A Europa Antes da Guerra
Por: yagofercon • 13/12/2019 • Resenha • 2.130 Palavras (9 Páginas) • 414 Visualizações
Aluno: Yago Fellipe Ferreira Santos
A Europa antes da guerra
Até 1870, as diferentes partes do continente europeu tinham se especializado nos produtos de sua lavra; mas a Europa era autossuficiente. E a população estava em equilíbrio com essa situação.
Depois de 1870, desenvolveu-se uma situação, até então nunca vista, e, nos cinquenta anos seguintes, as condições econômicas da Europa tornaram-se instáveis e peculiares. A pressão feita pela população por alimento, que até esse momento estava equilibrada, se inverteu. Na realidade, na medida em que crescia a população, torna-se mais fácil garantir o alimento. O crescimento em escala de produção resultou em maiores rendimentos, e isso virou regra da agricultura e da indústria. Por um lado, a emigração para cultivar novos solos aumentou e, por outro lado, o crescente número de operários possibilitou a fabricação de produtos industriais e bens de capital, mantendo a população emigrada e construindo estradas de ferro e navios aumentando a acessibilidade da Europa para obter matérias-primas e alimentos de origem distante.
Provavelmente por volta de 1900, essa situação começou a se inverter, voltando a situação anterior. Entretanto, a tendência altista dos custos real dos cereais foi mantida em equilíbrio por outros processos. Apareceu, então, uma novidade, os recursos da África Tropical passaram a ser utilizados intensamente.
Em agosto de 1914, a situação extraordinária do progresso econômico do homem terminou. Além disso, a maior parte da população trabalhava muito e vivia em um nível abaixo de conforto, mas todo homem que tivesse capacidade e caráter tinha possibilidade de ascendente. Juntamente, os projetos e a política do militarismo, do imperialismo e etc. eram divertimentos no jornal diário, não causavam impacto no curso normal da vida social e econômica.
Do ano de 1870 até 1914, a Alemanha teve um crescente aumento populacional. Esse crescimento foi possibilitado pela ampla transformação econômica do país. Anteriormente, era agrícola e autossuficiente e transformou-se em uma imensa e complexa máquina industrial, dependente de diversos fatores externos e internos. Mas para manter o equilíbrio ela deveria progredir cada vez mais rápido.
O desenvolvimento alemão permitiu que a Europa Central se tornasse um centro de população. Antes da guerra, a população da Alemanha e do Império Austro-Húngaro era praticamente iguais à toda América do Norte.
A Rússia teve um crescimento maior ainda. Este crescimento desordenado da população russa, foi um dos fatos mais significantes dos anos recentes. Os extraordinários acontecimentos nos dois últimos anos na Rússia, a sublevação da sociedade, podem ser atribuídos mias à profunda influência do aumento dos números que a Lênin ou a Nicolau.
Em certa medida, a organização delicada que viviam esses povos dependia de fatores internos ao sistema. As barreiras foram reduzidas a um mínimo, e pouco menos de 300 milhões de pessoas viviam no interior dos três impérios (russo, alemão e austro-húngaro. As moedas, com sua base estável, em relação ao outro e de uma para outra, traziam rapidez no fluxo de capitais e de comércio. Tendo, nessa área, segurança absoluta da propriedade e das pessoas. Esses fatores de ordem, segurança e uniformidade preparam a Europa para a organização de um vasto mecanismo de transporte, resultando no avanço das distribuições. Todo o resto do sistema econômico europeu girava em torno da Alemanha e todo o avanço do resto do continente dependia dos avanços da Alemanha. Ela era a melhor compradora da Rússia, Noruega, etc. e era a maior fonte de abastecimento desses e também fornecia grande parcela do capital necessário ao desenvolvimento desses. Além disso, fornecia organização.
A sociedade alemã era organizada de forma a garantir o máximo de acumulação de capital. “Enquanto havia algum progresso contínuo nas condições de vida cotidianas da massa da população, a sociedade era moldada no sentido de transferir uma grande parte da renda ampliada ao controle da classe com menor probabilidade de consumi-la. Foi a grande desigualdade que facilitou as enormes acumulações de riqueza física e a expansão dos capitais. Para isso, era necessário que a população fosse manipulada para aceitar tal situação. Juntamente, as classes capitalistas foram autorizadas a apropriar-se da melhor parte, desde que consumisse uma pequena parte. A poupança, então, levou ao crescimento. A população também seguiu na linha da poupança, mas mesmo assim esse “bolo” poupado era pequeno para eles. A sociedade trabalhava pela segurança futura e pelo “progresso”. Haviam dois problemas: a população crescer mais depressa que o crescimento do bolo; o bolo ser consumido prematuramente na guerra. Antes da guerra, a acumulação, baseado na desigualdade, fazia parte do seio da ordem social vigente.
A população não usufruía dos confortos e também não estava acostumada com acumulação intensa. A guerra revelaria a possibilidade do consumo e isso geraria um conflito, já que não estaria mais disposta a ceder para as classes capitalistas.
Parte dos bens de capital da Europa, foi enviado ao exterior como forma de investimento e assim ganhando direito à parte da riqueza natural e das inéditas potencialidades do Novo Mundo. Cobrava tributos e todo o retorno era reinvestido.
Antes mesmo da Guerra, o equilíbrio entre as velhas civilizações e os novos recurso estavam começando a entrar em convulsão. O avanço da Europa era dada ao “fato de que, graças aos grandes excedentes exportáveis de alimentos na América, tinha ela a possibilidade de se abastecer a baixo custo em termos da força de trabalho requerida para produzir suas próprias exportações, e no fato de que, graças aos seus prévios investimentos de capital, tinha o direito de obter uma parte substancial desses alimentos sem ter que fazer qualquer pagamento por eles.
Por volta de 1914, os Estados Unidos tinham uma população que se aproximava da sua produção. Por isso, nessa época a escassez já se apresentava devido ao aumento dos custos reais. Resultando na precarização dos recursos que a Europa tinha direito sobre o Novo Mundo. Essa instabilidade pode ser explicada por instabilidade na: população excessiva; organização complexa e artificial, psicologia das classes trabalhadoras e capitalista; e a instabilidade dos direitos da Europa.
A Guerra desequilibrou esse sistema que colocou em perigo toda a Europa. Parte do continente estava doente, a população excedia o equilíbrio, sua organização foi destruída, o sistema de transportes entrou em colapso e o abastecimento de alimentos tornou-se difícil.
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