Resenha - Guerra do Paraguai - Francisco Doratioto
Por: Edivania Moraes • 7/12/2016 • Resenha • 2.891 Palavras (12 Páginas) • 1.273 Visualizações
RESENHA
Segundo F. Doratioto o conflito de maior duração e mais mortífero travado na América do Sul foi a Guerra do Paraguai, que teve características inéditas devido as condições geográficas de seu território, sendo este um momento crucial do continente. Francisco Solano López, um grande ditador dos anos de 1866 atou por pouco mais de cinco anos o destino da população paraguaia que travou a guerra.
Porém só nos anos de 1970 que veio a predominar a seguinte teoria de que seu maior influenciador a Grã-Bretanha que visavam a abertura de mercado paraguaio para os seus produtos, que com isso usou o de tentativas para destruir o desenvolvimento autônomo do Paraguai, o Império do Brasil e a República Argentina, que em meados de 1862 além de existir um abismo político-ideológico com os dois países que disputavam território.
Durante os três anos de guerra na Cisplatina (1825-1828), por Brasil e Argentina houve interferência da Inglaterra que decretou que essa terra seria independente, e recebendo o nome de Uruguai, e o Brasil foi o primeiro Estado a reconhecer tal fato. Que após a sua independência surgiu dois partidos os Blancos que representavam os grandes proprietários de terra e com afinidades com os pecuaristas que se localizavam a outra margem do rio da Prata, e os Colorados, que sua base social principalmente os comerciantes de Montevidéu, que defendiam o livre comércio e a livre navegação pelos rios platinos.
Com isso em 1862 a diplomacia do Uruguai buscou alianças com o Paraguai, pois o presidente Berro estava cansado das ingerências do Brasil e da Argentina que possuíam interesses em comum nas questões platinas para haver equilíbrio de poder nas regiões, e assim gerou uma revolta iniciada de Venancio Flores, a diplomacia uruguaia se aliou ao Paraguai, uma ação nunca aceita por Solano López.
Para proteger os brasileiros instalados no Uruguai contra supostas violências feitas contra eles o império brasileiro ameaçou realizar uma intervenção militar como pretexto, mas Solano López não se agradou e ameaçou ter uma reação paraguaia caso ocorresse, meses depois as diplomacias brasileiras e argentinas estavam de acordo com a situação do Uruguai, convictos de que o Paraguai não iria muito além em suas ameaças as tropas brasileiras invadiram o território uruguaio em outubro de 1864 , enquanto o vice-almirante Tamandaré que estava sob comando duma esquadra de guerra apoiava avidamente a rebelião de Venancio Flores. Em dezembro 7.700 soldados paraguaios surpreenderam o império atacando o navio civil brasileiro Marquês de Olinda logo após partirem do porto de Assunção que estavam sem poder de combate.
Solano López garantiu sua retaguarda ao norte, e seu plano agora era avançar sobre o Rio grande do Sul em direção ao Paraguai para derrotar as tropas brasileiras lá instaladas que estavam em minoria. Em 1865 Venancio Flores se tornou presidente do Uruguai por intermédio do acordo de paz com o enviado brasileiro José Maria da Silva Paranhos, futuro presidente do Rio Branco.
Em meio as circunstancias Solano López não alterou seu plano original de formar um cerco iniciado por soldados paraguaios na província de Corrientes e uma outra que invadiu o Rio Grande do Sul, pois seu desejo era a de realizar uma guerra relâmpago que não ocorreu como o planejado, pois o poderio naval brasileiro logo se impôs e a marinha de guerra paraguaia foi praticamente destruída neste embate no rio Paraná próximo a foz do Riachuelo. Desde então, o Paraguai ficou submetido ao bloqueio eficiente, podendo fazer comercio através de contatos precários com a Bolívia.
Em 1 de maio de 1865 foi proposto uma aliança militar entre Argentina Brasil e Uruguai, do qual assinaram o Tratado da Tríplice Aliança. Esse tratado tinha a proposta de ir contra o Paraguai, mas havia a afirmação de que a guerra era de fato contra o poder de Solano López e não ao seu povo.
Como já se sabia de que o poderio terrestre era mais fraco por conta da demora de invasão de terras, as forças do General Flores ganharam das tropas do Major Duarte que fazia sua descida pelo rio Uruguai na batalha de Jataí. Sendo está a primeira derrota terrestre paraguaia dês de o início da guerra, e a rendição do Coronel Estigarribia a Pedro II pelas forças aliadas.
As expedições do Uruguai e de Comentes resultaram em um verdadeiro pesadelo para o Paraguai, devido as muitas tropas bem treinadas que se foram perdidas ou ficaram doentes.
Em meados de 1865 coube a maior responsabilidade ao Brasil de enviar tropas para a guerra por ser um pais com maior população e o único a possuir uma verdadeira Marinha de Guerra, mesmo assim não era fácil aos países da Tríplice Aliança organizar, treinar e levar um grande número de tropa até a fronteira com o Paraguai.
Contudo a conquista da capital inimiga era de fato a principal estratégia aliada, mas este objetivo restringiam os objetivos de invasão, pois devido as características do Paraguai, a única via de acesso era através da navegação no rio Paraguai para se chegar a Assunção. A longa duração do conflito é devida as vantagens defensivas de combate.
No início de 1866, sem ter acesso aos centros fornecedores de armas, Solano López já não podia mais vencer a guerra, devido a aliança ser superior demográfica e economicamente além de dispor de acesso marítimo ao resto do mundo, o seu intuito agora era o de romper essa aliança. Passados alguns messes em Tuiuti ocorreu a maior batalha travada na América do Sul, que na alvorada do dia 24 de maio de 1866 cerca de 24 mil paraguaios atacaram 32 mil aliados, e seu resultado foi desastroso para o lado paraguaio após as cinco horas de batalha devido ao elevado número de mortos e feridos que foram vencidos pelos aliados, que não se aproveitaram da vitória para promover uma ação rápida perante o inimigo.
Somente em setembro de 1866 se decidiu uma grande foi tomada contra Curupaiti pelos comandantes brasileiros e o General Venancio Flores. A fortaleza de Curupaiti era defendida por uma trincheira, com diversos atributos de dificuldade a se invadir, e em seu interior parte dos canhões eram apontados entre rio e terra, que somente no dia 22 a Esquadra brasileira bombardeou durante horas, mas a artilharia continuou ilesa. Tamandaré acreditando que o ataque fora bem-sucedido deu sinal liberando os 20 mil aliados, devido as condições climáticas da noite anterior as tropas foram retardadas pelo barro da localização, sendo alvos fáceis para serem dizimados. Devido a derrota em Curupaiti o comando aliado ficou abalado e inviabilizou de vez a relação entre Mitre e Tamandaré.
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