A HISTÓRIA DO PENSAMENTO ECONÔMICO
Por: Viviane Albuquerque • 12/12/2017 • Trabalho acadêmico • 1.173 Palavras (5 Páginas) • 322 Visualizações
HISTÓRIA DO PENSAMENTO ECONÔMICO DE E.K. HUNT – CAP. 4
MALTHUS, IDEIAS E PRINCIPAIS TEORIAS
Palavras-chave: Conflito de classes; Teoria da população; Economia de troca; Teoria da superprodução.
Para entender qualquer teórico é necessário inseri-lo em uma conjuntura histórica, sem a qual a compreensão de seus argumentos ficará restrita e superficial. Para tanto, é imprescindível atentar para o momento turbulento no qual Thomas Robert Malthus (1766 – 1834) viveu e produziu, a Revolução Industrial.
A Revolução Industrial que ocorreu na Inglaterra acarretou um aumento da produtividade nunca visto anteriormente. Toda essa produtividade, porém, implicou em privações em massa e tais sacrifícios eram vivenciados pelos proletariados que viviam de subsistência. Além disso, a revolução trouxe o sistema fabril que modificou o modo de vida dos trabalhadores. Dentre as características desse sistema temos: a tirania do relógio, na qual o ritmo de trabalho era decidido pela máquina; a massiva divisão do trabalho, que possibilitou a inserção de mulheres e crianças no trabalho fabril; e a vida urbana em condições deploráveis nas cidades.
Toda essa conjuntura trouxe sérias consequências, como as inquietações sociais, econômicas e políticas. Entre 1790 e 1800 Malthus se preocupou com tais inquietações e tratou de responder à intelectuais ditos radicais como o francês Marquês de Condorcet e o inglês William Godwin. As respostas giravam em torno da defesa dos ricos, quando escreveu o Ensaio sobre o principio da população.
Malthus acreditava que as diferenças de classes eram regidas por uma lei natural, na qual a pobreza e o sofrimento eram inevitáveis. Ele entendia que as taxas de produção estavam diretamente relacionadas com o aumento em progressão aritmética da população, surge então a Teoria da população. Tentou então conhecer quais as foças do passado que conseguiram conter o crescimento populacional, foças essas que continuariam a existir no futuro. Detectou que a população era limitada pela quantidade de alimentos.
Essa contenção poderia ser feita também pelos controles que Malthus classificava como preventivos e positivos. Dentre os preventivos estavam aquelas que reduziam as taxas de natalidade – esterilidade, abstinência sexual, controle de nascimentos – já os positivos aumentavam as taxas de mortalidade – a fome, a miséria, as pragas, a guerra e a morte.
A moral foi introduzida na Teoria da População como aquilo que diferenciaria os ricos dos pobres. Ora, se a renda e a riqueza aumentassem a reação imediata seria o aumento populacional, porém um homem virtuoso poderia livrar-se de tal esquema. Portanto “onde não houvesse contenção moral, a população seria contida pelo vício ou pela miséria” (p. 71). É somente a partir da propriedade privada, reforçada pelo casamento, que as pessoas com moral acumulariam propriedades e alcançariam grandes realizações culturais.
A Teoria da População de Malthus serviu de influência na defesa da classe dos proprietários de terra, pois diferentemente do que acreditava os “reformadores do capitalismo”, citados acima, Malthus afirmava que a estrutura produzida pelo capitalismo era inevitável. Sua influência não se limitou a seu tempo, algumas variações são aceitas até hoje.
Se num primeiro momento a preocupação de Malthus gira em torno dos conflitos sociais dos trabalhadores e suas consequências, a partir do século XIX sua preocupação será a dicotomia: capitalistas x proprietários de terra. Malthus defendia a classe de proprietários da terra e partindo do ponto de vista da troca e da oferta e demanda – diferentemente de Smith, que examinou o capitalismo do ponto de vista da produção – não adotou a visão de economia baseada nos conflitos de classe, para “ele pareceu que os conflitos existentes eram baseados na ignorância de como funcionava a economia capitalista” (p.74).
Não aceitando a divisão de classes a troca era vista como benéfica tanto para o capitalista quanto para os trabalhadores, logo, poderia existir uma solução harmoniosa para os conflitos caso ambos os lados aceitassem os interesses dos proprietários de terra. Sob esse ponto de vista, Malthus definiu riqueza “como sendo os objetos materiais, necessários, uteis e agradáveis para o homem, de que se apossam voluntariamente os indivíduos e as nações” (p.75). Definiu Trabalho produtivo como aquele capaz de produzir riqueza material e fazia objeção ao Trabalho improdutivo, que preferiu chamar de Serviços pessoais.
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