Resumo livro Cultura: um conceito antropológico, Roque de Barros Laraia
Por: Isadora Zimiani • 6/3/2017 • Trabalho acadêmico • 698 Palavras (3 Páginas) • 2.476 Visualizações
LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. 24 ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2001.
Resumo
As diferenças culturais ainda que tenhamos a mesma unidade biológica sempre despertou o interesse da antropologia. Roque Laraia em sua obra: “Cultura: um conceito antropológico” vai tratar sobre o assunto primeiramente abordando o conceito didático de cultura utilizando como apoio a idéia de vários autores nacionais e internacionais como exemplo. Vai refutar o determinismo biológico e geográfico como determinantes da cultura de um povo, e convence através de estudos e análises históricas que a cultura pode se desenvolver de formas diversas em qualquer lugar do mundo, sejam eles próximos ou não .
Segundo o autor, o comportamento dos indivíduos depende de um processo denominado endoculturação. Ou seja, um menino e uma menina agem diferentemente não em função de seus hormônios, mas em decorrência de uma educação diferenciada, uma vez que, a divisão sexual de trabalho mostra que ela é feita culturalmente e não biologicamente. O autor também mostra que é possível existir uma grande diversidade cultural em um mesmo ambiente. Da mesma forma que todos os grupos étnicos possuem o mesmo nível de aptidão mental sendo totalmente equivocada a idéia de que uma etnia é superior a outra.
Após mostrar que as diferenças entre os homens não podem ser explicadas devido ao seu aparato biologico ou pelo meio ambientes, o autor vai discorrer sobre os antecedentes históricos do conceito “Cultura” sendo Edward Tylor o responsável pelo primeiro conceito. A esta sucedeu centenas de definições que confundiram e ampliaram os limites do conceito. Por isto, diz o autor, uma das tarefas da antropologia moderna é reconstruir o conceito de cultura, fragmentado por diversas definições.
Tylor, segundo Laraia, definiu cultura como sendo todo o comportamento aprendido, tudo aquilo que independe de uma transmissão genética. Além disso, procurou demonstrar que a cultura pode ser objeto de estudo sistemático, pois se trata de um fenômeno que possui causas e regularidades, permitindo um estudo objetivo e uma análise capazes de proporcionar a formulação de leis sobre o processo cultural. Para enfatizar e ampliar o conceito, Turgot vai afirmar que o homem é capaz de assegurar suas idéias eruditas, comunicá-las a outros, e partilhar aos seus descendentes como uma herança sempre crescente.
No que se refere à origem da cultura, Laraia busca a resposta em diversos autores, os quais apresentam explicações de natureza física e social para a origem de cultura. Algumas delas alegam que a cultura surgiu espontaneamente enquanto outros dizem que o salto da natureza para a cultura foi algo extremamente lento e contínuo. Em seguida, apresenta várias teorias modernas sobre cultura e o finaliza dizendo que para uma compreensão exata do conceito desta é necessário compreender a própria natureza humana.
Mostram-se no livro diversos exemplos de como o ser humano, em decorrência da cultura, pode ter comportamentos diferentes, possuindo o mesmo aparato biológico. Porém, muitas vezes o individuo julga sua cultura superior as outras, “mais evoluída” levando a um pensamento etnocêntrico no qual há visões negativas dos padrões culturais de povos diferentes, uma vez que, culturas distintas possuem formas diferentes de enxergar o mundo. A perda de referencias culturais por sua vez, pode levar a apatia comprometendo o funcionamento do organismo e levando a morte. Isto mostra que a cultura influência em questões biológicas mais complexas, determinantes de saúde e de sobrevivência.
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