Economia externa e interna da China
Artigo: Economia externa e interna da China. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: garfieldmix • 18/10/2014 • Artigo • 1.361 Palavras (6 Páginas) • 366 Visualizações
A China, assim como qualquer outro país que faz parte do BRIC, depende fortemente do comércio exterior. Nas exportações mundiais, por exemplo, a participação desses países partiu de apenas 4,8% em 1992 e alcançou 14,2% em 2008.
Por volta dos anos de 1950, o comércio da China era apenas com países comunistas.
Em 1991 a China aderiu à Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (APEC), um bloco econômico oriental.
Ao longo da década de 90 e anos anos 2000, a China assinou diversos acordos bilaterais de comércio e aumentou drasticamente as exportações.
Períodos Comércio bilateral Exportações Importações
1981–85 +12,8% +8,6% +16,1%
1986–90 +10,6% +17,8% +4,8%
1991–95 +19,5% +19,1% +19,9%
1996–2000 +11,0% +10,9% +11,3%
2000–05 +24,6% +25,0% +24,0%
2006 +27,2% +19,9% +23,8%
2007 +25,6% +20,8% +23,4%
De um lado, a política cambial, desde os anos 1990, manteve o iuane depreciado para apoiar as exportações e, em última instância, impulsionar o acúmulo de reservas cambiais em patamares elevados. De outro, as políticas fiscal e monetária foram articuladas de modo a permitir a expansão do crédito, dirigido para realização dos investimentos públicos na indústria e infraestrutura, além de apoiar o desenvolvimento dos setores exportadores, mediante a concessão de isenções tarifárias e melhores condições de financiamento.
A estratégia de inserção comercial da China estabeleceu um conjunto de incentivos a fim de promover a entrada de empresas estrangeiras exportadoras em regiões específicas do país, as Zonas Econômicas Especiais (ZEEs). O Estado dirigiu setorialmente essa abertura (priorizando setores de alta tecnologia) e restringiu a entrada de capital estrangeiro em locais onde a indústria nacional podia ser afetada pela concorrência das empresas estrangeiras. O comércio ficou controlado pelo Estado, por meio das Trading Companies (TCs). Essas corporações tinham uma série de restrições para importar e ficavam responsáveis pelos setores estratégicos da indústria nacional.
Esses dois regimes de comércio (ZEEs e TCs) deram ao Estado chinês a oportunidade de, ao mesmo tempo, impedir a entrada de importações e capital estrangeiro em setores considerados prioritários e aproveitar recursos e tecnologias das empresas transnacionais exportadoras. Esse movimento fortaleceu as exportações chinesas e também o crescimento das TCs, em especial nos setores de alta tecnologia. Destarte, a estratégia de abertura comercial, e as políticas executadas para esse fim, foi pragmática e realizou uma importante divisão do trabalho entre o capital externo e o capital nacional que impulsionou as exportações, bem como, a absorção e o desenvolvimento de tecnologias de ponta por parte das empresas nacionais.
Com efeito, as mudanças do comércio chinês foram direcionadas pelo Estado, tanto para controlar como para liberalizar os fluxos de comércio. Partindo dessa perspectiva, a definição do timing, dos setores e da estrutura patrimonial do processo de abertura, bem como, do conjunto de políticas macroeconômicas, que sustentaram esse processo, foram determinantes que diferenciaram a inserção comercial da China no mundo relativamente a Brasil, Rússia e Índia.
A grande maioria das importações chinesas consiste-se de suprimentos industriais e de bens de consumo, principalmente maquinários e equipamentos de alta tecnologia, sendo que a grande maioria de tais produtos vem do Japão e dos Estados Unidos. Regionalmente, quase a metade das importações da China vem o Leste e do Sudeste da Ásia, e quase um quarto das exportações vai para estas mesmas regiões. Quase 80% das exportações chinesas consiste-se de mercadorias fabricadas, sendo que a maioria dos quais são tecidos e equipamentos eletrônicos. Produtos químicos e agrícolas completam o total de exportações da China. Dos cinco portos mais ativos do mundo, três estão na China.
Em 2011, quando entrou na OMC, o interesse da China era reduzir os gaps na capacidade de produção e infraestrutura do país. A entrada de empresas estrangeiras estava condicionada à sociedade com um parceiro local para dar know-how às indústrias chinesas.
Em 2004, com grande fluxo de investimento no interior, as cidades costeiras passaram a incentivar o ingresso de capital estrangeiro em etapas de maior valor na cadeira produtiva, como centros de P&D. Setores estratégicos, como energias renováveis e novas fontes de energia começaram a ser promovidos – o que explica a rápida expansão nos últimos anos.
Hoje, a China vive o que os Tigres Asiáticos viveram entre as décadas de 1960 e 1990.
Antigamente, os produtos da Coreia do Sul, por exemplo, eram tão questionados quanto os da China hoje. Hoje, quem questiona Samsung, Hyundai, Kia, LG?
Em alguns anos, o mesmo acontecerá com marcas chinesas: Geely, JAC, Beijing, Chana, Chery etc.
A engenharia reversa é algo que dá aos chineses um know-how de como fazer produtos de qualidade.
Hoje, há 3 tipos de produtos na China: os de qualidade (com preço semelhante ao que temos no Brasil), as imitações de qualidade próxima (são mais baratos e têm qualidade aceitável) e as cópias bizarras (estas por custos baixíssimos e péssima qualidade – famoso xing ling)
Com um mercado de aproximadamente 1,3 bilhão de pessoas, qualquer empresa fica interessada. Além disso, o custo da mão de obra é de aproximadamente 1 dólar por hora de trabalho. Mas...
Segundo a consultoria Arthur D. Little, deve-se analisar previamente o mercado, que se criem sociedades conjuntas com empresas locais, formando equipes de diretoria com profissionais chineses, introduzindo programas de qualidade e apostando em investimentos em pesquisa e desenvolvimento.
Larry Franklin, ex-diretor geral da Hutchision Whampoa, que trabalhou 25 anos com análise de operações na China e que hoje é professor da escola de negócios da Universidade de Hong Kong, acredita
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