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Resenha Guerra do Fogo

Por:   •  23/4/2019  •  Resenha  •  1.164 Palavras (5 Páginas)  •  298 Visualizações

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Guerra do fogo é um filme onde tenta representar como seria a formação da sociedade em 80.000 A.C que foi a época que ficou conhecida como "idade da pedra", onde a humanidade não era desenvolvida, tinham grandes semelhanças com os primatas, com grande quantidade de pelos por todas as partes do corpo, o que era uma forma de adaptação (evolução) para a sobrevivência nas temperaturas mais baixas. O filme apresenta três tipos de tribos distintas umas das outras, onde ele traz a disputa entre duas sociedades que entram em conflito pela disputa do fogo.

No filme podemos perceber a representação da concepção de Platão e Aristóteles a respeito da "Origem da Sociedade", já que Platão afirma que o homem busca viver em sociedade como um impulso natural e possui a necessidade de um "Estado" no caso do filme, esse papel é do homem mais velho da tribo, tido como um ancião, onde todos o respeitam e o seguem. Já Aristóteles, adepto da teoria Platônica, vai mais a fundo, segundo ele, além do homem ter um impulso natural para a vida em sociedade, ele a busca visando o bem comum e o seu próprio desenvolvimento no campo intelectual, moral e técnico, assim buscando a finalidade de sua existência.

Logo no início do filme mostra como eles dormem, um ao lado do outro, visando o bem de todos, tendo como objetivo a proteção contra-ataques de inimigos e para o aquecimento corporal, isto é um exemplo da ideia de formação da sociedade de Aristóteles.

Temos também, outra tribo que aparenta ser menos evoluída, que logo nas cenas iniciais tenta roubar o fogo da tribo principal do filme. Os integrantes desse grupo possuem aparência mais próxima dos primatas, assim como seus costumes que são mais semelhantes ao de animais, como o canibalismo, que é a prática de alimentar-se dos de mesma espécie. Nesta tribo podemos ligar a teoria dos contratualistas, onde afasta por completo da teoria naturalista, dizendo que não há impulso natural, o homem se associa a outros apenas por sua própria vontade. Também é nítido que eles não possuem uma pessoa para fazer o papel do "Estado" (um líder) para impor normas, fazendo com que se confirme a fala de Hobbes "o homem totalmente livre é egoísta (o homem é o lobo do próprio homem)" que quis dizer que o homem é capaz de cometer grandes atrocidades e barbaridades contra elementos da sua própria espécie. Mesmo com esses costumes selvagens vemos uma sociedade formada, mostrando que o homem não vive isoladamente por mais rudes que sejam.

Depois da tribo inimiga roubar o fogo, os neandertais tentam sobreviver sem o fogo, mas percebem que necessitam bastante dele, tanto para assar os alimentos quanto para se aquecerem nas noites frias. O ancião da tribo, decide enviar três pessoas para tentarem encontrar o fogo, só que outro trio demonstra interesse em fazer a busca, mas logo o líder se posiciona e decide que quem vai procurar são os de sua escolha, e assim o trio que opôs no primeiro momento, aceita a escolha de seu líder, assim mostrando a ideia de Platão quando ele fala que o “estado” atua como limitador da liberdade dos indivíduos membros da sua sociedade.

Nessa busca pelo fogo, vemos uma grande cooperação dos três indivíduos e preocupação com o próximo, nessas partes mostram claramente a ideia de Aristóteles quando o mesmo afirma que existe no homem a vontade de cooperação com o próximo, em busca de uma vida mais harmoniosa e mais justa. Ainda na procura, eles encontram um “acampamento” do grupo que roubaram o fogo deles, nesse acampamento eles encontram lenha queimada, mexendo nessa poeira deixada pela fogueira, um encontra um pedaço de carne e come, um tempo depois o outro acha um crânio humano, assim que o que estava se alimentando da carne vê aquele crânio, joga a carne longe e cospe imediatamente o que estava em sua boca. Neste trecho narrado notamos uma correlação entre o pensamento de Aristóteles quando ele fala que “o homem, entre todos os animais é o único que possui a razão, o sentimento do bem e do mal”. O homem percebe

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