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VIDA PARA O CONSUMO: A TRANSFORMAÇÃO DAS PESSOAS EM MERCADORIA

Por:   •  6/7/2022  •  Resenha  •  4.462 Palavras (18 Páginas)  •  147 Visualizações

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VIDA PARA O CONSUMO: A TRANSFORMAÇÃO DAS PESSOAS EM MERCADORIA.                                                                                            

                                                                                                                            Zigmunt Bauman  

Na introdução da obra, Zygmunt Bauman  se propõe a revelar o “segredo mais bem guardado da sociedade de consumidores”.  Inicia relatando 3 casos altamente mutáveis da nossa sociedade cada vez “mais sem fio”.

CASO 1:

O ano é 2008 e ele fala do crescente desenfreado sites de “redes sociais” como msn, bebo...o autor parafraseia um especialista em modismo de internet fazendo a seguinte metáfora: LANÇAR UM SITE DE REDE SOCIAL É COMO ABRIR UM NOVO BAR EM UMA ÁREA NOBRE” QUE ATRAIRIA UMA MULTIDÃO, ATÉ SURGIR UM OUTRO POINT MAIS QUENTE E POR AI vai. E quanto mais atraente e “moderno” a rede social que mais oferecesse visibilidade, “lugar onde todo mundo é alguém que precisa ser visto.” Chama a disseminação de redes socias de “infecção virulenta ao extremo.

O cerne das redes que é o relaciona-se online, influenciando mais fortemente o público de 13-17 anos, inclusive destaca que aqueles que zelam por sua invisibilidade tendem a ser rejeitados, colocados de lado. Os adolescentes equipados por confeccionários eletrônicos portáteis que quebra o afastamento do público do privado, visto que nas redes sociais se expõe a vida “intima” ao público. Fazendo uma analogia ao playgrouns, diferencia-se apenas pela não fiscalização de professores, policiais ou moderadores que ficam de olho no que se passa.

CASO 2:

Noticia também da Guardian de informando que os sistemas informáticos estão sendo usados para rejeitar as pessoas de maneira mais eficaz, dependendo de seu valor para a companhia para a qual você está ligando, isso quer dizer que existe uma classificação de acordo com a classe social e poder aquisitivo. Criação de mecanismos de filtros dos indesejáveis, para manter uma linha de clientes habituais ricos.

CASO 3:

Criação de um novo sistema de imigração baseado em pontuações destinados a atraias os melhores e mais inteligentes e por consequência repelir os demais. Aqueles com mais dinheiro para investir e mais habilidades para ganha-lo.

Este sistema de oferta de emprego, criaria um padrão de requisitos de contratação de pessoas de determinado patamar e, portanto, o reino Unido estaria povoado de pessoas “dotadas das habilidades” queridas pelo sistema.  

TRÊS CATEGORIAS DE PESSOAS DISTINTAS ESTIMULADAS OU FORÇADAS A PROMOVER UMA MERCADORIA ATRAENTE E DESEJÁVEL ( P. 13) FAZ O MÁXIMO E USAM OS MELHORES RECURSOS PARA AUMENTAR O VALOR DE MERCADO, PROMOVER E VENDER ELAS MESMAS.

São simultaneamente os promotores da mercadores e a mercadoria que promovem.  O teste que precisam passar para obter os prêmios sociais que ambicionam exige que remodelem a si mesmo como mercadorias, ou seja, como produtos que são capazes de obter atenção e atrair demandas e fregueses.

“A corrida aos inúmeros salões de beleza não é por uma questão existencial, e os cosméticos nem sempre é um luxo, mas por medo de caírem em desuso como obsoletos” Aí sim, recorrem a milhares de procedimento estético para tornar sólido algo que é naturalmente fluído.

Nesse ponto, é necessário ressaltar que neste “bando de mercadoria”, as mulheres são ainda mais violentadas, pois além do capitalismo existe o machismo que somados causam dor.

“Se o sofrimento é a beleza e a beleza é amor, ela não pode ter certeza de ser amada se não sofrer. Com esse condicionamento, é difícil visualizar um corpo feminino livre da dor e ainda desejável.” (p. 292)

A autora ainda relata no livro que a eficiência médica das mulheres foi um dos catalisadores da perseguição às bruxas que varreram a Europa no século XIV ao XVII, e isso está diretamente ligado ao sucesso do mito da beleza.

O lógica do consumo é dividido em: as coisas a serem escolhidas o os que as escolhem, ou seja, as mercadorias e seus consumidores. Ocorre que na sociedade do consumo, há um embaçamento dessas categorias, isto é: eliminação desta divisão.

Na sociedade de consumidores antes de ser sujeito, você é mercadoria e em razão disso para manter segura a subjetividade, o individuo deve: “reanimar, ressuscitar e recarregar” de modo perene as capacidades esperadas e exigidas de uma mercadoria vendável. Uma vez que foi alcançado o sucesso de que todos os sujeitos são mercadorias, metaforicamente, percebe-se que é como se todos os sujeitos fossem calças jeans e óbvio que a calça da Colcci não tem o mesmo valor pecuniário e é desejável como uma calça da “Só 10”, embora todos sejam calças.

E em razão disso, Bauman explica:

“A tarefa dos consumidores e o principal motivo que os estimula a se engajar uma incessante atividade de consumo, é sair dessa invisibilidade e imaterialidade “cinza e monótona” (de ser uma calça do só 10) destacando-se da massa de objetos indistinguíveis “que flutuam com igual gravidade específica” e assim captar o olhar dos consumidores”.

O pensamento do ser desejado está tão enraizado que o autor relata a experiência de uma professora de educação infantil que ao indagar às crianças sobre “o que quer ser quando crescer?”, muitos dizem: famoso, com uma do “não sei o porquê, mas quero ser”.

Isso está diretamente ligado ao ser visto, notado, comentador, “LIKEado”, logo desejado, assim como os sapatos, roupas ou acessórios mais exibidos e desejados nos veículos midiáticos.

O autor parafraseia Germaine Greer “Há muitas coisas na vida além da mídia, mas não muito... Na era da informação, a invisibilidade é equivalente à morte”. (p.21)

Bauman, ainda, destaca a confusão que existe entre o sonho de vida e a busca constante do sujeito de se tornar a mercadoria mais desejada e desejável, isso explica o vazio que o sujeito encontra no lugar de realização e satisfação, pois o sonho do sujeito mercadoria é uma realização externa e não interna.

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