Resenha Livro Do Sintaxe Da Linguagem Visual

Dondis em seu livro “sintaxe da linguagem visual”, tem como objetivo “ser um manual básico de todas as comunicações e expressões visuais, um estudo de todos os componentes visuais e um corpo comum de recursos visuais” resumindo os aspectos que envolvem a comunicação visual, tratando conceitos e exemplos a respeito de Gestalt, semiótica, cor e etc. Proporcionando ao leitor um alfabetismo visual possibilitando que o mesmo possa desconstruir obras visuais, percebendo seus elementos constitutivos, tornando possível a construção de novas obras baseadas em sua analise, se tornando apto a navegar com mais desenvoltura pelo universo de signos visuais da contemporaneidade.

“o modo visual constitui todo um corpo de dados que, como a linguagem, podem ser usados para compor e compreender mensagens em diversos níveis de utilidade, desde o puramente funcional até os mais elevados domínios da expressão artística” (DONDIS, 2003). Possibilitando a relação entre os elementos estéticos visuais de tribos urbanas relacionadas ao skate e ao hip hop, para o desenvolvimento de estampas relacionadas com os mesmos, tendo como objetivo estimular a conscientização e reflexão social, através de características e elementos visuais presente nos coletivos.

Segundo a autora a primeira experiência de aprendizagem de uma criança ocorre através do reconhecimento através do tato, olfato, audição e paladar em contato com o meio ambiente, sendo esses sentidos são intensificados pelo plano icô-nico – a visão, “processo que requer pouca energia; os mecanismos fisiológicos são automáticos no sistema nervoso do homem”, possibilitando o recebimento de uma enorme quantidade de informações em um simples olhar, responsável por organizar as necessidades, prazeres, preferências e temores, podendo ser aperfeiçoado no processo básico de observação ou transformado em um instrumento de comunicação.

Dondis afirma que “não é difícil detectar a tendência à informação visual no comportamento humano”, que geralmente se busca um reforço visual de conhecimento, devido à proximidade da experiência real como exemplo a planta arquitetônica de uma construção ou maquetes que possibilitem visualizar o objeto em 3D, ou ate mesmo a simples ação de preferir assistir um jogo de futebol pela televisão ao ouvir pelo radio.

Conhecimento visual e linguagem verbal

“visualizar é ser capaz de formar imagens mentais”, como por exemplo, nossa memoria, pode nos lembrar de caminhos e coisas que vimos a muito tempo atrás e construir mentalmente objetos ou rotas para chegar a um determinado lugar sem ao menos ter saído da posição inicial. De um modo mais misterioso através do salto criativo ou síndrome de heureca podemos pré visualizar ou visualizar algo que nunca vimos antes.

A evolução da linguagem deu-se a partir de imagens buscando uma comunicação mais eficiente, passando pelos pictogramas, cartuns auto explicativos e unidades fonéticas ate chegar ao alfabeto. Funcionando como meio de armazenamento e transmissão de ideias.

Autora afirma que a linguagem e o alfabetismo não são a mesma coisa, ser capaz de falar uma língua é muito diferente de alcançar o alfabetismo através da leitura e da escrita, ainda que possamos aprender a entender e a usar a linguagem em ambos os níveis operativos. Mas só a linguagem falada evolui naturalmente. O alfabetismos verbal, o ler e o escrever, devem ser aprendidos ao longo de um processo dividido em etapas. Iniciando com um sistema de símbolos que representam determinados sons. O último passo para se chegar ao alfabetismo verbal envolve a aprendizagem da sintaxe comum, o que nos possibilita estabelecer os imites construtivos em consonância com usos aceitos, o alfabetismo verbal quando dominados nos possibilita ler, escrever, expressar e compreender a informação escrita.

Alfabetismo