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Émile Durkheim: O Suicídio

Por:   •  30/8/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.333 Palavras (10 Páginas)  •  382 Visualizações

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CENTRO UNIVERSÍTARIO UNIFIEO

    CURSO DE GRADUAÇÃO DE DIREITO

    Émile Durkheim: Suicídio

        Rodrigo O.Andrade / RA: 15203117

       Fernanda Ferreira / RA: 15100146

         Natalia Oliveira / RA: 15203227

Brenda Nunes / RA: 15203775

Jaqueline de Sousa Fernandes / RA: 15203565

Giovanna Lucilia Ferrari / RA: 15100028

Prof:Benédito Mariano

OSASCO,ABRIL

2016

INTRODUÇÃO

O presuposto do presente trabalho é abordar os casos de suicídio emblemáticos que chamam a atenção da sociedade , relacionando-os os três tipos de suicídios elencados por Émile Durkheim.

Vida de Émile Durkheim

Émile Durkheim nasceu na cidade de Épinal (região de Lorena, França) no dia 15 de abril de 1858. Faleceu em Paris, capital francesa, em 15 de novembro de 1917. É considerado, junto com Max Weber, um dos fundadores da sociologia moderna.

Desde jovem, foi um opositor da educação religiosa e defendia o método científico como forma de desenvolvimento do conhecimento.Em boa parte dos seus trabalhos, procurou demonstrar que os fenômenos religiosos tinham origem em acontecimentos sociais. Em 1902, lecionou na Sorbonne onde reuniu o  grupo que fundou a escola de Sociologia Francesa.

Segundo Martins (2015), Émile Durkheim foi um dos responsáveis por tornar a sociologia uma matéria acadêmica, sendo aceita como ciência social. Durante sua vida, publicou centenas de estudos sociais, sobre educação, crimes, religião, e até suicídio.

Mediante Martins (2015),um dos focos de Durkheim era em como as sociedades poderiam manter a sua integridade e coerência na era moderna, quando as coisas como religião e etnia estavam tão dispersas e misturadas. A partir disto, ele procurou criar uma aproximação científica para os fenômenos sociais.

Para Durkheim , o objeto da sociologia  são os fatos sociais , isto é , segundo o sociólogo  existem fenômenos sociais que devem ser analisados e demonstrados com técnicas especificamente sociais.

O sociólogo procura fazer uma separação entre os fatos sociais , para ele existe o fato social normal ,que são aqueles fatos que não ultrapassam os limites dos acontecimento mais gerais de uma determina sociedade e que reflete valores e condutas aceitas pela maioria.Já o fato social patológico , caracteriza-se  como sendo fatos sociais que são considerados transitórios e excepcionais , assim como as doenças.

As principais obras de Émile Durkheim, são: Da divisão do trabalho social, 1893; Regras do método sociológico, 1895; O suicídio, 1897; Formas elementares da vida religiosa (1912); Educação e Sociologia (1922). No presente trabalho, o enfoque estará voltado ao suicídio, questões amplamente discutidas pelas críticas e alvo de polêmica, sendo considerado um fato social, por ser recorrente em todas as sociedades, independentemente dos avanços tecnológicos que estas apresentam.

De acordo com  Bodart(2013), na obra “O Suicídio", Durkheim buscou identificar as causas sociais de suicídio e os seus

tipos. Sua metodologia consistiu, grosso modo, em classificar as causas para categorizar os tipos. Para esse sociólogo, conhecida as natureza das causas podemos deduzir à natureza dos efeitos.

Outro elemento potencializador da prática de suicídio são às crises econômicas. Para ele, a crise promove o suicídio por ruptura de equilíbrio, seja de prosperidade ou de pobreza.

O capitalismo desperta a ambição das pessoas ,e  quando não conseguem o que almejam faz com que estas cometam suicídio, com objetivo de fixar este conceito

[…] Quando a sociedade é perturbada por crises ou mudanças repentinas, a pressão moral perde força, os indivíduos não se ajustam a suas posições, o valor das forças sociais permanece indeterminado, sem regulamentação as ambições são superexcitadas, causando o sofrimento e, consequentemente, crescimento do suicídio. O desenvolvimento da indústria e ampliação indefinida do mercado fortalece o desencadeamento dos desejos e a busca desenfreada por conquistas, o que consequentemente, favorece a ampliaçao das taxas de suicídios.(BODART ,2013).

Certo que o suicídio mostra-se mais evidentes em específicos momentos da história do mundo, como os que ocorreram em consequência da crise financeira de 1929. Que de acordo Deursen(2008),  com a  quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, marcou o fim de uma era de euforia e prosperidade e preparou o cenário para uma depressão mundial, devido levar milhares de pessoas à falência e a  se suicidarem .

No entendimento de  Santana(2009),na crise de 1929, fez com que o  índice de suicídios aumenta-sem , alcançando um pico em 1932, com 21,3 desempregados em cada 100.000 americanos, quase o dobro de 1920 (12,3 em cada 100.000).

Para Maris (2008) , ex-diretor do Centro sobre Suicídios da Universidade da Carolina do Sul o índice de suicídio costuma aumentar , em períodos de recessão financeira.

Segundo Santana(2009), outro momento histórico que ocasionou aumento no número de suicídios foi , a crise financeira de 2008, mediante a Organização Mundial de Saúde  , o número de pessoas que se  suicidaram em decorrência da crise também aumentou , sendo considerado até mesmo um problema de saúde pública .

De acordo com a OMS, 800 mil pessoas cometem suicídio todos os anos. E para cada caso fatal há pelo menos outras 20 tentativas fracassadas.

Em uma análise global sobre o suicídio , segundo a Organização Mundial da Saúde , a faixa etária que está mais propensa a comete-lo, encontra-se entre  os 15 aos 29 anos .Como  demonstrado no gráfico à baixo .

[pic 1]

Mediante Perrasso (2015),  no Brasil, o índice de suicídios na faixa dos 15 a 29 anos é de 6,9 casos para cada 100 mil habitantes, uma taxa relativamente baixa se comparada aos países que lideram o ranking , a exemplo da  Índia, Zimbábue e Cazaquistão, que apresentam  mais de 30 casos.

Para a autora anteriormente citada ,  o índice de pessoas que cometem suicídio, entre os 15 e 29 anos , em relação  as mulheres é de 2,6 para cada 100 mil pessoas, sendo que a taxas relativas a esse evento a população masculina sobressalta-se para 10,7. Mas, entre 2010 e 2012, o mais recente período de análise de dados da OMS, o índice feminino cresceu quase 18%.

Escrita em 1897, a obra O Suicídio é um clássico da sociologia. Até hoje ela é lida por estudantes e pesquisadores das ciências humanas como exemplar singular de fundamentação empírica na análise da sociedade. Por meio da análise de dados estatísticos, Durkheim verificou que há uma regularidade na taxa de suicídio no transcurso de um determinado período de tempo. Tais dados foram cruzados com variáveis que incluem a idade, o sexo, o lugar de residência, a religião, o estado civil.

A partir da análise do cruzamento dessas informações, foi possível ao autor desvelar as características sociais dos suicidados e apresentar explicações sobre as determinações sociais que influenciam ou causam o ato do suicídio.

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