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Resenha do Filme: As Duas Faces de Um Crime

Por:   •  13/10/2018  •  Resenha  •  1.115 Palavras (5 Páginas)  •  898 Visualizações

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UNIVERSIADE REGIONAL DO CARIRI – URCA

CENTRO DE CIENCIAS SOCIAIS APLIACADAS (CESA)

DEPARTAMENTO DE DIREITO

Maria Isabella Alves Facundo

Análise do filme “As duas faces de um crime”

Crato – CE

2018

O filme “A duas faces de um crime” lançado no dia 3 de abril de 1996 (EUA) com título original “Primal Fear” e direção de Gregory Hoblit, conta em seu enredo que se passa na cidade de Chigaco, o caso de assassinato do arcebispo Richard Rushman (Stanley Anderson), morto a sangue frio com 78 facadas, e o decorrer da resolução e julgamento do caso pelo poder judiciário.

Como principal suspeito de tal crime temos o garoto de apenas 19 anos Aaron Stampler (Edward Norton), ex-morador de rua, acolhido pelo arcebispo ainda jovem, que alega o amar como uma figura paterna, porém, que é o único e principal suspeito, pois, estava na cena do crime coberto de sangue e foi abordado pelos policiais enquanto fugia logo em seguida ao acontecimento. O famoso advogado de defesa criminal Martin Vail (Richard Gere) que acha aparentemente excitante ser o centro das atenções, e por oportunismo, assume a defesa de Aaron. Este mesmo alega a inocência e cita que sofre de apagões, por isso não se lembra com exatidão do momento, mas, que havia uma terceira pessoa no local do crime. Acreditando que o ato não foi cometido pelo garoto e buscando embasar sua defesa Martin adiciona um acompanhamento psicológico para o acusado, que fica nas mãos da inexperiente Dra. Molly Arrington (Frances McDormand). A psicóloga se mostra simpática em sua participação dentro do caso, porém, inicialmente já mostrava indícios da falta de uma linha divisória entre ser exclusivamente profissional ou deixar se envolver afetivamente no caso, o que pode atrapalhar e atrapalhou o progresso da mesma. Enquanto a construção do laudo ocorre, o advogado trabalha de maneira igualmente equivocada e adentrando o universo do sensacionalismo. Revisando todos os argumentos para que seu cliente saia como vitorioso do tribunal. A ponto de roubar um item da cena do crime, buscar artimanhas para manipular os jurados e armar estratégias para que as provas por ele encontradas fossem usadas pelo lado acusador, de modo que beneficiasse a sua parte, além de usar o tribunal como palco de vinganças pessoais e instigações amorosas.

Não esquecendo de destacar que na fita roubada da cena do trágico acontecimento continham cenas de conteúdo sexual gravadas, dirigidas e roteirizadas pelo arcebispo, entre Aaron e sua namorada, além da participação de um amigo do casal, o que em uma análise superficial aumenta as suspeitas de Aaron ser o autor do hediondo crime.

No decorrer da construção laudo, a Dra. Arrington, que está trabalhando com indução por meio de perguntas, o que pode de alguma forma mudar as respostas originais que poderiam ser dadas pelo garoto. Além de realizar sessões cansativas e estressantes, porque, a mesma continua fazendo perguntas mesmo sabendo que o jovem não está gostando, e já tendo solicitado a interrupção da sessão. Em muitos momentos utiliza rótulos não adequados para se referir a Aaron, não obstante que em seus relatos o paciente expõe ter sofrido abusos ao decorrer de toda sua vida, iniciando por seu pai. E a psicóloga leva em consideração para o laudo, sem ao menos checar ou fazer uma pequena investigação. O que a leva para a imparcialidade e a formação de fatos pretensiosos, pois, começa a exercer um poder julgador e acreditar que em uma visão psicológica o acusado não era verdadeiramente culpado, já que o réu começa a apontar um forte traço de transtorno de dupla personalidade.

Ao vivenciar a outra face de Aaron, que se apresentava pelo nome de Roy, o advogado entra em uma crise existencial, já que o mesmo presenciou uma de suas aparições, na qual o lado obscuro do réu confessa ser o autor de tal atrocidade. Como salvar o pobre e doente Aaron do crime cometido por seu lado inconsciente e sombrio? pensa Martin, e logo visualiza um plano para que seu cliente seja visto como refém e verdadeira vítima da situação, e mesmo sem ao menos pensar em citar tal argumento no início do processo, se vê com carta da insanidade na manga. E não vai medir esforços para joga-la.

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