As razões que poucas empresas brasileiras de capital aberto criam valor.
Por: Guilherme Freitas • 19/3/2017 • Resenha • 818 Palavras (4 Páginas) • 558 Visualizações
Matriz de atividade individual*
Módulo: 4 | Atividade: Fórum |
Título: As razões pelas quais tão poucas empresas brasileiras de capital aberto criam valor. | |
Aluno: Guilherme Gouvêa de Freitas | |
Disciplina: Administração Financeira – Avaliação de Desempenho Empresarial | Turma: AFADEEAD_T0197_0716 |
Introdução As empresas de capital aberto têm como principal característica a participação acionária, ou seja, seu capital social é formado por uma quantidade de ações de igual valor, livremente negociadas na bolsa. Segundo o site da BM&FBOVESPA (www.bmfbovespa.com.br), a bolsa de valores brasileira, o número de empresas listadas ultrapassa 400 organizações. O tema "criação de valor empresarial" deve ser analisado levando-se em consideração uma série de variáveis, que podem servir de base para as razões do fraco desempenho das empresas no Brasil: elevada taxa de juros, estratégias empresariais equivocadas, elevado custo de capital, ausência de preparo e conhecimento dos gestores, instabilidade política, cultura, carga tributária, logística, falta de infraestrutura, entre outras. | |
Possíveis razões para tão poucas empresas brasileiras de capital aberto criarem valor Os acionistas que compram ações de uma empresa de capital aberto esperam não somente o retorno do capital investido, como também uma remuneração adicional por este dinheiro ter sido aplicado. Isto se dá por meio da valorização das ações e distribuição dos dividendos, que seria o lucro da empresa dividido pelos acionistas. Desta forma, cria-se valor econômico para os investidores da bolsa. Porém a criação de valor deveria considerar não somente a maximização do lucro da empresa, mas também a diferença entre o lucro obtido e outras opções de investimentos com menor risco onde o acionista poderia aplicar seu dinheiro. Existem diversos modelos criados para medir a estrutura de ganho de capital de uma empresa. Os próprios balanços apresentados contemplam variáveis que numa visão numérica são reais e verdadeiros, mas no mérito da questão, nem sempre uma empresa com lucro real e de grande monta, necessariamente consolida a sua liquidez e a manutenção de sua existência no mundo dos negócios. Tais modelos utilizados pelas instituições financeiras nas suas análises, não são amparados por indicadores seguros e confiáveis, e mesmo assim limites de crédito são concedidos, muitas das vezes, somente pelo lucro que essas empresas/clientes obtém, deixando de lado análises de longo prazo e dos mercados que essas empresas pretendem alcançar. | |
Desenvolvimento Um ponto importante a ser analisado sobre as possíveis razões para tão poucas empresas brasileiras de capital aberto criarem valor é o perfil de gestão adotado pelas empresas. É comum encontrar grandes, e também pequenas empresas administradas por profissionais com pouco conhecimento sobre finanças, o que influi negativamente nas tomadas de decisão. Associado a isso, tem-se um planejamento empresarial equivocado, com a prática de um conjunto de ações e metas sempre com a visão de curto prazo, sem a adoção de uma postura de longo prazo, sobretudo com relação aos investimentos. No brasil, principalmente nos últimos 3 anos, vive-se uma crise política e econômica, que impactaram muito nas decisões de investimentos das empresas. Tal decisão de investimento está muito atrelada à taxa básica de juros (SELIC) praticada. A SELIC é controlada pelo Banco Central do Brasil e renumera os investidores quanto ao negócio de compra e venda de títulos públicos. Esta importante ferramenta monetária foi elevada nos últimos anos, afim de se controlar a inflação crescente no país. Tal medida fez com que aplicações de renda fixa, lastreadas nesse índice SELIC, se tornassem mais atrativas quando comparadas ao mercado de ações. Pressupõe-se que a negociação de ações é uma transação confiável, apesar dos riscos intrínsecos a estas aplicações. No entanto, a expectativa negativa gerada em momentos de crise, leva os agentes a buscarem opções de investimento mais seguras. Logo essa fuga de capital também gera impactos criação de valor das empresas. Destaca-se, também a falta de transparência e lealdade das empresas para com os seus sócios e/ou acionistas, sendo talvez um ponto crucial na perda de sua credibilidade no mundo dos negócios. Com isso, as empresas não conseguem sobreviver por muito tempo nessa dinamicidade estabelecida pelos mercados e, principalmente, no avanço crescente de empresas voltadas à realização de auditorias ou mesmo pela própria fiscalização dos governos. | |
Conclusão Devido à falta de infraestrutura, custos elevados de produção ocasionados por impostos e encargos trabalhistas, além das taxas elevadas de juros, as empresas brasileiras nunca foram competitivas e poucas criam valor para seus acionistas. Somado a isto, todo o histórico de incertezas relacionados a instabilidade político-econômica que o Brasil sempre enfrentou, tornam o cenário para a criação de valor muito desfavorável. Espera-se que, com as novas medidas econômicas e uma política adequada para as empresas, as organizações não só de capital aberto, criem valor real aos seus investidores, criando dessa forma uma nova cultura e bases institucionais para impulsionar o Brasil. | |
Referências bibliográficas BM&FBOVESPA. Ações. Disponível em: , Acesso em 10/09/2016. SILVA, José Pereira da. Análise Financeira das Empresas. São Paulo: Atlas, 2008. VARIAN, H. R. Microeconomia: princípios básicos. 7ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 2006. EQUIPE DE PROFESSORES DA USP- Manual de Economia - 3ª edição - Editora Saraiva. |
*Esta matriz serve para a apresentação de trabalhos a serem desenvolvidos segundo ambas as linhas de raciocínio: lógico-argumentativa ou lógico-matemática.
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