Do padrão ouro a Bretton Wood
Por: Mariana Contreiras • 24/7/2017 • Resenha • 1.350 Palavras (6 Páginas) • 525 Visualizações
O capítulo 15 do livro “A nova economia internacional” trata dos sistemas monetários internacionais, que são nada mais que um conjunto de regras e convenções que regulam as relações financeiras entre os países do globo. Isso é de extrema importância pois, sem um sistema como esse, seria impossível as diversas relações econômicas qu9oe tivemos – e ainda temos – entre territórios. Esses sistemas referem-se a dois aspectos: a conversão de uma moeda – relacionado aos padrões de ajuste das taxas de câmbio e aos preços relativos das diversas moedas existentes – e o padrão monetário adotado, que é basicamente definido pela reserva, na qual pode ser utilizado um valor em espécie, como ouro, um intrínseco ou reservas fiduciárias. O objetivo principal dos sistemas monetários internacionais são proporcionar melhor fluidez das relações econômicas e como consequência maximizar os lucros com o comércio e os benefícios dados pela movimentação do capital.
É imprescindível o uso de um instrumento monetário aceitável como forma de pagamento em transações internacionais, pois sem isso o comércio internacional se resume a simples trocas, como muitas vezes eram feitos antes dos sistemas monetários, retrocedendo todos os avanços desses. A troca é um problema pois limita o comércio, como podemos ver no exemplo: um comerciante A deseja um produto que o B tem para trocar, mas o B não deseja o ofertado por A, impossibilitando a troca que iria movimentar o comércio. Assim surge a necessidade de uma moeda, um bem coletivo que é emitido por diversos países do globo, e sua confiabilidade. Existem várias competições para que moedas de diversos territórios sejam aceitas como unidade de transação pelos vários benefícios trazidos, porém nenhuma conseguiu essa hegemonia – um dos motivos é a dificuldade de convencer potenciais investidores internacionais da estabilidade da moeda –, estimulando assim uma maior disputa, principalmente entre as maiores potências.
O sistema monetário internacional necessita da existência de regras aceitas por todos os países participantes, e essas acarretam o chamado problema de consistência, que é originado do pressuposto básico de que a junção dos superávits e déficits tem que ser nula, não pode haver um número, seja ele negativo ou positivo, e isso requer a existência de medidas como a não definição de metas externas por determinado país, taxas de câmbio mais flexíveis e uma coordenação de políticas entre os países membros. Para melhor compreensão é necessário analisarmos isso na ordem cronológica, visto que essa mostra a evolução dos métodos, economias e das próprias instituições.
Não se sabe ao certo quando surgiu o padrão-ouro, apenas há a certeza de que em 1870 ele não existia, e em 1900 vigorava fervorosamente nos diversos locais do globo, não tem um período certo de seu fim também, alguns dizem que foi em 1914, outros discordam. Esse padrão relaciona a quantidade de moedas de cada país às reservas de ouro que era mantido e é caracterizado pela conversibilidade as moedas nacionais no metal precioso, esse sendo movimentado internacionalmente. Há quem associe o vigor do padrão-ouro à existência de um mecanismo eficiente que assegurava a estabilidade de preços, visto que evitava desequilíbrios no balanço de pagamento, pois limitava o raio de ação das autoridades monetárias nacionais. O padrão-ouro era bem estável, uma vez que esse tinha a tendência à estabilização de preços e mantinha as taxas de câmbio constantes em certa medida, não necessitando de grande intervenção estatal, como nos outros sistemas monetários, porém isso não é amplamente aceito, e teóricos afirmam que esse padrão teve mais interferências do que o dito. Porém o fato é, que com ou sem grande interferência estatal, o padrão-ouro conseguiu manter grandes economias, como as europeias e a estadunidense, estáveis, e isso foi um feito considerável, e no meu ver, de grande importância, tanto é que houve uma tentativa falha de retorno a esse padrão nos anos 20, após o fim da Primeira Guerra Mundial.
Em uma conferência em 1944, na cidade de Bretton Woods, no estado de New Hampshire, nos Estados Unidos, com o objetivo de criar uma proposta para reformar o sistema monetário internacional, foi criado o sistema de Bretton Woods, as medidas desse acordo foram feitas visando lidar com os desequilíbrios externos dos diversos países participantes, lidando com eventuais mudanças de câmbio, promovendo a fluidez e financiando o desenvolvimento econômico, para que assim não ocorra como na década de 30.
O acordo teve um início bilateral e um sistema de fato multilateral de pagamentos internacionais só passou a existir realmente após o momento em que os agentes passaram a ter acesso, através do mercado, às quantidades ambicionadas de divisas. O sistema então, posterior a 1958, passou a não só converter moedas dos diversos países entre si, como também convertia dólar-ouro. Desse modo as transações evoluíram, e passaram não ocorrer apenas via mercado, mas também entre bancos centrais – incluindo o FMI (Fundo Monetário Internacional) –. Essas conversões porém acabaram quando foi suspensa a convertibilidade de dólar-ouro.
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