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Cosmeticos L'Oréal

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Por:   •  17/9/2014  •  Projeto de pesquisa  •  2.528 Palavras (11 Páginas)  •  219 Visualizações

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Hoje não se imagina a vida sem cosméticos. Cremes, loções, xampus e uma vasta gama de produtos fazem parte da rotina de higiene e beleza de milhões de pessoas, mas poucos consumidores se dão conta de que sem a química os cosméticos não existiriam. Os efeitos obtidos pelos cosméticos são resultados de componentes e reações químicas cuidadosamente estudados. Na verdade, a ciência cosmética é extremamente vasta porque trabalha com a inter-relação de muitas disciplinas, como a química, a dermatologia, a biologia, a farmácia e a medicina, além de ser diretamente afetada por hábitos culturais, moda e fatores econômicos.

A indústria de cosméticos adquiriu tal dimensão hoje que seus lucros são contabilizados em bilhões de dólares. A maior empresa do mundo é a L'Oréal, que faturou 24,6 bilhões de dólares em 2009, de acordo com o ranking Beauty´s TOP 100 da revista norte-americana WWD Beauty Biz, que lista as cem maiores empresas do setor. Atrás da L'Oréal vêm as gigantes Procter & Gamble, Unilever, Estée Lauder e Avon. A primeira brasileira que aparece no ranking é a Natura, na décima quinta posição, com cifras que também chegam aos bilhões: suas vendas somaram 2,16 bilhões de dólares em 2009. Para atingir estes números milionários e garantir sua presença na vida de milhões de pessoas, os cosméticos passaram por milênios de evolução, superando os obstáculos impostos pela falta de conhecimento científico, pelas barreiras culturais e pela falta de tecnologia.

História

A história dos cosméticos começa com os homens pré-históricos, que há 30 mil anos pintavam o corpo e se tatuavam. Usavam para isso terra, cascas de árvores, seiva de folhas esmagadas e orvalho. Na Antiguidade, placas de argila encontradas em escavações arqueológicas na Mesopotâmia trazem instruções sobre asseio corporal, já mostrando a importância dada à higiene. Mas tudo indica que foram os egípcios os primeiros a usar os cosméticos e produtos de toucador em larga escala. Há milhares de anos eles já empregavam óleo de castor como bálsamo protetor e tinham o hábito de tomar banho usando como sabão uma mistura perfumada à base de cinzas ou argila. Também usavam o khol (pigmento preto), um minério de antimônio ou manganês; o verde de malaquita, um minério de cobre, e o cinabre, um minério de sulfeto de mercúrio, para pintar os olhos e a face.

Os antigos egípcios também usavam extratos vegetais, como a henna. Eles tinham caixas de toalete para guardar seus cosméticos, e enterravam os faraós junto com seus cremes e poções de beleza. No sarcófago de Tutankhamon (1400 a.C.) foram encontrados cremes, incenso e potes de azeite usados na decoração e no tratamento.

Na Grécia antiga os banhos eram uma prática comum, e a higiene e o asseio eram valorizados. Nos manuscritos de Hipócrates já se encontram orientações sobre higiene, banhos de sol e de água e a importância do exercício físico. As palavras cosmético e cosmética originam-se do grego kosmétikos e do latim cosmetorium, ou de Cosmus, perfumista romano famoso do século I, que fabricava o cosmianum, ungüento antirrugas de grande fama, além de vários preparados. Durante o Império Romano, um médico grego chamado Galeno de Pérgamo (129 a 199 d.C.) desenvolveu um precursor dos modernos cremes para a pele a partir da mistura de cera de abelha, óleo de oliva e água de rosas. Galeno deu o nome de Unguentum Refrigerans a seu produto, na verdade um cold cream. O creme se funde em contato com a pele, liberando a fase interna aquosa, o que produz uma sensação refrescante. A mesma fórmula ainda é utilizada atualmente nas emulsões de água em óleo.

Idade Média

Com a decadência do império romano veio a Idade Média, um período em que o rigor religioso do cristianismo reprimiu o culto à higiene e a exaltação da beleza. Os hábitos de higiene foram abandonados porque o cristianismo ensinava que os males do corpo só poderiam ser curados com a intervenção divina. A chamada Idade das Trevas foi muito repressiva na Europa, e o uso de cosméticos desapareceu completamente. As Cruzadas devolveram a este período alguns costumes do culto à beleza, já que os cruzados traziam do oriente cosméticos e perfumes. Além disso, no início do período medieval a ocupação árabe na Península Ibérica fez com que certos hábitos de higiene fossem mantidos em cidades como Córdoba, Sevilha e Granada por questões religiosas: casas de banho, redes de esgoto e a limpeza pública continuaram a existir em alguns lugares por conta da religião dos muçulmanos.

No restante da Europa, no entanto, cidades e casas eram focos de sujeira, e as pessoas tomavam um banho a cada ano. A higiene pessoal resumia-se a lavar as mãos e o rosto antes das refeições e limpar os dentes com um pano. Acreditava-se nessa época que a água deixaria a pele suscetível a doenças, já que abriria os poros, permitindo a entrada de doenças. O padrão de beleza da época privilegiava a palidez, e as mulheres espalhavam compostos de arsênico e chumbo sobre a face para clareá-la. Sem dispor de cosméticos, elas usavam apenas leite, vinho, lama e pós sobre a pele. Em torno do ano 1300, na Inglaterra, cabelos tingidos de vermelho entram na moda.

Idade Moderna

O Renascimento, a invenção da tipografia e o descobrimento da América, no século XV, dão início a uma nova era, a Idade Moderna. O Humanismo, que coloca o homem como centro do universo, e o retorno aos valores da antiguidade clássica preconizado pelo Renascimento, trazem de volta a busca pela beleza e o florescimento das artes e do conhecimento. A religiosidade perdia força, e os pintores mostravam as mulheres saudáveis e belas. A Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, aparece sem sobrancelhas, face ampla e alva, com tez suave e delicada. Michelangelo retrata na Capela Sistina os anjos, apóstolos, Maria e outros personagens bíblicos com aparência clara, jovial, e a beleza em sua plenitude.

Itália e França despontam como grandes centros produtores de cosméticos, que são usados apenas pela aristocracia europeia por conta do alto preço. O arsênico passa a ser empregado como pó facial em substituição ao chumbo. No século XVI as mulheres europeias

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