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Teoria economica de Keynes

Por:   •  17/7/2017  •  Artigo  •  2.596 Palavras (11 Páginas)  •  248 Visualizações

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A ESCOLA KEYNESIANA: SUAS CONTRIBUIÇÕES E IMPACTOS NA ESFERA ECONÔMICA

RESUMO

É atribuída às teorias de John Maynard Keynes uma grande revolução no pensamento econômico do início do século XX, suas ideias produzidas como resposta a crise do liberalismo clássico tornaram-se lugar comum entre os países capitalistas desde a década de 1930 até o meio da década de 1970 e são responsáveis pelo desenvolvimento de importantes teses sociais, econômicas e políticas que permanecem em vigor como o liberal socialismo, os estados de bem-estar social e a macroeconomia. O presente artigo visa desenvolver um apanhado da escola keynesiana desde suas origens às suas derivações atuais.

Palavras-Chave: Keynes, Economia, Macroeconomia.

1 INTRODUÇÃO

A economia tornou-se um campo próprio de estudo pela primeira vez em 1776 quando da publicação por Adam Smith da obra An Inquiry into the Nature and Causes of the Wealth of Nations (1776; Uma investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações), era então do mais completo tratado sobre economia já publicado tal como primeiro a abordar a ciência econômica separada da filosofia e política.

Noções econômicas claramente não eram estranhas ao tempo da obra de Adam Smith, tendo acompanhado a humanidade desde a aurora das civilizações, dos filósofos da antiga Grécia ao recente desenvolvimento do mercantilismo a preocupação com a manutenção do sistema de valor e da produção sempre foram essenciais ao funcionamento das comunidades, a grande diferença repousa no fato pela primeira vez esta recebia um estudo exclusivo e elevava-se ao patamar de ciência.

As ciências econômicas mostram-se um conjunto heterogêneo de escolas e teorias, muitas vezes opostas, que está em um constante processo evolutivo com a criação de novas teorias e o abandono de antigas praticas. As ideias de Smith e seus asseclas deram origem à primeira grande escola econômica: a Escola Clássica, ou liberalismo clássico, suas políticas de laissez faire foram adotadas por muitos países tornando o liberalismo a mais difundida escola econômica do século XIX e primeiras décadas do século XX, e até então única forma reconhecida de pratica do sistema capitalista.

Seus dogmas foram pela primeira vez contestados por Karl Marx no desenvolvimento do que viria a ser sua própria escola econômica, o Marxismo, seu grande opositor e considerado o divisor de aguas no campo econômico pois define não apenas pensamentos diferentes, mas todo um sistema social, político e econômico em contraste com o vigente regime capitalista, estes tornaram-se as grandes correntes das quais as atuais escolas econômicas derivam, ou mesmo mesclam praticas advindas do sistema rival gerando o que são chamadas de economias mistas.

Em 1929 o sistema liberal entrou em colapso, os mercados provaram-se incapazes de auto regulação e as nações capitalistas estavam defronte à maior crise interna que já haviam enfrentado. Viram-se, então, obrigadas a emprestar conceitos da ideologia rival socialista como meio evitar sua ruína, tais medidas foram adotadas em planos econômicos como o americano New Deal e o plano alemão de Hjalmar Schacht, ambos de caracteres intervencionistas e utilizadores de benefícios sociais.

Foram tais mudanças nas economias capitalistas que inspiraram o britânico John Maynard Keynes a compor sua obra The General Theory of Employment, Interest and Money (Teoria geral do emprego, do juro e da moeda) na qual ele teorizava e racionalizava as medidas postas em pratica pelos governos durante a grande depressão. Foi da publicação de seu livro que teve origem sua própria escola de pensamento econômico, o Keynesianismo, uma corrente que rivalizava o antigo liberalismo e aplicava princípios advindos do marxismo no sistema capitalista visando o objetivo maior do bem estar social no que seria mais tarde chamado de social democracia ou liberal socialismo.

2 A ESCOLA KEYNESIANA

Cunhado em meio ao colapso da antiga Escola Clássica como uma renovação do capitalismo o pensamento Keynesiano é considerado hibrido, ainda que sua maior parte venha do capitalismo, aplicando medidas intrinsicamente socialistas de intervenção estatal como meio de controle do mercado capitalista. A rivalidade política não permitia que o bloco capitalista abertamente abraçasse as ideias Marxistas de tal forma que mesmo as leves mudanças acarretadas pelo plano de Franklin Roosevelt lhe renderam acusações de “socialista”, alguns anos depois Keynes sofreria das mesmas acusações ao propor sua teoria.

O primeiro exemplo de um sistema de economia mista que misturava elementos capitalistas e socialistas no mesmo sistema econômico o Keynesianismo provou-se fundamental na recuperação do mundo capitalista pós crise de 29 e segunda grande guerra, a aplicação de suas ideias serviram como precursor do conceito de estado de bem estar social que vigorou até meados dos anos 70 quando foi enfraquecido pelo crescimento do pensamento neoliberal.

2.1 Seus Princípios

Eram preceitos fundamentais da teoria de Keynes: o protecionismo econômico, a intervenção estatal em áreas econômicas onde a iniciativa privada não pode ou não tem interesse de atuar, a intervenção do estado através de políticas fiscais e a necessidade do Estado para aquecer a economia em tempos de crise. Keynes jamais advogou a estatização da economia nos moldes soviéticos, como atacavam seus críticos, para Keynes a função do estado na economia não era concorrer com a iniciativa privada e sim suprir sua ausência quando necessário.

O princípio básico da economia keynesiana é de que os consumidores aplicam uma proporção de suas rendas em bens e poupanças e que com o aumento de renda ocorre o aumento de poupança que cresce de forma inversamente proporcional ao investimento levando ao desnivelamento da demanda em relação à oferta, os mercados então tenderiam a retornar ao ponto de equilíbrio entre poupança e investimentos e para que seja alcançado tal equilíbrio índice de empregos seria o reduzido.

Além do problema da poupança excessiva Keynes aponta como outro fator determinante das crises econômicas a incerteza de investimento por parte do empresariado já que estes seriam controlados por seus “espíritos animais”, uma tendência de tomar decisões de maneira impulsiva com mais frequência do que decisões pensadas, tal incerteza impede que o princípio de auto regulação dos mercados seja efetivo.

Seria, então, nesses ciclos recessivos que o Estado deveria atuar para não

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