Texto Interpretativo do ÔNIBUS 174
Por: marciahatiw • 4/10/2015 • Pesquisas Acadêmicas • 1.527 Palavras (7 Páginas) • 259 Visualizações
Com base na Constituição da República Federativa do Brasil, com ênfase no seu artigo 5º caput.
Constituição Federal.
Artigo 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LVII- Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
LXI - Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.
LXII- A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à familia do preso ou à pessoa por ele indicada.
ÚLTIMA PARADA 174
Este filme nos retrata a parte do Brasil que muitos não querem ver, um lado não muito agradável, garoto pobre nascido em comunidade ( favela), sem expectativas.
Uma mãe solteira, vicíada em cocaína, cigarro e cachaça, sem ter condições de prover sustento ao seu filho recém nascido, sobe até o morro na comunidade onde mora e pede ao traficante drogas para vender, porém, por se tratar de uma vicíada consome toda a droga, o traficante por inúmeras vezes cobra a Dona Marise mãe de Sandro, sem dinheiro ela vai adiando o pagamento, um dia ja irritado o traficante mete o pé na porta, com um fúzil na mão que enfia na cara da mãe solteira com seu filho no colo e diz:
“ Cadê o meu dinheiro”.
Ela mais uma vez desesperada mente dizendo arruamar o dinheiro, só que precisaria de mais tempo, este negado pelo patrão do tráfico. Que espulsa dona Marise da favela tomando de seus braços seu bebê recém nascido.
Rio de Janeiro 1993, quinze anos se passaram o menino filho de dona Marize foi criado por uma mulher que não tinha nada a ver com o menino, escolhida a dedo pelo traficante, um dia rotineiro por volta das 20 horas viu que um rapaz passa correndo pela rua vindo da direção que sua mãe adotiva tinha um bar, correu em direção ao bar para ver se estava tudo bem com sua mãe, ao chegar no local vê sua mãe morta com diversos golpes de faca na barriga. Depois deste triste acontecimento foi morar na casa de sua tia, irmã da mãe adotiva, só que o marido de sua tia não gostou da ideia. Um dia pela manhã, sua tia entrega a Sandro um dinheiro e pede para lanchar na escola, mas o menino segue por outro caminho, em direção a balça com destino a Copacabana ( Sandro já tinha ouvido sua mãe dizer que iria tentar a vida alí).
Chegando em Copacabana sem ter para onde ir viu alguns garotos em baixo de uma marquize na frente de uma igreja e por ali mesmo se inturmou com os meninos, passando a usar cola de sapateiro e a cometer pequenos furtos. Todos os dias a mesma coisa, acordavam tarde, saiam pelas ruas próximas, cometiam pequenos delitos e à noite compravam salgadinhos e pizza, se reuniam e dividiam entre eles, depois iam dormir, assim por meses, até que uma noite ao dormirem apareceram uns homens armados e encapuzados e mataram a tiros os meninos, crime esse conhecido como “ Massacre da Candelária”, no dia seguinte uma senhora por nome de Valquiria administradora de uma ONG, imediatamente retira os sobreviventes daquela situação e os leva para uma comunidade, alguns queriam se tornar pessoas de bem, outros não.
Caso do Sandro que uma semana após ao ser abordado por policiais militares foi pego com droga e encaminhado a fundação casa, onde encontrou um antigo traficante de nome Alessandro, abastecia a candelária e tinha dívidas com o referido, mas um dia ao segurar a bronca (giria quando o menor não entrega o comparça e assumi a responsabilidade dos atos) é perdoada a dívida e passam a ser amigos, o que contribui para uma rebelião e fuga em massa da fundação casa.
Muitos voltaram para comunidade outros foram recapturados, no intervalo desta ida a fundação casa, dona Marize a mãe biológica de Sandro vai a comunidade procurar pelo seu filho e sabe que ele foi preso na fundação.
Enquanto isso, Sandro e Alessandro roubam a mão armada nas ruas da cidade, agora Sandro é bandido, ameaça, agride, rouba com ousadia e sem dó das vítimas, com a vida boa, na praia Sandro reencontra com uma antiga namorada da Candelária e começam a namorar, Sandro todo apaixonado rouba uma aliança e decide pedir seu amor em casamento, neste dia indo até a casa da namorada observa que ela está acompanhada por Alessandro, seu suposto amigo, não resistindo arromba a porta e agride Alessandro, ouvindo de sua namorada que ela era garota de programa, ao de ouvir isto de sua namorada e quase matar Alessandro, Sandro sai desnorteado as ruas e invade um ônibus com destino ao centro humaitá 174. Deita no banco e cochila com a sua arma à mostra, um passageiro ao ver o rapaz armado desce do coletivo e ao avistar uma viatura avisa aos policiais militares do fato, imediatamente os policiais militares saem em perseguição ao ônibus, quando o coletivo para por ordem da polícia Sandro acorda assustado e pega uma moça como refém, agora com o ônibus cercado, Sandro xinga, gesticula, manda uma moça escrever com batom no pára-brisas do ônibus que vai morrer gerala as 19 hs. Sandro se sentindo cansado pega a refém e se dirige a porta do ônibus para descer e liberar a refém, o que não acontece pois um policial ao ver Sandro descer atira por tráz de sua cabeça e Sandro por reflexo atira na moça.
Notemos que não leram a Sandro os seu direitos, que Sandro foi assassinato, não houve nenhum tipo de negociação para seu rendimento e liberação dos reféns, totalmente ilegal, altamente inconstitucional, feridos todos os direitos legais, direitos humanos, dignidade da pessoa humana, direito a defesa e constituir um advogado, não houve tempo nem para se entregar, mais uma vítima da sociedade, mais um delinquente morto, mais uma ação frustrada da policia militar do Estado do Rio de Janeiro? Ou omissão dos cidadãos para o problema social que arrebata aos milhões jovens e adolescentes por todo o Brasil este caso foi divulgado por canais de televisão e os que ficaram no mar do esquecimento, Quantos Sandros, Quantas donas Marizes precisarão padecer por falta de dignidade para acordarmos... .
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