ANÁLISE ECONÔMICA SOB EFEITOS DA CRISE NA PANDEMIA SARS-COV2
Por: citodias • 14/10/2020 • Relatório de pesquisa • 2.679 Palavras (11 Páginas) • 199 Visualizações
Artigo – Engenharia de Produto - 2020
IBOV - ANÁLISE ECONÔMICA SOB EFEITOS DA CRISE NA PANDEMIA SARS-COV2
Marcio Dias de Oliveira (marcio.dias@souunit.com.br); Profº Msc. Jose Ricardo Oliveira
RESUMO
O novo coronavírus (Covid-19), intitulado Sars-Cov-2 tem repercutido em uma positiva curva exponencial de contágio no mundo em contraposição a uma negativa curva de recessão econômica. Tomando como referência essa discussão, o presente artigo tem como objetivo analisar o impacto dessa temida pandemia no índice Ibovespa (IBOV), responsável pelo regimento da bolsa de valores brasileira. Para tal, realizou-se coleta de dados quantitativa nas principais empresas desse índice, Petrobras e Vale, através das análises fundamentalista e técnica. Apesar do pessimismo, a bolsa brasileira já demonstra resultados de recuperação, incentivados pelas altas nas ações das empresas Vale e Petrobras impulsionando uma recuperação acelerada do índice IBOV.
Palavras-chave: Coronavírus. Pandemia. Economia. Ibovespa.
ABSTRACT
The new coronavirus (Covid-19), entitled Sars-Cov-2 has had a positive exponential contagion curve in the world as opposed to a negative economic recession curve. Taking this discussion as a reference, this article aims to analyze the impact of this feared pandemic on the Ibovespa index (IBOV), responsible for the regulation of the Brazilian stock exchange. For this, quantitative data collection was carried out in the main companies of this index, Petrobras and Vale, through fundamentalist and technical analysis despite the pessimism, the Brazilian stock market is already showing recovery results, encouraged by the increases in the shares of Vale and Petrobras, driving an accelerated recovery of the IBOV index.
Keywords: Coronavírus. Pandemic. Economy. Ibovespa.
1 INTRODUÇÃO
O desempenho econômico em 2020 será o pior desde a crise financeira mundial de 2008. Os danos econômicos causados pelo coronavírus SRA-Cov-2 posicionou o mundo numa recessão sem precedentes. Os danos econômicos não param de crescer em todas os países, acompanhando a forte disseminação do números de casos confirmados e óbitos. (VALOR, 2020)
Na economia brasileira, o aumento de casos da Covid-19 poderá ter três impactos conforme análise do Copom: falta de produtos devido a interrupção das cadeias produtivas, impacto nos custos de produção, devido a variação de preço das commodities (queda no preço de petróleo e minério de ferro, por exemplo) e de ativos financeiros (como a disparada do dólar). O terceiro impacto é a retração da demanda, devido ao aumento da incerteza e de restrições impostas pela pandemia. Para o BC, as medidas fiscais, com aumento de gastos por parte dos governos, e monetárias, como a redução de juros e injeção de recursos em sistemas financeiros, não são a solução e tendem a “mitigar apenas uma pequena parcela desses efeitos”.(ANBIMA, 2020)
Considerando-se o cenário de crise política no Brasil, o impacto da pandemia e o conflito de preços do petróleo entre Rússia e Emirados Árabes, este impacto é revertido em toda a economia nacional, vide endividamento da população brasileira, redução de geração de posto de trabalho, e que considerável parte da economia nacional depende tanto do governo, quanto das instituições financeiras (CAMPOS, 2020). Neste contexto, objetiva-se avaliar os impactos do cenário econômico no principal índice brasileiro da bolsa de valores (IBOV), a partir da análise do comportamento das oscilações que ocorrem nas negociações das empresas com maior participação no índice.
2 REFERENCIAIS TEÓRICOS
As bolsas mundiais responderam à pandemia com a pior queda desde a crise de 2008. Os países europeus foram os mais afetados, com a suspensão de vários serviços, atividades econômicas e paralisações das principais montadoras de veículos. O Euro Stroxx 50, índice composto por 50 ações de empresas na zona do euro, já acumula uma queda de 37,49%, já o índice IBOVESPA chegou a bater o recorde nominal de 119.528 pontos em 23 de Janeiro de 2020, mas em menos de dois meses, a pandemia do coronavírus e o choque do petróleo fizeram o índice recuar para os 72.583 pontos, uma queda de 39%.(B3 Brasil, 2020).
Figura 1: Ibovespa em Pontos
[pic 1]
O Ibovespa é o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo, o principal indicador de desempenho médio das ações listadas. Basicamente, o índice é uma carteira teórica de ações que contém os ativos que movimentam os maiores volumes de negociações, algo em torno de 80% do total diário, entre estes estão a Petrobras (PETR4), Vale (VAL3) e Ambev (AMBV3).
Para acompanhar o seu desempenho, a B3 (bolsa de valores brasileira) desenvolveu uma pontuação. Cada ponto equivale a 1 real. Considera-se que, se o índice estiver em 100 mil pontos, representaria um portfólio com valor de R$ 100 mil, ou seja, é o preço exato da carteira teórica das ações mais líquidas da B3. Então, quando a pontuação do Ibovespa sobe, isso quer dizer que, na média, as ações que a compõem se valorizaram. Se esta cair, significa que parte dos papéis fecharam o dia com valores abaixo do referencial de abertura. A Tabela 1, demonstra o exemplo das principais ações compostas no Ibovespa (B3, 2020).
Tabela 1:Composição do IBOV
Código | Ação | Tipo | Qtde. Teórica | Part.. % |
ABEV3 | AMBEV S/A | ON | 4.354.228.928 | 3,488 |
PETR4 | PETROBRAS | PN N2 | 4.520.185.835 | 5,656 |
VALE3 | VALE | ON NM | 3.292.010.807 | 11,367 |
Fonte: b3(Brasil, bolsa balcão)
As variações de valores refletem a expectativa dos investidores em relação aos ativos e ao cenário interno e externo. Quando o Ibovespa fecha o pregão em alta, esse é um sinal positivo para os investidores e para o mercado financeiro, a oscilação no dia, 13 de maio de 2020 o índice Ibov obteve seu valor de fechamento abaixo do valor de abertura, refletindo o otimismo dos investidores conforme mostra a Figura 1.
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