A Belle Époque

A "Belle Époque", do Francês “Bela Época”, entende-se como um período histórico,

sobretudo no mundo ocidental, repleto de otimismo e paz. De 1871, quando teve fim a Guerra

Franco-Prussiana, a 1914, antes da eclosão da Primeira Guerra Mundial, as potências

ocidentais, especialmente as europeias, desfrutaram desse período. O progresso tecno

científico, da segunda metade do século XIX tornou possível a "época áurea", o que tornou a

vida diária mais fácil e estabeleceu a crença na prosperidade e na esperança para o futuro.

O historiador Max Hastings, no primeiro capítulo de seu livro sobre a Primeira Guerra

Mundial intitulado "Disaster: Europe Waging War", afirmou que de 1900 a 1914: “[...] avanços

tecnológicos, sociais e políticos alastravam-se pela Europa e pelos Estados Unidos numa

escala nunca vista em qualquer outro período, um piscar de olhos da experiência humana.

Einstein anunciou a sua teoria especial da relatividade, Marie Curie isolou o rádio, e Leo

Baekeland inventou a baquelita, o primeiro polímero sintético. Telefones, gramofones, veículos

motorizados, sessões de cinema e casas com eletricidade tornaram-se lugar-comum entre

pessoas abastadas nas sociedades mais ricas. Jornais de circulação em massa adquiriram

influência social e poder político sem precedentes.”

O destaque desta vez é um estilo de vida boêmio e otimista, com foco na França. Após o

estabelecimento da Terceira República Francesa em 1870, a França tornou-se o centro global

de todas as influências educacionais, científicas, médicas e artísticas. Se a França era o polo de

difusão, Paris era o núcleo do “Belle Époque” mundial. A Exposição Universal (Exposition

Universelle, em francês) realizada em Paris em 1900 tornou-se um grande símbolo de toda esta

euforia. A mostra foi realizada em diversos pontos da capital francesa, reunindo mostras das

mais diversas invenções tecnológicas da época.

Ao mesmo tempo a “Belle Époque” se desenvolveu em diversos outros países como: Nos

Estados Unidos após se recuperar da crise econômica de 1873, na era pós-vitoriana britânica;

do Kaiser Wilhelm I e II na Alemanha; Alexandre III e Nicolau II na Rússia. No Brasil, esse

período foi particularmente evidente nas cidades de Fortaleza, Manaus e Rio de Janeiro,

especialmente após a proclamação da república em 1889. Essas revoluções se devem a melhorias no transporte público de massa (trens e navios a vapor) ou individuais, ao

desenvolvimento da tecnologia de telecomunicações (telefones e telegrafia sem fio), ou o uso

de iluminação elétrica em vez de iluminação a gás.

Em contrapartida, no período de 1873 a 1896, o sistema capitalista viveu sua primeira grande

crise, chamada de Grande Depressão. Devido à evolução do sistema capitalista, a Grande

Depressão Capitalista do século XIX configurou-se como uma crise. Esta crise criou um

descompasso entre a superprodução de bens na indústria e a população de trabalhadores