Características do capitalismo popular
Tese: Características do capitalismo popular. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: AmauriRios • 14/10/2014 • Tese • 2.280 Palavras (10 Páginas) • 214 Visualizações
É um tipo de catolicismo, trazido por portugueses pobres e começou a penetrar no Brasil a partir da colonização. É comumente chamado de catolicismo tradicional popular.
Teve presença significativa na zona rural, em terras camponesas. Naquela época, havia poucas cidades e com pequena população.
Não tinha ligações com o poder político, nem se beneficiava de auxílios econômicos.
Além de portugueses pobres, alguns pequenos proprietários, índios destribalizados, ex-escravos e, sobretudo, mestiços praticaram esse catolicismo.
Analisando o modelo da colonização do Brasil, percebemos que, o catolicismo popular, pode ter tido grande influência de religiosos europeus mal formados que eram mandados para cá e para catequizarem criavam meios um tanto diferentes do catolicismo europeu da época.
Características do Capitalismo Popular:
O leigo ocupa papel central; o especialista, papel secundário.
Há uma perda relativa da importância do sacramental frente ao devocional.
Verifica-se uma manipulação do sagrado com finalidades pragmáticas; por conseqüência, é sensível uma diferença entre religião e magia. A religião importa uma transcendência; a magia conota imanência.
Enfim, releva notar o caráter protetor da religiosidade popular. Ela visa a solução prática dos problemas do cotidiano. Oferece uma segurança adicional frente ao esforço material.
Alguns elementos do Catolicismo Popular
O santo
O santo é um dos elementos fundamentais desse catolicismo. Tudo parece girar ao redor dele. É objeto de devoção pessoal do pequeno núcleo familiar (oratório), dos pequenos povoados (capela) ou das grandes massas (santuário).
A vida de cada pessoa tem seu centro e seu referencial nessa devoção.
O fiel relaciona-se o tempo todo e a vida toda com o santo. Conversa com ele, pede-lhe proteção, agradece pelo bem recebido. Pode, até, ficar zangado e virar a imagem de costas quando não for atendido.
O santo está na imagem, mas não se confunde com ela, nem se identifica. Mesmo assim, a imagem está carregada de poder sagrado.
A imagem não pode ser comprada, nem vendida, mas somente trocada. É um sinal de grande respeito.
Se, efetivamente, o santo está presente na vida diária do fiel, ele inspira, também, os acontecimentos grupais das pessoas.
O oratório familiar
A casa, lugar de tranqüilidade e de paz, é protegida pelo santo.
O oratório é um pequeno altar, que ocupa lugar de destaque e anima a devoção dos membros da família. É nesse altar que a família se reúne para rezar. O pai e a mãe organizam as rezas, mas cabe ao filho “puxar o terço” ou as devoções.
O oratório na rua
A rua, mesmo com seu caráter profano e perigoso, tam a proteção do santo de devoção. É o oratório da rua que se torna referência para os vizinhos. O pessoal levanta o olhar antes de ir para a roça, se benze e há alguém que sempre oferece flores.
Esse cotidiano público é permeado pela figura do santo e acompanha os fiéis nas suas relações.
Há, também, oratórios públicos, de almas penadas e de mortos sofredores. As almas são neutralizadas pela presença de pequenas imagens de santos de devoção no local, que podem reagir quando são admoestadas e não são lembradas. Há quem diga: “O seu Sebastião (por exemplo) foi morto pelas almas penadas, porque foram desafiadas por ele”.
O oratório ambulante
Muitos eremitas e beatos levam consigo um oratório (oratório ambulante), pedindo esmolas e ajudas para erigir alguma ermida.
A capela
Num povoado maior, a comunidade local tem seu espaço sagrado. É a capela. Construída, quase sempre, em mutirão, é propriedade e objeto de devoção comum. É ali que o povo faz suas rezas, organiza novenas, decora orações e espera o padre, quando ele vem celebrar a missa e dar os sacramentos. Nessa capela, existe a imagem do padroeiro, o santo de maior devoção.
Os santuários
Num âmbito mais amplo, existem centros de grandes devoções: são os santuários. Ali é guardada a imagem do santo mais forte que exige a peregrinação anual de multidões. É uma experiência inesquecível. É o encontro com o santo, com muita gente desconhecida, mas companheira de caminhada.
Visão de Ser Humano
Deus, infinitamente perfeito e bem-amado em si mesmo, em um desígnio de pura bondade, criou livremente o homem para faze-lo participar da sua vida bem aventurada. Eis por que, desde sempre e em todo lugar, está perto do homem. Chama-o e ajuda a procura-lo, a conhece-lo e a amá-lo com todas as suas forças. Convoca todos os homens, dispersos pelo pecado, para a unidade da sua família, a Igreja. Faz isso através do Filho, que enviou como redentor e salvador quando os tempos se cumprirem. Nele e por ele, chama os homens a se tornarem, no Espírito Santo, seus filhos adotivos, e portanto os herdeiros da sua vida bem aventurada.
Visão de Deus
No catolicismo popular não encontramos um culto especial para Deus, a não ser quando ele é representado como o Divino Pai Eterno, o Divino espírito Santo, o Senhor Bom Jesus etc. Deus é todo poderoso e tudo o que existe é obra sua. Os santos, cuja presença é tão freqüente no catolicismo popular, têm poder porque estão juntos de Deus. Deus paira soberano, e o seu desígnio é inalcançável para os homens. Somente os santos têm acesso a ele porque se encontram perto de Deus e podem influenciá-lo. Por isso, são os aliados celestes do homem.
Para o catolicismo popular, “Jesus é o protótipo dos santos: bom e justo, ele sofre sem ter pecado, e por esse sofrimento ele ganha a misericórdia divina para com os homens. Sua representação popular é, pois, a representação do sofredor: o Crucificado, o Senhor morto, o Jesus da Paixão. Só a partir da ‘romanização’ se introduz a representação
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