Desenvolvimento e crescimento econômico
Por: Palloma Ponciano • 9/1/2017 • Abstract • 878 Palavras (4 Páginas) • 467 Visualizações
DIFERENÇAS ENTRE CRESCIMENTO ECONÔMICO E DESENVOLVIMENTO
Segundo Nali de Souza, o autor que servirá de base principal para esta pesquisa, não existe um conceito universal de desenvolvimento. Existem duas correntes principais que falam a respeito do assunto, a primeira é uma corrente de economistas mais teóricos que considera crescimento como sinônimo de desenvolvimento, enquanto a segunda tem como base a realidade empírica, que vê o crescimento como uma condição indispensável para o desenvolvimento, no entanto o crescimento não é condição suficiente para que um país seja considerado desenvolvido.
Sendo assim, o leitor ao ler o livro de Nali de Souza consegue perceber que há distinções entre crescimento econômico e desenvolvimento. Uma vez que o crescimento econômico gera resultados que nem sempre beneficiam a “economia como um todo e o conjunto da população”, pois mesmo que a economia apresente elevadas taxas de crescimento, a população pode estar sofrendo com desempregos, por exemplo.
Ainda de acordo com Nali de Souza no seu livro Desenvolvimento econômico na página 6:
A segunda corrente encara o crescimento econômico como uma simples variação quantitativa do produto, enquanto o desenvolvimento envolve mudanças qualitativas no modo de vida das pessoas, das instituições e das estruturas produtivas. Nesse sentido, o desenvolvimento caracteriza-se pela transformação de uma economia arcaica em uma economia moderna, eficiente, juntamente com a melhoria do nível de vida do conjunto da população.
A partir disso pode-se perceber as diferenças entre desenvolvimento e crescimento econômico com mais clareza. Porque o crescimento econômico é o aumento do Produto Interno Bruto (PIB), já o desenvolvimento econômico também está relacionado ao crescimento econômico e a melhoria dos produtos e serviços, porém possui um fator a mais relacionado com ele que é a melhoria do bem estar da população. Esta melhoria é medida através de indicadores de educação, saúde, renda, pobreza e outros, sendo o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) o critério mais utilizado para medir o desenvolvimento, assim como o coeficiente de Gini, ou índice de Gini, este mede a desigualdade social.
Quanto ao IDH e ao coeficiente de Gine, uma breve apresentação: o IDH ele foi criado com o objetivo de se medir mais do que o crescimento econômico, que tem como indicador o PIB, pois era preciso de algo que não considerasse apenas a dimensão econômica do desenvolvimento, mas também um desenvolvimento humano. O bem estar da população não seria encontrado apenas na renda dela, mas nas oportunidades e capacidades dela também. Enfim, o IDH foi criado por Mahbub Ul Hag com a ajuda do economista Amartya Sem, este foi ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1998. E mesmo que não consiga englobar todos os aspectos de desenvolvimento humano, aborda os que são considerados os três principais: a saúde, a educação e a renda. Os países que medem seu desenvolvimento econômico a partir do IDH recebem uma nota que varia de 0 a 1, onde quanto mais perto de zero pior o desenvolvimento daquele país e quanto mais perto de um melhor o desenvolvimento do país. Enquanto isso, o coeficiente de Gini é um cálculo que verifica a desigualdade social de um país. Este coeficiente foi desenvolvido pelo estatístico italiano Corrado Gini no ano de 1912. Ele assim como o IDH estabelece uma nota de 0 a 1, todavia o zero corresponderia a uma situação de igualdade plena na renda (per capita = renda nacional/população nacional) da população e o um corresponde a uma situação de completa desigualdade entre as rendas da população.
Saindo dos indicadores de desenvolvimento e voltando para as diferenças entre desenvolvimento e crescimento econômico, cabe ressaltar que o desenvolvimento econômico define-se pela existência de um crescimento econômico contínuo que supere o ritmo do crescimento demográfico, acarretando e mudanças de estruturas e aperfeiçoamento nos indicadores econômicos, sociais e ambientais. Isso ocorre, conforme Nali de Souza, porque o crescimento econômico precisa superar o crescimento demográfico para “expandir o nível de emprego e a arrecadação pública, a fim de permitir ao Governo realizar gastos sociais e atender prioritariamente às pessoas mais carentes”.
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