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E Sobre a Mercadoria

Por:   •  5/5/2022  •  Artigo  •  504 Palavras (3 Páginas)  •  124 Visualizações

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-Sobre o Papel da Mercadoria

Trato essa questão da mercadoria pois ela ocupa um local de destaque para definir de forma profunda os assuntos sociais, políticos e econômicos de um dado período histórico.

Em síntese, a forma que a mercadoria é produzida, reproduzida e distribuída é parte(não toda) da base econômica sobre a qual a sociedade em seu conjunto é construída.

Para julgar como a nossa sociedade age com relação a mercadoria podemos julgar o seguinte caso. Se uma pessoa está em um estado de penúria alimentar, ou seja, fome, será lícito ela roubar para se alimentar?

Em uma sociedade parecida com a nossa, essa pessoa seria julgada e presa visto que a mercadoria se encontra no centro e no topo da nossa sociedade. No centro sendo o ponto que mais deva ser protegido ocupando um local de segurança, e no topo por ser a parte de maior valor.

Em uma sociedade burguesa a mercadoria é o bem supremo ocupando o local da base também. Então esse bem supremo ocupa o nosso centro, nosso topo e nossa base por todas as características que nossa sociedade lhe conferiu.

Partindo da nossa base econômica e chegando numa superestrutura social temos o seguinte mandamento, todo aquele que atentar contra a segurança da mercadoria deve ser punido. Este é o mandamento da sociedade burguesa, que é a nossa sociedade atual. Porém não é muito difícil rejeitar esse mandamento nascido de uma base econômica e reproduzido numa base social.

É possível destronar a mercadoria das suas múltiplas posições (a base, o centro e o topo) e substituí-la por um ser mais importante. O Ser Humano.

Afinal de contas quem produz as mercadorias a princípio é o trabalho humano, então a mercadoria está sujeita ao humano como sua criação e tem o propósito intrínseco de ser usada pelo ser humano. Ir contra esses princípios e ir também contra a própria mercadoria.

Dito isso, ao invés de colocar a mercadoria como nosso tesouro mais sagrado, trago a visão de que o ser humano, seu bem estar e seu desenvolvimento tem mais valor que todas as mercadorias em si. Não que uma pessoa tenha um custo igual a um conjunto dado de mercadorias. Digo que o bem estar e o desenvolvimento do conjunto de pessoas que compõem a sociedade, é o sentido fundamental da mercadoria e deve ser também o objetivo concreto de qualquer ajuntamento de pessoas que tenha a pretensão de se considerar uma sociedade.

Esse objetivo deve ser resguardado e protegido até mesmo em detrimento da própria mercadoria. Visto que aqui as pessoas ocupam o centro e o topo da sociedade podemos dizer que colocar a mercadoria nessa posição faria com que ela se elevasse acima até mesmo da sociedade, o que é um absurdo pois é como conceber um reinado em que as coisas e os produtos dominam os humanos.

Toda pessoa na situação de fome que rouba, participa de uma luta que visa colocar a humanidade acima da mercadoria e sujeitá-la ao interesse social comum (isso caso a sociedade queira acabar com a fome). Eles então deveriam ser recompensados.

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