por Hegel, para Marx chama-se luta de classes. A matéria para ele é a matéria social, isto é, as relações sociais entendidas como relações de produção, ou seja, como o modo pelo qual os homens produzem e reproduzem suas condições materiais de existência e o modo como pensam e interpretam essas relações.
O núcleo do pensamento de Marx encontra-se na idéia de que o trabalho alienado é aquele no qual o produtor não se pode reconhecer no produto de seu trabalho porque as condições desse trabalho, suas finalidades reais e seu valor não depende do próprio trabalhador, mas do proprietário das condições do trabalho. O fato de o produtor não se reconhecer no seu próprio produto, não o ver como resultado de seu trabalho, faz com que o produto surja como um poder separado do produtor e como um poder que o domina e ameaça. Como efeito, o trabalhador passa a ser uma coisa denominada força de trabalho, que recebe uma coisa chamada salário. O produto trabalhado passa a ser chamado mercadoria, que possui uma outra coisa, um preço. O proprietário das condições de trabalho e dos produtos do trabalho passa a ser uma coisa chamada capital, que por sua vez possui a capacidade de ter lucro. Desaparecem os seres humanos, eles existem sob a forma de coisas. O Estado é para Marx a forma pela qual os interesses da parte mais forte e poderosa da sociedade, as classes dos proprietários ganham a aparência de interesses de toda a sociedade. Ele é a preservação dos interesses particulares da classe que domina a sociedade. Ele exprime na esfera da política as relações de exploração que existe na esfera econômica. O Estado é, segundo Marx, a expressão política da sociedade civil enquanto em classes. Enfim, ele aparece como um poder desligado dos homens, como um poder cuja origem e finalidade permanecem secretos e que dirige os homens. Em se tratando da relação entre alienação e ideologia, a autora cita Marx e Engels, os quais asseveram que a ideologia não é um processo subjetivo consciente, mas um fenômeno objetivo e subjetivo involuntário produzido pelas condições objetivas da existência social dos indivíduos. A partir do momento em que a relação do indivíduo com sua classe é a da submissão de vida e de trabalho pré-fixadas, essa submissão faz com que cada indivíduo se converte numa parte, quer queira, quer não. A classe começa a ser representada pelos indivíduos como algo natural, com um fato bruto que os domina, como uma coisa que vivem.
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