Trabalho escravo
Por: João Henrique • 4/12/2015 • Trabalho acadêmico • 2.417 Palavras (10 Páginas) • 170 Visualizações
Monografia
Trabalho escravo no século 21 a servidão moderna (Foco: agropecuária)
Em pleno século 21, difícil aceitar que ainda exista trabalho escravo no Brasil. Durante 10 anos uma mulher, Marinalva Dantas esteve à frente do grupo de fiscalização do Ministério do Trabalho que libertou 50 mil pessoas da escravidão. Ela arriscou a vida enfrentando jagunços e pistoleiros. É o retrato assustador da violência no campo. Um Brasil que dá vergonha. Um Brasil em que homens, mulheres e até crianças são submetidos a trabalhos forçados, sem ganhar nenhum tostão.
Durante 10 anos ela (auditora fiscal) se embrenhou nos confins do Brasil para combater insultos e humilhações. Para denunciasr ofensas e agressões. Para enfrentar jagunços e pistoleiros. E tirar da sombra um país injusto e violento. Inclusive meninos trabalhando quando deveriam estar brincando.
Em 1995, foi criado, pelo governo federal, o grupo móvel de fiscalização para combater o trabalho escravo. O grupo móvel fica viajando o Brasil inteiro procurando denúncias de trabalho escravo. É o Estado admitindo que existe trabalho escravo no país. Esse é o retrato de um pais atrasado, em que a servidão e o cativeiro são impostos com violência brutal. Encontrou cranios e ossadas humanas em cemetérios clandestinos.
De acordo com a Comissão Pastoral da Terra, desde a criação do grupo móvel, há exatos 20 anos, foram identificados 42 assassinatos de trabalhadores escravos no Brasil. Os que sobrevivem são tratados como animais. Os trabalhadores são postos juntos aos porcos, estes, por sua vez, se alimentam das fezes dos trabalhadores e, posteriormente, esses trabalhadores se alimentam dos porcos. Esses porcos são vendidos para eles e descontados em seus “salarios”, culminando com a servidão por dívida.
Com relação a água que é posta para o consumo dos trabalhadores, é da pior qualidade possível, num buraco no chão, completamente suja, barrenta, amarela e cheia de insetos e ainda é dividida com animais.
O desconhecimento dos direitos mais fundamentais tira dos trabalhadores até a consciência de sua condição de escravo. Muitas vezes, as pessoas não entendiam o que estava acontecendo ali, quando o grupo da policia federal chegava a uma dessas fazendas onde era identificada a prática do trabalho escravo. E, por força da lei as fazendas são revistadas e, na sua maioria, apreendidas várias armas de fogo, que servem para submeter/subjugar/obrigar os trabalhadores .
Sob escolta, os trabalhadores tem seu dinheiro calculado e pago no momento da libertação. Os fiscais passam a noite fazendo contas, até chegar o grande momento: a libertação.
Em 2001, o Fantástico acompanhou uma dessas operações. Trabalhadores cativos sob regime de trabalhos forçados e castigos crueis. Foi na fazenda Estrela de Alagoas, no sul do Pará. Os jagunços e pistoleiros mantém vigilância armada temendo a fulga dos trabalhadores, porque eles não permitem que ninguém saia devendo, que é a forma contemporânea do trabalho escravo. Em 2010, 9 anos depois da reportagem, o Tribunal Superior do Trabalho multou a empresa proprietária da Fazenda Estrela de Alagoas em R$ 5 milhões, foi a maior quantia já paga pela prática de trabalho escravo no Brasil.
Lembrando que tal liberdade desses trabalhadores é momentânea, provisória, pois o que poderia fazer com que eles tivessem uma liberdade permanente seria um trabaho que vem depois dessa fase de libertação, porém pouquíssimo foi feito aqui no país.
Em 2004, o governo assumiu diante das Nações Unidas a existência de 25 mil escravos à época, no Brasil, mas hoje o Ministério do Trabalho diz que é impossível saber quantos existem.
Uma das características mais perversas da escravidão contemporânea é repetição. Há casos de trabalhadores libertados 2,3,4 vezes em fazendas diferentes. Se não encontram perspectivas de trabalho formal depois da libertação acabam coagidos, aliciados e escravizados de novo. Por isso, o que aconteceu na Arena Pantanal, foi um caso concreto de vitória contra a escravidão no Brasil.
José Divino do Pereira foi um dos 88 ex-escravos que participaram da construção do estádio da Copa em Mato Grosso. Ele foi libertado depois de quase um ano trabalhando de graça. Ele não tinha noção do que era escravidão e que detinha tal condição. Após a libertação foi alfabetizado e capacitado por um projeto que já profissionalizou mais de 650 ex-escravos de Mato Grosso, graças ao esforço conjunto da Universidade Federal , do Ministério Público, da Superintendência do Trabalho e da Organização Internacional do Trabalho.
Trabalho escravo documentário a liga
Mais de 12 mi de pessoas são vítimas do trabalho escravo no mundo.
O conceito é outro, mas a situação é a mesma: pessoas expostas ao trabalho degradante contra a vontade, sofrendo a todo instante, intimidações físicas e psicológicas. A maior parte relacionado a atividade rural: pecuária, cana-de-açúcar, carvão.
Apesar de ser uma das formas mais odiosas de exploração humana, pode estar na frente dos seus olhos: basta vc sair satisfeito da loja de uma importante marca de roupa, para se tornar o último responsável nessa cadeia de injustiças.
Essa é uma realidade que dói no nosso orgulho. Entender porque a escravidão de hj é mais lucrativa do que a do Brasil colonial e império.
Situação degradante, não há distribuição de EPI, pagamento regular de salário, alojamentos improvisados, locais afastados e de difícil acesso. Os trabalhadores compram os EPI’s.
Estados líderes: 1º Pará 2º Mato Grosso.
Quando se fala em trabalho escravo, as pessoas imaginam aquele do Brasil colonial. Qual a diferença desse trabalho escravo para esse que a gente tem hoje no Brasil?
1° o trabalho escravo de hj não é aquele q tem corrente, que tem tronco. Não tem haver com cor de pele, as pessoas não tem direito de possuir outra pessoa, não se compra, não se vende pessoas. O trabalho escravo de hj tem muito haver com a dignidade da pessoa. È quando a gente transforma o trabalhador de hj em objetos de trabalho.
O escravo moderno não está mais preso por correntes. De acordo com o art. 149, CP, outras coisas o prendem como: uma dívida com o patrão que ele nunca consegue pagar, o recolhimento de seus documentos ou, até mesmo, ter q pedir permissão para ir a qualquer lugar. Além disso, quase sempre encontramos um ambiente de trabalho degradante e jornadas de trabalho exaustivas. A produção de carvão é a 2º maior ocorrência de trabalho escravo no Brasil.
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