Economia
Por: josemaurojr90 • 9/7/2015 • Artigo • 1.495 Palavras (6 Páginas) • 214 Visualizações
Introdução
Organizada desde sua origem como fortificação militar, porto e eixo de logística nacional e consolidada como centro de articulação nacional do ponto de vista político, cultural, econômico e social desde a chegada da Família Real, a cidade do Rio de Janeiro sofre um processo de fratura em sua dinâmica institucional a partir da década de 1960, com a transferência da capital para Brasília.
A região, cujo dinamismo até então derivara de sua lógica histórica e do fato de ser o centro do poder, passa a depender também de políticas gestadas localmente, tornando necessária a organização de estratégias regionais de desenvolvimento econômico-social.
Além disso, a sociedade carioca não tinha percebido imediatamente que o processo de mudança da capital iria redundar na lógica de que o contrapeso em favor de uma mudança acelerada não tardaria a se deslocar o seu eixo de influencia.
Capítulo 01 – Referenciais teóricos
Com o propósito de sistematizar uma analise das políticas e visões hegemônicas sobre a Guanabara na sua primeira década, como o inicio de uma dinâmica socioeconômica que se mantém até os dias atuais, apresento neste capitulo, os conceitos instrumentais teóricos que entendo serem as matrizes que dão a sustentação às formulações existentes no período pós-1960 para a cidade do Rio de Janeiro e sua região de influencia.
Três eixos teóricos que serviram de sustentação as formulações existentes no período pós 1960 para a cidade do Rio de Janeiro: Acumulação de capital e desenvolvimento; Estratégias e instituições no desenvolvimento regional e Reestruturação produtiva e desenvolvimento local.
Acumulação de capital e desenvolvimento
Economia colonial e economia mercantil-escravista = hegemonia do Rio de Janeiro
Economia exportadora capitalista-retardataria = hegemonia de São Paulo
Segundo Carlos Lessa, o Rio como porto e fortificação militar, tinha um papel estratégico como eixo do trafico de escravos para exploração de metais.
Nas décadas de 1870 e 1880 a produção de café cresceria significativamente e encontraria na cidade de São Paulo seu centro motor. No entanto a cafeicultura paulista, baseada desde o inicio em mão de obra assalariada, proporcionaria um amplo mercado consumidor por alimentos e produtos correntes, favorecendo o investimento nessas atividades na região. Simultaneamente, a imigração maciça formara uma ampla rede de mão de obra assalariada com baixo níveis salariais, favorecendo a nascente da industria paulista.
Desse modo, a industria paulista esta diretamente ligada a economia cafeeira.
Assim ,a economia paulista teria disposto de circunstâncias bastantes adequadas ao seu desenvolvimento, formando um setor industrial bem estruturado e uma agricultura mercantil em condições impares de competitividade. Posteriormente, viria a se tornar bojo da economia exportadora industrial nacional.
Rio de Janeiro – Acumulação de capital e desenvolvimento regional
A decadência da economia fluminense coincidiria com o surgimento da industria paulista e com a transferência da capital para Brasilia.
De acordo com Angela Penalva: “quatro elementos da historia da cidade teriam particular importâncias nas mudanças estruturais: Transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro; a vinda da Família Real para a capital fluminense; Obras viárias na década de 60, transformando a ex capital da Republica em Estado da Guanabara, de fato.”
Estratégias e instituições no desenvolvimento regional
Na América Latina, a CEPAL diz que a presença do Estado seria o requesito essencial ao processo de industrialização dos países periféricos e sua interação deveria dar-se através de políticas setoriais.
Rio de Janeiro - Estratégias e instituições no desenvolvimento regional
De acordo com Carlos Lessa, o Rio de Janeiro como porto e grande fortificação militar e por ter sido capital da Republica, iria funcionar como eixo de integração do país, do ponto de vista logístico, cultural, militar e de infra-estrutura publica e serviços econômicos.
Com a transferência da capital para Brasilia, o Rio de Janeiro iniciaria um processo de erosão, pela fratura de sua dinâmica institucional.
Principais pontos para a ausência de um correto entendimento da lógica em curso e das consequências da transferência de capital:
A memória da capitalidade é o elemento fundamental da identidade política do Rio de Janeiro, pois o Rio foi, historicamente, a cidade-capital da nação brasileira e a síntese da nação.
Após 1960, não existia no Rio de Janeiro estratégias consistentes de desenvolvimento regional, ressaltando a ausência de políticas setoriais consistentes que utilizassem as potencialidades e vantagens compartativas disponíveis. Essas políticas deveriam ser organizadas pelo governo regional em conjunto com a esfera federal, o que não ocorreu pela falta de uma identidade regional, em virtude da predominância cultural de capital.
Capítulo 2 – Cidade do Rio de Janeiro: historia da capitalidade e articulações com a Velha Província
De acordo com José Murilo de Carvalho, o Rio de Janeiro dos primeiros anos de República, sendo a maior cidade do Brasil e capital político-administrativa, poderia ser o melhor terreno para o desenvolvimento da cidadania.
Razões para o Rio de Janeiro ser a capital do país:
A existência da Baia de Guanabara, com seu aspecto geográfico de “cofre-forte militar-naval” teria sido fundamental, transformando-se depois em cidade-capital;
Vantagens na rota Rio-África (comércio) e Nordeste-África (prata).
Desde o inicio, o Rio de Janeiro, ligara o mundo a outras regiões do Brasil. Rio de Janeiro, polo comercial: O Rio de Janeiro dinamizou as regiões vizinhas e atividades econômicas regionais surgiram a partir da cidade.
O Rio colonial era epicentro de uma complexa rede de relações comerciais e dentro das causas, podemos citar as realizações efetuadas por Marques de Pombal.
O processo de nacionalização da liderança política do antigo Rio de Janeiro dificultou a articulação de um projeto econômico-social estratégico depois da crise do café, tendo em vista as diferenças culturais e de visão entre as elites econômicos e lideres políticos.
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