O BRETTON WOODS

BRETTON WOODS

Ao desenlace da Segunda Guerra mundial surgiu uma nova visão no que concerne a economia capitalista. A Europa Ocidental e Japão estavam assolados pelas consequências do conflito e estavam sob dependência das exportações americanas ao passo que precisavam dos dólares para suprir suas necessidades comerciais.

Neste contexto, os estados Unidos surgem como credores isolados do mundo capitalista, no qual contam com uma economia acelerada pelo esforço de guerra que estava face à inéditas taxas de crescimento. Neste cenário fazia-se necessária uma nova reorganização do mercado mundial capitalista que formalizasse a nova posição dos Estados Unidos como a “cabeça” da economia ocidental.

Os acordos de Bretton Woods foram uma série de estruturações acertadas por cerca de 45 países aliados, ocorridas em 1944, em Washington. Sua função era de estabelecer novas regras do jogo monetário, comercial e financeiro internacional, definindo os novos critérios que iriam reger a economia mundial após a Segunda Guerra  reconhecendo a nova realidade que se passava mundialmente. Estes acordos substituíram o antigo padrão-ouro (que regulava as trocas internacionais), por outro padrão conhecido como padrão-dólar-ouro. Desta forma o dólar passava a atuar como moeda internacional párea ao ouro, onde uma onça de ouro correspondia à 35 dólares e também a convertibilidade total do dólar em ouro, sendo assim, os Estados Unidos viam-se de imediato na obrigação de trocar ouro por dólares de acordo com o que fora fixado, tornando-se o novo fiador do novo sistema monetário internacional.

O sistema financeiro decorrente de Bretton Woods seria favorável aos EUA, uma vez que o mesmo teria o controle sobre uma generosa fatia da economia mundial, assim como de todo seu sistema de distribuição de capitais, tomando as “rédeas” das finanças mundiais, manobra que anteriormente não quiseram arriscar por conta de princípios da política externa do país, que enfatizava o não-envolvimento em questões político- econômicas sensíveis às nações europeias

O acordo previa também a criação de instituições financeiras mundiais que poderiam se encarregar de dar o suporte necessário ao modelo que estava sendo desenvolvido, daí nascem FMI e o BIRD, com a finalidade de prestar assistência financeira aos Estados- Membros. O FMI funcionaria como um agenciador de recursos que poderia ser acionado caso os países necessitassem de uma injeção de capitais em sua economia. O BIRD ainda funciona na atualidade, como uma agencia de crédito destinada a fornecer capitais para políticas e projetos de desenvolvimento. Em meio ao contexto é também importante citar o GATT, que teve sua criação impulsionada pelo “medo” que os estrategistas tinham sobre as depressões e recessões capazes de conduzir à quebra os fluxos internacionais e ao isolacionismo comercial. O GATT então é um complemento da arquitetura econômica originada de Bretton Woods, que visava alavancar o crescimento dos fluxos comerciais internacionais e diminuir as tarifas, taxas e barreiras comerciais.

O modelo de crescimento planejado pós-guerra denotava o predomínio da economia americana no mundo capitalista. Tinha o dólar tanto como moeda interna como moeda de troca internacional. Era notável a hegemonia americana e a carência de dólares na área europeia e asiática. A hegemonia americana começou a se dissipar com o forte surgimento de concorrentes no mercado mundial, como por exemplo, Alemanha e Japão, ascendendo através dos “milagres” e da reconstrução pós-guerra.

A guerra do Vietnã, que crescia no fim da década de 60 passou a pressionar Washington para que adotasse uma política de emissão de dólares não lastrados em ouro, era uma política inflacionária que veio a acarretar o saldo negativo na conta corrente americana e a abundância de dólares na Europa e Japão. As novas condições que vinham sendo estabelecidas faziam com que os Estados Unidos começassem a ficar em situação perigosa, pois de um lado se tinha a paridade artificial do dólar em relação às moedas europeias e japonesas que arruinavam a competitividade dos produtos de exportação americanos e agravava os problemas da balança comercial, por outro tinha-se a livre convertibilidade do dólar enfraquecido, que criava o risco de uma corrida dos Bancos Centrais europeus e japonês aos estoques de ouro do Tesouro Americano, que já não conseguia mais arcar com a troca estabelecida em BW.

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