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A IMPORTÂNCIA DOS BANCOS COMUNITÁRIOS PARA O DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA SOLIDÁRIA: UMA ANÁLISE DO BANCO PALMAS

Por:   •  19/6/2018  •  Relatório de pesquisa  •  3.999 Palavras (16 Páginas)  •  385 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA, CONTABILIDADE E SECRETARIADO EXECUTIVO.

CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

BÁRBARA GARCIA LIMA

DIEGO DE FREITAS GUIMARÃES STEINDORFER

A IMPORTÂNCIA DOS BANCOS COMUNITÁRIOS PARA O DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA SOLIDÁRIA: UMA ANÁLISE DO BANCO PALMAS

Fortaleza

2017


RESUMO

Este trabalho busca mostrar como os bancos comunitários são fundamentais para o desenvolvimento da economia solidária, tanto através do acesso ao microcrédito, que é fundamental para esses empreendimentos, quanto através da capacitação dos tomadores de crédito, afim de aumentar as suas chances de sucesso e capacidade de restituir os empréstimos. Também buscou-se mostrar a atuação do Instituto Palmas enquanto Banco Comunitário, relacionando com a economia solidária e seus fundamentos. É possível notar a influência desses princípios ao longo do surgimento deste banco, juntamente com a mudança na vida dos moradores que ali habitam, constroem e são beneficiados pelas ações advindas desse projeto.

Palavras-chave: banco comunitário de desenvolvimento, economia solidária, microcrédito, banco palmas.

SUMÁRIO

  1. Introdução............................................................................................................4
  2. A importância do crédito para empreendimentos solidários..........................5
  3. História do microcrédito e dos bancos comunitários de desenvolvimento.....6
  4. A atuação do Instituto Palmas enquanto banco comunitário........................11
  5. Considerações Finais.........................................................................................14        

  1. INTRODUÇÃO

A Economia Solidária se volta para os princípios aliados a democracia e a igualdade dentro de Empreendimentos Solidários, com práticas de autogestão e cooperação. O desenvolvimento dessas organizações econômicas tem sido um processo laborioso, e tem necessitado cada vez mais de apoio para sua realização.

Uma das formas de apoio ao crescimento dessas organizações é a formação de bancos comunitários, que, surgem a partir da  própria comunidade como gestora e proprietária destes. Busca-se criar e estimular a rede local de produção e consumo. Partindo da hipótese que a Economia Solidária necessita desse maior apoio para o seu avanço e manutenção, e que os bancos comunitários são melhorias dentro dessa busca, esse trabalho tem como objetivo analisar qual é de fato a magnitude dos efeitos nesse processo de construção da consolidação da Economia Solidária. Utilizamos como ponto de análise e referência o Banco Palmas, que é um banco comunitário existente em Fortaleza, no conjunto Palmeiras. Lá é utilizada a moeda social Palmas, e hoje tem muita influência no bairro em que foi instituída, o que fortalece ainda mais as práticas solidárias ali dentro.

O problema central deste estudo parte da necessidade da presença de suportes a manutenção e incentivo aos empreendimentos solidários e que os bancos comunitários têm um papel a cumprir nesse processo. Então, seria o acesso ao crédito um facilitador para a subsistência da eco. sol.? Se sim, qual é o papel destes facilitadores?

E a questão a ser discutida será feita com a análise do Banco Palmas, enquanto Banco Comunitário, diante de suas repercussões dentro dos empreendimentos solidários do conjunto palmeiras e, consequentemente, do desenvolvimento da Economia Solidária.

O objetivo desse trabalho é analisar quais foram as repercussões causadas a partir desse banco dentro da economia solidária, a fim de discutir como o surgimento desses tipos de apoio as EE’s são importantes.

Para isso, pretende-se descobrir qual o contexto no qual o Banco Palmas foi estruturado, qual era a situação da Economia Solidária no país e avaliar todos os seus avanços e retrocessos desde então. Além de buscar saber quais mecanismos foram utilizados para garantir o sucesso do projeto, como a criação do ponto de finanças solidárias.

Justifica-se esse trabalho pela importância da existência da economia solidária nesse momento. É notável o aumento desses tipos de empreendimentos e como esse tipo de economia solidária, juntamente com seus meios de manutenção e avanço, são cada vez maiores. Com isso, busca de alguma forma reduzir as dificuldades e aumentar o número de pessoas alcançadas por esse tipo de economia e consequentemente resultar no aumento de seu bem estar

Essa pesquisa tem caráter exploratório, e será feito com metodologia bibliográfica documental, utilizando-se da análise de conteúdo para análise dos dados.

  1. A importância do crédito para empreendimentos solidários

Segundo Marx, o crédito desenpenha quatro importantes papéis em uma economia capitalista, sendo eles a equalização da taxa de lucros, diminuição dos custos de circulação, formação de sociedade por ações e a possibilidade de dispor, dentro de certos limites, do capital e propriedade alheia, e consequentemente de trabalho alheio.

 Embora os empreendimentos solidários constituam um outro modo de produção, eles ainda estão inseridos, na maioria das vezes, em economias captalistas, ou seja, acabam por serem afetados de forma parecida às empresas capitalistas pelo sistema de crédito, com exceção da possibilidade de formar sociedades por ações, que até o presente momento não é possível pelas cooperativas. Essas empresas cooperativas, segundo Marx, representam uma primeira forma de ruptura com o sistema capitalista, empora reproduzam alguns defeitos desse sistema, a antítese entre o trabalho e o capital está abolida. Ao contrário das sociedades por ações que levariam essa antítese ao extremo por separar de forma completa o capital do trabalho, o que levaria a superação do capitalismo dentro dele mesmo.

Vale ressaltar que a economia solidária nasce dentro de setores marginalizados e excluidos da economia tradicional, como uma alternativa ao desemprego e a falta de oportunidade, sendo assim, na imensa maioria das fezes, os empreendimentos solidários são formados por pessoas de baixo poder aquisitivo, sem reservas financeiras e com patrimônio muito pequeno o que torna crédito ainda mais fundamental para esse tipo de empreendimento.

Em 2010, Comini e Teodósio (2012) realizaram uma pesquisa com 698 respondentes em oito cidades de  Minas Gerais e quando perguntado aos respondentes porque brasileiros pobres têm dificuldades  em criar negócios sustentáveis e rentáveis, a segunda maior resposta recebida foi a falta de créditos com baixas taxas. A resposta que mais se repetiu foi a percepção de que essas pessoas não tem qualificação suficiente.

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