Curso Gestão Financeira (GFI20) – Seminário Interdisciplinar III
Por: david6977 • 12/11/2018 • Artigo • 2.394 Palavras (10 Páginas) • 2.587 Visualizações
Taxa de Juros no Comércio
Leonardo David
Professor – Tutor Externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Curso Gestão Financeira (GFI20) – Seminário Interdisciplinar III
27/04/2018
RESUMO
O presente artigo tem como foco comparar as taxas de juros praticadas nas diversas modalidades de pagamento no comercio varejista. Nem sempre a menor taxa divulgada vai ser a melhor por conta da cultura do parcelamento no Brasil. Na análise efetuada a partir de alguns manuais e sites, foi verificado a diversidade de taxas existentes no mercado, mas que nem sempre a que tem o menor custo é a escolhida por uma questão cultural.
Palavras-chave: Taxa de Juros. Crédito. Consumidor
1 INTRODUÇÃO
O consumo em uma sociedade é determinado por varios fatores que irão influenciar o seu ritmo. Um desses fatores é a taxa de juros praticada no mercado, que a grosso modo é o preço do dinheiro, ou o preço de se facilitar este consumo.
Assim numa relação comercial onde quem compra não possui o dinheiro à vista e quem vende possui a mercadoria e busca facilitar o acesso do consumidor a esta mercadoria, há as ferramentas financeiras, que são a ponte para a efetivação do consumo.
Dito isto, destaco o crediário, pois é um modelo de ferramenta financeira utilizada pelos brasileiros bem antes da democratização do acesso a outras ferramentas como o empréstimo e o cartão de crédito. Esta linha de crédito continua tendo um papel importante para o consumo das famílias.
Nesse contexto será analisado a taxa de juros e o prazo praticado por essa modalidade de crédito nos dias de hoje, em comparação com outras modalidades, bem como o fato dessa ferramenta financeira ter uma maior facilidade e rapidez na sua aprovação.
De maneira geral esta pesquisa busca refletir sobre o motivo dessa linha de crédito ainda ter a preferência de parte da população, mesmo com outras opções existentes no mercado com taxas competitivas.
2 FERRAMENTAS FINANCEIRAS
2.1 O CREDIÁRIO
O famoso “carnê’’ de crediário foi extremamente popular nas últimas décadas, trazendo aos brasileiros maiores prazos de pagamento e a possibilidade de comprar produtos que não poderiam pagar à vista. Era utilizada principalmente por aqueles que não tinham poder aquisitivo para ter um cartão de crédito. As lojas, na prática, tinham se transformado em bancos populares de crédito direto ao consumidor. Não fossem pelos carnês, poucos teriam meios para comprar móveis e eletrodomésticos.
Mauricio Horta (2016) relata de forma clara um breve histórico sobre o crediário
A história do crediário se confunde com a história do varejo no Brasil. Na década de 1950, quando o sistema bancário era incipiente e os cartões de crédito nem existiam por aqui, quem não tivesse dinheiro para pagar à vista já podia cadastrar-se na loja e pagar sua compra mensalmente no carnê, sem banco. Nisso, o modelo virou padrão no território nacional. Afinal, quem fornece o crédito para as compras no resto do mundo não é a loja, mas o banco. Se quiser parcelar, que o faça no cartão de crédito, pagando juros. No Brasil, não. As décadas de inflação e de instabilidade econômica mantiveram o grosso da população sem conta bancária. “A minha felicidade é um crediário nas Casas Bahia”, diziam os Mamonas. O verso aludia, de certa forma, à precariedade do sistema financeiro nacional – ainda que por vias tortas, já que o alvo da piada era outra precariedade: a do sujeito que não podia ter cartão de crédito, só carnê.
Mas o que é o crediário: É uma ferramenta financeira ou meio de pagamento facilitadora do consumo, disponibilizada por lojas diretamente em suas unidades. É uma forma de financiar suas compras para quem não pode pagar à vista e parcelar em mais vezes do que um cartão permite. Enquanto um cartão de crédito permite a uma pessoa financiar suas compras em até 12 parcelas (na maior parte das vezes), o crediário permite que esse financiamento seja estendido por até 48 vezes.
Atualmente há três formas de crediário que viabilizam as compras diversas, são o cartão de loja, carnê ou crediário. Para ter acesso geralmente é feita uma análise de crédito do cliente. É uma análise superficial levando em conta se o cliente possui o nome no cadastro de inadimplente no SPC e Serasa, deixando de analisar seu endividamento atual e até sua capacidade de pagamento. Com uma análise de crédito menos rigorosa, o carnê se torna opção para trabalhadores informais que têm dificuldade para comprovar renda, mas também atrai consumidores que já esgotaram outras formas de financiamento, como o cartão de crédito. Os níveis de aprovação do crediário chegam a ser três vezes superiores aos do cartão, pedindo RG, CPF e comprovante de renda para análise.
- OUTRAS MODALIDADES
Há outras modalidades de crédito utilizadas pelos brasileiros na hora de realizar suas compras. O cartão de crédito, o empréstimo pessoal, o empréstimo consignado, o financiamento e o cheque pré-datado.
Por meio do cartão de crédito, o emissor (que normalmente é um banco), oferece um limite de crédito ao consumidor para que ele faça pagamentos e compras de bens e serviços. Não é preciso ter conta corrente em banco para ter um. De acordo com a renda de cada um, é estipulado um limite de crédito, assim dentro do mês, o usuário do cartão tem um valor máximo que pode gastar. O valor das compras não pode ultrapassar o limite pré-estabelecido pelo emissor, definido a partir da análise de vários fatores, tais como salário ou renda mensal.
O empréstimo pessoal, enquadrado no crédito ao consumo, o cliente tem acesso a dinheiro sem a necessidade de explicar os objetivos do mesmo. É vinculado a uma instituição financeira onde geralmente há a necessidade de ser correntista.
O empréstimo consignado se diferencia deste último pelo fato de que o correntista precisa ter folha de pagamento ativa para recebimento de salário.
Financiamento é operação financeira em que a parte financiadora, em geral uma instituição financeira, fornece recursos para outra parte que está sendo financiada, de modo que esta possa executar algum investimento específico previamente acordado. Ao contrário do empréstimo, os recursos do financiamento precisam necessariamente ser investidos do modo acordado em contrato.
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