Elementos teóricos sobre a inflação
Trabalho acadêmico: Elementos teóricos sobre a inflação. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: grazielaianelle • 4/6/2013 • Trabalho acadêmico • 1.371 Palavras (6 Páginas) • 475 Visualizações
AULAS 11 e 12: A INFLAÇÃO NO BRASIL – DOS FRACASSOS DOS PLANOS DE ESTABILIZAÇÃO ECONÔMICA DOS ANOS OITENTA AO PLANO REAL
1 Elementos teóricos sobre a inflação
Inflação é o aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços de uma economia.
Considere que:
Aumento do preço de um bem ou serviço isoladamente não caracteriza inflação.
Os aumentos de preços de bens e serviços, normalmente, não ocorrem de forma sincronizada.
A taxa de inflação é calculada com base em média ponderada da elevação de preços.
A inflação gera perda de poder aquisitivo da moeda.
Inflação é diferente de aceleração inflacionária:
Inflação estabilizada: 10% de inflação em um mês, repetindo-se esse mesmo percentual nos períodos seguintes (meses ou anos).
Aceleração inflacionária: preços subindo cada vez mais – 10% de inflação em um mês, 20% no seguinte, 30% no seguinte, e assim por diante.
A inflação é diversa quanto ao seu ritmo de evolução:
Pode ser moderada ou rastejante
Por ser hiperinflação: inflação tão alta que a rápida perda do poder aquisitivo leva as pessoas a rejeitarem a moeda nacional, substituindo-a por outra forte.
Tipos de Inflação
1) Inflação de demanda: expansão da demanda acima da oferta, que não consegue responder no curto prazo. Quanto mais próximo do pleno emprego mais pressões por elevações dos preços.
Razões para excesso de demanda:
Expansão monetária resultante de déficit público não financiado por poupança privada.
Para os monetaristas: o remédio é a política monetária.
Para os fiscalistas: remédios são política fiscal e política de rendas (congelamento de preços e salários).
2) Inflação de custos: inflação causada pelo aumento de custos repassado aos preços pelas empresas.
Razões para elevação de custos:
Elevação de preços de matérias-primas (MP) e/ou insumos básicos, devido a perda de safra agrícola ou elevação de preços de MP importadas, decorrente de desvalorização cambial.
Aumentos salariais (por negociação sindical ou por intervenção do governo) sem correspondente crescimento da produtividade.
Elevação das taxas de juros, em um primeiro instante.
Versão estruturalista para a inflação de custos:
A produção agrícola não acompanha desenvolvimento urbano-industrial gerando pontos de estrangulamento e, por conseguinte, a elevação de preços de bens primários devido a choques de oferta.
o Choques de oferta: estruturas protecionistas e oligopólicas permitem aumentos de preços de custo que são repassados aos salários e produtos industriais.
o Pontos de estrangulamento: a oferta de determinado bem ou serviço não aumenta no curto, impossibilitando o atendimento da demanda existente. A produção de outros setores fica limitada e, assim, os preços sobem.
o Mecanismos de propagação: permitem o repasse de aumento de preços de insumos aos preços dos produtos industriais.
3) Inflação Inercial: índice de inflação tende a se manter em mesmo patamar (sem se acelerar). Decorre normalmente de mecanismos de indexação, que atrela preços a inflação passada.
Mecanismos de indexação podem ser:
Formais: através do uso de índices em contrato; ou
Informais: sem acordo em contrato formal.
Conseqüências da inflação:
1) Distorções na alocação de recursos da economia: preços não são sinalizadores eficazes de escassez e custos relativos de produção. Desestímulo para investir.
2) Afeta negativamente o Balanço de Pagamentos do país: obscurece o valor da moeda nacional e da taxa de câmbio. Pode estimular a demanda por moeda estrangeira e até a “fuga” de capitais.
3) Afeta a distribuição de renda: os preços não sobem em sincronia e os salários normalmente são os mais prejudicados.
4) Efeito Oliveira-Tanzi: A inflação corrói arrecadação fiscal pela defasagem entre o fato gerador e o recolhimento de impostos.
5) Eleva custos de Transação.
Tabela 1: Hiperinflações em diferentes países no século XX
Fonte: GIAMBIAGI, 2004.
2 Antes do Plano Real: tentativas fracassadas de estabilização
Nos últimos 60 anos, de variadas maneiras, e com incontáveis vestimentas e disfarces, economistas, políticos e pensadores brasileiros enxergaram “funcionalidade” na inflação. Durante boa parte desse período, a inflação parecia um mal necessário ao crescimento econômico brasileiro, uma espécie “externalidade” negativa e inesperada do processo de desenvolvimento econômico.
A inflação, que não era deliberada na política econômica, mas tributária do processo de desenvolvimento econômico, era um ruído que causava desconforto aos ditos ortodoxos ou monetaristas, ou aos pobres, vítimas inocentes e silenciosas do progresso, ou mais, precisamente, do chamado “imposto inflacionário”, cuja compreensão ainda tomaria muitos anos.
Desde a institucionalização da Correção Monetária, a partir de meados dos anos 1960 (PAEG), o brasileiro conseguia conviver pacificamente com a inflação, embora fosse reconhecido o fato de que esta tinha lá o seu preço: o elevado coeficiente de realimentação inflacionária. Os mecanismos de indexação institucionalizados a partir do PAEG pareciam neutralizar os efeitos colaterais mais letais da inflação e permitiam
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