Um pensamento crítico sobre os conceitos hegemônicos

Um pensamento crítico sobre os conceitos hegemônicos.

SCHMIDT, Stefany. Um pensamento crítico sobre os conceitos hegemônicos. Aula ministrada em 15, de abril de 2021.

Resumo: Em sua aula Schmidt conceitua a teoria da contratualidade que é em suma uma ideia baseada de que existe uma espécie de pacto social que retira o ser humano de seu estado da natureza e o coloca em convivências com outros seres humanos em sociedade. Ela explica sobre o movimento dos contratualistas dos séculos XVI e XVIII. Mostra como surgem os pensadores com sua ideias de estado como Thomas Hobbes, Jonh Lock e Jean Jaques Rosseu revelando através de sua explicação que a explosão de ideias que estava acontecendo na Europa, repercutia nesse período em outro espaço, que é a America. Stefany explica que enquanto na Europa estava havendo essa discussão sobre estado, sobre direitos naturais, o poder concentrado nas mãos do povo a realidade na America era outra, no caso do Brasil. Quando os conquistadores chegam, quando o território da America é invadido há uma imposição de uma lógica estrangeira, através de seu idioma,religião, através da escravização desse povo originário,acontece a interrupção do processo que era vivido pelos povos originários, pois eles já tinham sua organização social própria, tinham uma cultura própria da sua natureza, tinham uma relação com o território diferente da ideia de propriedade apresentada pela Europa através dos pensadores contratualistas. Stefany aponta uma reflexão à ideia de Jonh sobre os nativos, em que baseou seus conceitos de forma a não corresponder com a realidade daquele povo e região. Ela diz que Lock não olha para o nativo sob a percepção de como era a organização deles, de como aquele nativo lidava com a natureza, como era o conceito deles de propriedade, ou se eles compartilhavam desses conceitos, não há essa discussão ou questionamento, ele só analisa pela visão européia, e como esse povo não se organiza e lida com a natureza e nem tem o mesmo conceito de propriedade que era de desenvolver a terra e assim gerar bens que se incorpore ao seu patrimônio, gerando assim propriedade, então eles não teriam direito a essa terra. Verifica-se que essas teorias não foram pensadas para esse povo, pois na America estava vivendo outro contexto. No Brasil não havia estado , não havia leviatã no conceito de Thomas Robbes, não tem direitos naturais, pelo menos para os nativos e muitos menos poder concentrado nas mãos do povo, afinal o Brasil era apenas uma colônia submetida ao poder de uma metrópole.

A advogada explica sobre a teoria Deocolonial surgida a partir da idéia de compreender e dar um sentido diferente aos acontecimentos a partir do inicio do colonialismo, a contar da chegada dos europeus na America.

Ela diz que há uma dicotomia no marco da modernidade sobre a perspectiva do europeu e do americano. Enquanto que para o europeu a modernidade trás o avanço intelectual, a racionalidade, a razão a partir do momento em que a humanidade domina a natureza, na visão latino-americano não há nenhum desenvolvimento tecnológico ou racionalização, nenhum controle da natureza. O que na verdade acontece nesse momento é uma opressão histórica que é o período colonial, há uma imposição de uma nova norma social, cultural, política,ocupação dos territórios e a exploração tanto dos nativos como dos seus recursos naturais, ignorando que havia pessoas que moravam nesses espaços antes deles chegarem. Foi imposto aos nativos os dogmas europeus como modelo universal e único de agir, pensar e existir.

A advogada apresenta o conceito de colonialidade, evidenciando que a colonialidade é o lado obscuro e necessário da modernidade. Segundo Smidt