Agricultura e questão agrária na história do pensamento econômico de Gentil Corazza e Orlando Martinelli Jr
Por: letipolly • 24/4/2017 • Resenha • 497 Palavras (2 Páginas) • 478 Visualizações
RESUMO
O texto Agricultura e questão agrária na história do pensamento econômico de Gentil Corazza e Orlando Martinelli Jr, é uma análise do papel da agricultura no processo de construção do pensamento econômico.
Na pré-história da ciência econômica a análise agrícola pode ser entendida a partir dos valores éticos, políticos, filosóficos e religiosos. A produção de bens estava subordinada a atender as necessidades humanas. A agricultura aparecia como a única atividade natural que se harmonizava com os princípios organizadores da sociedade, por isso que para o pensamento econômico daquela época a agricultura era a atividade central. Na idade média a agricultura continua sendo a atividade econômica principal, dando sustento ao feudo e mantendo o trabalho servil. Já no final da idade média, quando o mercantilismo começa a representar um período de transição, a agricultura já não é mais tão dominante. O capital comercial começa a criar condições para o surgimento do modo de produção capitalista. Para os fundadores da Escola Fisiocrata, a riqueza das nações dependia da agricultura, uma vez que só a terra teria capacidade de multiplicar alimentos. Mas o crescimento econômico não dependia apenas da atividade agrícola em si, e sim da acumulação de capital na agricultura. Na analise clássica de Smith, o setor agrícola deixa de ser o centro dinâmico da economia e passa a ser produtora de alimentos e matérias-primas para a indústria. Em Marx a agricultura tem um papel de subordinação não apenas da indústria, mas ao processo geral da valorização do capital. Para ele a agricultura transformava-se em um simples ramo da indústria e era dominada completamente pelo capital. Dessa forma, mesmo que a agricultura tenha sido o setor de maior importância na historia do pensamento econômico e tenha contribuído em fases precedentes ao capitalismo, ela se transformou em uma produtora de mercadoria. Toda sua dinâmica está subordinada á lógica da produção capitalista cujo objetivo é a acumulação e a valorização do capital. A partir de Marx e do pensamento econômico neoclássico, a agricultura descaracteriza-se como categoria analítica e deixa de ser analisada na história do pensamento econômico.
A agricultura passa a desempenhar passivamente algumas funções econômicas e sociais sem obstruir o caminho da industrialização e da urbanização. A questão agrícola transforma-se em questão agrária poutando-se em analisar as transformações das unidades produtivas da agricultura, suas relações de produção e sociais. A questão agrária destaca o caráter da oferta de alimentados às pressões da demanda urbana e industrial como um problema estrutural desse setor. Para esse problema, a CEPAL via para o desenvolvimento da América Latina a industrialização como caminho mais rápido para superar essa condição. Essa incompatibilidade entre a estrutura agrária e o amento de demanda era um desequilíbrio gerado pelo setor agrícola que afetava o desenvolvimento industrial. Para superar isto, a CEPAL pregava políticas de transformação na produção agrícola através de mecanização, progresso técnico, da tributação e da reforma agraria a fim de romper com as estruturas improdutivas que iam contra a industrialização e ir de encontro ao desenvolvimento.
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