Violência e criminalidade nas áreas rurais e urbanas
Resenha: Violência e criminalidade nas áreas rurais e urbanas. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: 1457542 • 1/4/2014 • Resenha • 974 Palavras (4 Páginas) • 529 Visualizações
Violência e Criminalidade no Meio Rural e Urbano
Na mesma velocidade que a sociedade evolui, a criminalidade avança sobre todos os segmentos e camadas da população. Em contrapartida, as ações de prevenção e combate não seguem no mesmo ritmo, sobretudo porque, atualmente, esse tipo de trabalho demanda mais cérebro e menos músculos. Correr atrás do criminoso, prendê-lo, julgá-lo e puni-lo significa, apenas, atacar parte de um problema que se agrava e cujas características se diferenciam muito daquelas dos anos 70, quando o Brasil possuía 70 milhões de habitantes, 31,3 milhões nas cidades e 38,7 milhões na área rural.
Hoje, para combater a criminalidade e a violência, a pesquisa científica é uma das principais armas. “O trabalho científico é fundamental para compreender o crime e a violência em um contexto mais amplo, que vai além dos números”, destaca Eduardo Cerqueira Batitucci, mestre em Sociologia pela UFMG e coordenador do Núcleo de Estudos em Segurança Pública (Nesp), da Fundação João Pinheiro (FJP).
“Antes, a segurança pública era à base da força. Hoje, porém, ela é realizada com base no conhecimento científico e tecnológico”, salienta Cláudio Beato Filho, doutor em Sociologia e coordenador geral do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Criado em 1998, o Crisp é formado por profissionais de diferentes áreas e departamentos da Universidade. Sua missão é desenvolver estudos, pesquisas e programas destinados à prevenção e combate à criminalidade e à violência. Em seis anos de atuação, o Centro tornou-se referência nacional e internacional na área.
Além dos pesquisadores, o comando da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) também reconhece a importância e a necessidade da pesquisa e do estudo científico como ferramentas essenciais para a elaboração e a implementação de políticas, estratégias e ações de prevenção e combate à criminalidade. Essa mudança na elaboração de políticas na área de segurança pública possibilitou uma aproximação entre a Polícia Militar e órgãos de pesquisa e proporcionou uma análise qualitativa da criminalidade e da violência. Até então, predominava a questão quantitativa.
Há seis anos, com recursos da FAPEMIG, as três instituições – UFMG, FJP e PMMG – realizaram o estudo “A Organização Policial e o Combate à Criminalidade Violenta”. “Trata-se de uma iniciativa para aplicar as informações da pesquisa científica no geoprocessamento pela Polícia Militar”, frisa Batitucci. Segundo ele, o trabalho permitiu, por exemplo, conhecer que tipo de evento está relacionado ao crime no período entre 1986 e 1997. Outro exemplo da parceria entre a PMMG, o Crisp e a Fundação João Pinheiro é a pesquisa realizada em 1998 com 1.250 militares, dos quais mil praças (soldados, cabos e sargentos) e 250 oficiais lotados em quartéis da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O estudo levantou as carências, dificuldades, ansiedades, desejos, satisfações e insatisfações dos militares. A pesquisa constatou, por exemplo, que a estabilidade foi a principal razão de 21,5% dos oficiais entrevistados ingressarem na corporação, enquanto para 19,4% dos oficiais o salário foi o principal motivador. Para 17,8% dos praças, o cumprimento à lei significou o principal motivo para ingressar nos quadros da PMMG, e 16,7% deles disseram que foi a segurança econômica. Entre as insatisfações da tropa, os salários são apontados por 25% dos oficiais. E o regulamento rigoroso desagrada 17,9% dos praças. Segundo Batitucci, a mesma pesquisa será aplicada entre os integrantes da Polícia Civil, além da atualizar os dados entre os militares.
Na avaliação de Cláudio Beato, a criminalidade é inseparável da questão urbana, o que confirma a necessidade de se conhecer, em detalhes, os reflexos da crise econômica na sociedade e no cotidiano
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