Resenha do livro: O Harém de Kadafi
Por: izabellemaia • 28/8/2018 • Trabalho acadêmico • 1.637 Palavras (7 Páginas) • 642 Visualizações
UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
Curso de Graduação em Direito
Ariane de Oliveira Lima; Beatriz Santos Ferreira Botelho; Cárita Carolina Gomes Boaventura; Izabelle Dalvi de Souza Maia; Larissa da Silva Souza; Ranna Clara Rodrigues Faria de Miranda
RESUMO EXPANDIDO COM BASE NO LIVRO HARÉN DE KADAFI
RIO DE JANEIRO
2018
RESUMO
O presente trabalho é um resumo expandido do livro “O Harém de Kadafi”, escrito por Annick Cojean, jornalista francesa, e publicado pela Editora Versus. O livro é uma biografia que relata as experiências vividas por Soraya, que, aos 15 anos de idade, foi uma das adolescentes escolhidas para compor o exército de amazonas, as falsas guarda-costas que não passavam de mulheres abusadas e mantidas reféns para satisfazer as loucuras sexuais de Kadafi. Esse trabalho tem como objetivo, retratar os abusos sofridos por Soraya, os direitos violados e suas consequências.
Palavras-chave: Kadafi. Abusos. Direitos violados. Consequências.
INTRODUÇÃO
O harém de Kadafi trata sobre um terrível ditador da Líbia, que transformou a vida de todo um país, destruindo suas mulheres e a honra de seus homens. A história é verídica e trata de algumas mulheres e suas experiências na vida. Mas o maior e mais chocante relato é sobre a vida de Soraya, uma pobre garota que como muitas e possivelmente milhares de outras garotas líbias, teve sua vida destruída pelo comandante de seu país, Muamar Kadafi.
À época dos fatos, o que boa parte da sociedade Líbia não sabia, ou preferia se omitir a respeito, é que o que parecia ser uma atitude inovadora de ter um exército formado somente por mulheres, embasado no discurso de “igualdade de gêneros”, era apenas uma desculpa para que o ditador praticasse todas as suas perversidades misóginas, que iam de tortura psicológica à violência sexual. E assim se seguiu durante os 42 anos em que se manteve no poder, até sua morte em 2011.
De modo geral, o livro retrata não só as atrocidades cometidas por Kadafi, como também a transformação de uma adolescente de coração puro e genuíno, com sonhos e expectativas, em uma mulher apática e negligenciada. Soraya é apenas a representação de todas as mulheres líbias que, assim como a mesma, foram retiradas de suas respectivas casas e famílias, escolhidas a dedo por Kadafi, no intuito de servirem como escravas sexuais. Uma, entre tantas outras.
Diante do exposto, o trabalho trará uma análise a respeito dos direitos humanos violados, em tempos não tão remotos, com base na Declaração Universal de Direitos Humanos da ONU, bem como desenvolverá os principais relatos colhidos pela jornalista Annick Cojean em sua estadia pela Líbia.
DESENVOLVIMENTO
Tendo como base a Declaração Universal dos Direitos Humanos, relataremos a seguir os direitos violados no Livro, que é o objeto de estudo de nosso trabalho.
A Líbia, situada no continente africano, é uma sociedade muito religiosa e conservadora. Na era de Kadafi, a população Líbia sofria com uma ditadura fortemente enraizada na cultura desses povos há muitos anos. As pessoas as quais Kadafi as mantinham sob seu comando, eram vítimas de violência sexual, decadência moral e social, e privação de liberdade.
O principal direito violado por Kadafi, indubitavelmente é o direito à integridade física e psicológica. Kadafi governava o país, era dono de suas próprias regras, e em oculto ele humilhava e submetia mulheres e homens a condições desumanas. Ele sancionava e premiava, a seu critério, pessoas a ter relações sexuais com ele de forma forçada. Sendo a Líbia um país conservador, pouco se falava sobre o assunto, mas Kadafi, o líder daquela nação, era um violador de direitos e de pessoas de ambos os sexos.
De acordo com os relatos de Soraya, Kadafi forçava suas escravas a beber uísque, usar drogas como a cocaína e a fumar, puramente porque lhe dava prazer, sem contar que ele fazia seus prisioneiros participarem de orgias, para o agrado do “Guia”.
Antes de estuprá-las, Kadafi muitas vezes as espancava com golpes e urinava sobre suas escravas, além de mordê-las, causando-lhes até hematomas. Além disso, elas eram mantidas privadas de sua liberdade, perdendo todo o contato com os outros membros de sua família.
Kadafi violava o artigo V e o artigo XII da Declaração Universal dos Direitos Humanos:
“Artigo V: Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.”
“Artigo XII: Ninguém será sujeito à interferência em sua vida privada, em sua família, em seu lar ou em sua correspondência, nem a ataque à sua honra e reputação. Todo ser humano tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.”
Soraya, a personagem principal do livro relata que seu convívio na casa de Kadafi era totalmente humilhante. O líder do povo escolhia mulheres e homens na sociedade, e os mantinham presos em sua casa, ou seja, além de violentar pessoas, ele restringia a liberdade de quem ele escolhesse para viver como subordinado em sua casa. Ferindo assim, o direito à liberdade, protegido pelo artigo III da Declaração Universal dos Direitos Humanos:
“Artigo III: Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal”
É importante observar que o país de onde Soraya vem, tem como raiz uma sociedade onde mulheres e homens estuprados guardam para si seus traumas, a fim de proteger a sua família da vergonha e humilhação de se ter um parente impuro. Kadafi se garantia no fato de que essas pessoas jamais procurariam seus direitos, pois ninguém falava sobre isso ou dava explicações, porque viviam em uma verdadeira ditadura e se voltar contra o líder do país e seus militares, não era uma alternativa muito inteligente, pois, além do medo da punição que sofreriam, quando uma mulher era estuprada na Líbia, para sua família era motivo de desonra. E quem, numa sociedade como esta, admitiria publicamente ter tido relações com Muamar Kadafi, ainda que coagida? O estupro é a maior abominação para o líbio. Para manter a honra da família, preferem matar a mulher que tenha sido abusada sexualmente. Para elas, em contrapartida, serem deixadas vivas poderia ser um castigo pior.
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