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Resenha do livro Matar ou Morrer

Por:   •  8/9/2015  •  Resenha  •  1.453 Palavras (6 Páginas)  •  796 Visualizações

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Curso de Graduação em Direito

Valéria Argolo Couto







Resenha Crítica

(Matar ou Morrer, o caso Euclides da Cunha.)








Santo Antônio de Jesus - BA

2015

Valéria Argolo Couto







Matar ou Morrer, o caso Euclides da Cunha.

                                         Orientadora: Zully Borges










Santo Antônio de Jesus - BA

2015

Matar ou Morrer o caso Euclides da Cunha, uma obra de autoria de Luiza Nagib Eluf, publicada pela editora Saraiva em 2009 trás em sua narrativa a historia de vida, morte e pós morte de Euclides da Cunha e sua família, dando ênfase ao processo judicial resultante de seu homicídio, colocando em evidência a sociedade do início do século XX, seus costumes, regras e valores que ao longo da narrativa são expressos detalhadamente possibilitando ao leitor um conhecimento mais amplo da área do Direito e da biografia de um intelectual de renome, conhecido por suas obras literárias de relevante importância, cuja principal é Os Sertões.

A narrativa se inicia com o casamento entre jovens impelidos por uma paixão ardente que se deu a primeira vista, ela de família tradicional ele ex. militar, expulso da escola por ato de insubordinação. Após o seu casamento e o nascimento de seus três filhos, sua primeira filha morre aos quatro meses por varíola, Euclides se lança em viagens constantes ao interior do Brasil trabalhando para o jornal Folha de São Paulo, narra a guerra de Canudos no livro Os Sertões que consagrou sua carreira de escritor.

Devido a estas longas viagens seu casamento entra em crise, sua esposa Anna vive no Rio de Janeiro criando seus filhos com a ausência de um pai e de um marido, passando por serias dificuldades financeiras, as desavenças são nítidas todas as vezes que o casal se encontra e isso leva Anna a se envolver em um outro romance enquanto seu marido estava fora com um rapaz 13 anos mais novo, Dilermando de Assis 17 anos de idade, engatam em uma paixão mútua  e passam a morar na mesma residência, até que seu marido retorna ao Rio de Janeiro e Dilermando se afasta. Insatisfeita com seu casamento, por muitas vezes Anna pede o divorcio que não é concedido pelo seu marido, mesmo sabendo da relação existente entre Anna e Dilermando. Poucos dias depois surge a notícia de gravidez de Anna, já não havia como disfarçar a barriga crescendo, mulher casada agora grávida do amante que se encontrava fora da cidade em uma viagem. Em meio a brigas conjugais nasce Mauro, na certeza da infidelidade Euclides passa a agredir Anna de todas as formas possíveis, o filho morreu sete dias após o nascimento.

Dilermando vem ao Rio de férias e ao saber da situação de sua amada logo a procura e reacende-se o fogo da paixão existente entre ambos, neste reencontro ela engravida novamente de seu amante, quando nasce Luiz, Dilermando retorna ao Rio e desta vez para ficar, Anna abandona seu casamento e vai ter com Dilermando. Enfurecido e impregnado de ódio Euclides decide ir atrás do casal, com o intuito de “Matar ou morrer”, afim de resgatar sua honra e moral. Ao chegar a casa em que estava o casal, vai direto ao encontro do amante de Anna, onde inicia-se um tiroteio devastador. Entre palavras ofensivas e tiros, Dinorah, irmão de Dilermando, entra no confronto a fim de controlar Euclides e acaba sendo atingido, neste confronto, todos são atingidos, mas o desfecho foi trágico para Euclides que acabou perdendo a sua vida.

A repercussão do caso foi grandiosa, todos julgavam Anna culpada pela morte do marido, devido a sua infidelidade, a mesma preferiu se calar diante da situação, seus filhos com Euclides  foram tirados de si e ficaram na companhia de familiares do pai, Dilermando a principio foi preso o que não durou muito tempo, o mesmo constituiu seus patronos os melhores criminalistas da região, Evaristo de Moraes, Álvaro da Silva Porto e Caetano Delamare Garcia. Deu-se inicio ao inquérito policial, foram ouvidas as testemunhas e posteriormente o réu que alegou a todo o tempo legítima defesa. Posto a júri popular, primeiramente houve empate o que absorvia o réu, porém houve uma contradição no voto de um dos jurados pois o mesmo que votou em m crime por motivo reprovável também votou por legitima defesa, fazendo assim cabível o recurso por parte do promotor que foi deferido e anulou o júri, no segundo júri o réu novamente foi absorvido por maioria dos votos.

Ao sair da prisão Dilermando e Anna se casaram, pouco depois seu marido foi transferido da capital e ela o acompanhou, deixando seus filhos do primeiro casamento sob tutela de Nestor da Cunha, que procurava afastar os filhos da mãe por não ver a mesma com bons olhos. Manoel Afonso foge do colégio militar que Nestor o havia colocado e vai ao encontro de sua mãe, devido a essas circunstancia o juiz convoca as partes para que haja uma troca de tutor atendendo ao pedido de Manoel, nesta mesma ocasião o advogado de Nestor salienta que Euclides Filho andava muito nervoso e neurastênico com a situação de ver seu irmão na mesma casa do assassino de seu pai. No dia 4 de junho de 1916 Dilermando encontrava-se no cartório lendo o oficio expedido pelo juiz a respeito da tutela de Manoel quando de repente foi atingido por um tiro, assim que pode virar-se percebeu que tratava-se de Euclides, na tentativa que alguém o impedisse de continuar a agressão, Dilermando tentou se esquivar, mas ao ver que seria atingido novamente deflagrou um tiro contra o meliante que o levou a óbito no mesmo instante. Isto levou Anna a principio a ódio de seu marido, mas ao rever a situação viu que ele nada mais fez que se defender.

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