Resumo do livro Pecar e Perdoar
Por: 99640184 • 23/5/2017 • Trabalho acadêmico • 3.574 Palavras (15 Páginas) • 708 Visualizações
Capítulo 1 – O prazer de normar e o afã de pecar (p.17-42)
Desde o passado até atualmente as religiões estão no alicerce da concepção de sociedade que se elabora. Na Bíblia esta narrada uma história criada pela tradição judaica e cristã, a qual é a narrativa do primeiro pecado que surgiu através de Adão e Eva.
Adão esta no centro do jardim maravilhoso conhecido como jardim do Éden, ensinando que todos são filhos do mesmo Pai. Uma forma de equilíbrio declarado por Deus é o atributo da misericórdia e da justiça. Surgindo deste modo a primeira norma, antes mesmo da criação de Eva “não comer da árvore da vida”, trazendo consigo o primeiro código penal “no dia em que comeres dela, morrerás”, ou seja, criar uma punição antes da infração indica que já se sabe da inobservância da regra. Assim, o erro, o pecado, a infração são criados pela mesma norma que os criou, de modo que o legislador estaria com vontade de exaltar a regra e sua sabedoria.
Com a criação de Eva aparece a serpente, seduzindo-la com a tentação do fruto proibido, parecendo com que a inteligência fosse associada ao pecado. Desta maneira Eva é o modelo humano, no qual não se precisa que diga o que é certo ou errado, pois se age errado com consciência do erro, ou seja, o erro nasce do prazer imediato que se antecipa as conseqüências.
O primeiro erro é uma maneira de idolatria, dentro da qual está inserida a desobediência do que é certo. O segundo erro foi Adão e Eva comerem o fruto proibido da árvore do conhecimento. Queriam o conhecimento de uma hora para outra pela vaidade de possuí-lo, contudo, sabe-se que o conhecimento é gerado pelo esforço, pelo aperfeiçoamento. Mesmo com todas as punições pelo erro, ainda existe um Ser Misericordioso que perdoa, fazendo túnicas de pele para vesti-los antes se serem expulsos do paraíso.
Adão e Eva tiveram filhos, Caim e Abel formando a primeira família humana. O primeiro homicídio nasceu de uma disputa de afeto entre os irmãos pelo oferecimento de frutos e ovelhas a Deus. Deus olhou para o sacrifício de Abel e não de Caim, instalando-se o ressentimento no coração do primeiro filho. Caim matou o irmão e como sinal de Deus passou a errar pela Terra vagando pelo mundo.
Os homens erravam sem ao menos existir um código, mesmo não existindo o código a punição surgia mesmo assim, fazendo com que se multipliquem as regras à medida que se perde a fé na sua eficácia, assim, legislar é uma forma de controle, pois o moralista legisla sobre o pecado com orgulho de não ser pecador. Diferentes concepções da graça e do pecado humano não mudaram o afã de normar. Jesus nos Evangelhos é a proclamação da vitória do amor e da compaixão sobre a frieza da lei.
Será um legislador moralista quando: orgulhar-se de ser fiel à sua família; ser de esquerda e apoiar causas boas de reforma agrária; ser conservador e exaltar as virtudes do trabalho metódico; ser vegetariano e ecologista e estudar diariamente. Ao criar a regra, inventa-se o pecado e fica feliz por não pertencer ao “bando de perdidos”, sendo o furor de quem julga o medo de ser igual.
O pecado esta entre os heróis da virtude, como na história de Noé e sua família, em que construiu uma arca porque haveria um dilúvio por conta da humanidade estar pervertida e Deus decidiu acabar com tudo, menos com a família de Noé e um casal de cada espécie de animal para que após o dilúvio pudessem construir um mundo novo sem pecados, sendo a fé uma entrega sem provas. Após o dilúvio Noé planta uma vinha e se embebeda, ficando pelado na sua tenda, quando seu filho Cam o vê ataca-o sexualmente, sendo o livre-arbítrio que permite que cada um opte pela virtude ou pelo pecado.
Capítulo 2 – As formas da infração e os códigos. (p. 43-65)
É uma maneira de enumerar o que pode e o que não pode para a vida do fiel os mandamentos concedidos a Noé e posteriormente o Código dado a Moisés, de modo que crer dentro de uma instituição é ordenar. Assim, os códigos são criados para que o indivíduo não customize.
Nos dez mandamentos os três primeiros são sobre a relação do homem com Deus, amando-o sobre todas as coisas, não tomar seu santo nome em vão e guardar domingos e festas. Já a partir do quarto até o décimo são normas para as relações entre os homens, honrar pai e mãe, não matar, não pecar contra a castidade, não furtar, não dar falso testemunho, não cobiçar as coisas alheias. Desta maneira a Bíblia foi sendo apropriada por outros homens e sociedades para se adequar em cada época.
Jesus anuncia a importância do amor Aquele que está acima (Deus) e ao que está ao lado (próximo), pois amar ao próximo é ver no outro a presença de Deus. Contudo, a história cristã é uma história de crimes pela Inquisição católica onde a carta de Lutero recomendava a morte dos judeus, os calvinistas enforcarem os supostos feiticeiros em Salem, entre outros.
Os pecados geram outros pecados, sendo um pecado-semente que germina os vícios. O comportamento humano liga pouco para as regras fixas e tipologias havendo necessidade de ser domesticado e padronizado no vício e na virtude.
Lúcifer era orgulhoso e um belo portador de luz, por ser vaidoso enfrentou a Deus se separando da comunhão com o mesmo, porém, a batalha foi vencida pelos anjos fiéis.
O ser humano peca porque aposta no presente e despreza o futuro, pelo gosto do prazer imediato.
Antão renunciou seus bens terrenos para se dedicar a sua fé indo para o deserto fazer penitência, onde seguia firme sem cair em tentação. Contudo, o demônio fazia de tudo para seduzi-lo, oferecia imagens de comidas, tentava distraí-lo, mas ele não se deixava abalar, porém, o demônio fingiu desistir de tentá-lo, fazendo com que Antão agradece a Deus por se tornar santo, sendo vencido pelo pecado do orgulho de si mesmo.
Assim como Antão, Francisco de Assis também renunciou todo o conforto e luxo de sua casa para viver sua vida religiosa, fundando sua ordem no amor à pobreza e à simplicidade. Entretanto com o crescimento da instituição começava a escapar do seu legado de pobreza, e o mesmo procura sua seguidora Clara que lhe mostrou que seu descontentamento era pelo fato de ainda não ser pobre querendo deixar um bem para os outros, a ordem santa e pobre. Sendo o primeiro pecado capital o orgulho, como forma de idolatria, venerando uma criatura e não o Criador.
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