Extrativismo
Pesquisas Acadêmicas: Extrativismo. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: cristianoclay • 21/5/2014 • Pesquisas Acadêmicas • 2.131 Palavras (9 Páginas) • 279 Visualizações
Extrativismo
O extrativismo é toda atividade de coleta de produtos naturais de origem mineral (petróleo, ouro, prata, bauxita), animal (pesca, aquicultura, carne, pele) ou vegetal (madeira, folhas e frutos). O extrativismo também pode ser entendido como o uso sustentável e racional da coleta de recursos renováveis destinados ao mercado, a venda, a indústria.
Extrativismo vegetal
O extrativismo vegetal é mais intenso na região Norte do País. O Pará é o estado brasileiro com a maior produção de madeira em toras, segundo o IBGE. Em 2010 produziu e extraiu 5.763.823 m³ de madeiras. Mato Grosso ficou logo atrás (2.124.346 m³), seguido de Rondônia (1.511.456 m³).
A produção florestal, em 2010, somou R$14,7 bilhões, com a tendência de aumento da participação da silvicultura, que é a manutenção, o aproveitamento e o uso racional das florestas ou criação de uma área para cultivo de determinada planta, por exemplo, o eucalipto. A silvicultura contribuiu, em 2010, com R$10,7 bilhões, enquanto a extração vegetal participou com 4,2 bilhões. Atualmente, o Brasil é o grande exportador de produtos florestais e aparece como o maior produtor e exportador de celulose de madeira de eucalipto.
Além da extração de madeira, a Região Amazônica também é responsável pela produção nacional de castanha do Pará, látex (retirado da seringueira), babaçu entre outras sementes e frutas tipicamente brasileiras, manufaturadas pelas indústrias alimentícia, farmacêutica e até de combustíveis. Estas atividades garantem a subsistência de famílias e movimentação dos mercados locais. Estima-se que mais 163 mil pessoas estejam envolvidas com o trabalho em seringais e castanhais no estado do Amazonas.
Extrativismo mineral
O extrativismo mineral, com destaque para o ouro, ferro bauxita e cassiterita, também concentra sua produção na Região Norte, desde a década de 1960. Com rico potencial mineral, a Amazônia tem atualmente grandes projetos de exploração como: Carajás e Rio Trombetas no Pará (ferro e bauxita); Serra do Navio no Amapá (manganês), Serra Pelada no Pará (ouro); em Porto Velho (cassiterita).
Outro local de grande potencial é o estado de Minas Gerais – o maior produtor de minério de ferro do Brasil, com 70% da produção nacional, de acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Minas também é responsável por 30% a 40% da exportação nacional de minério de ferro. O Brasil tem também a maior reserva mundial de nióbio, mineral misturado ao aço e que é usado na fabricação de turbinas de avião.
O potencial hídrico do Brasil está entre os cinco maiores do mundo; o País tem 12% da água doce superficial do planeta e condições adequadas para exploração. O potencial hidrelétrico é estimado em cerca de 260 GW, dos quais 40,5% estão localizados na Bacia Hidrográfica do Amazonas.
A exploração de petróleo também merece destaque: a Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, é responsável por 83% de toda a produção de petróleo nacional. Segundo maior produtor na América do Sul, o Brasil vive em constante crescimento. No fim dos anos 1970, o País produzia, em média, 200 mil barris de petróleo por dia. Em 2009, alcançou a marca de dois milhões de barris diários. A perspectiva é de mais crescimento com as novas reservas descobertas do Pré-sal.
Extrativismo animal
O extrativismo animal concentra-se principalmente na pesca e na aqüicultura (cultivo de animais aquáticos). Atualmente o País produz em torno de 1,25 milhões de toneladas de pescado (deste total, 38% são cultivados). Por ano, a atividade gera R$ 5 bilhões, mobiliza 800 mil profissionais entre pescadores e aquicultores, além de ser responsável por 3,5 milhões de empregos diretos e indiretos. O potencial brasileiro é enorme já que além da costa litorânea, o País ainda conta com mais de 3,5 milhões de hectares de reservatórios localizados ao longo do território brasileiro.
Comércio internacional na Amazônia
Considerada a maior floresta tropical do mundo e com uma população de cerca de 24,7 milhões de pessoas (IBGE, 2009), a Amazônia tem um imenso e diversificado estoque de biodiversidades. Esta floresta possui variadas espécies de vegetais e animais e uma reserva gigantesca de minérios. Além de abrigar 15% da água doce não congelada do planeta e 80% deste recurso disponível em território brasileiro.
Toda essa riqueza tem chamado a atenção de diversas empresas internacionais, que se interessam em explorar todos esses recursos naturais e agrícolas da região. Esse processo de exploração é conhecido como internacionalização da Amazônia e vem causando grande polêmica. Apesar dos impactos desse processo – ambiental, social e econômico – seria um contrassenso desconsiderar a sua contribuição para a economia brasileira e desses países.
Preocupado com o desmatamento na Floresta Amazônica, o professor titular da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Joaquim José Martins Guilhoto, decidiu entender e mensurar o desmatamento proveniente da demanda global por produtos agrícolas brasileiros. O estudo foi realizado em conjunto com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, cujo resultado foi divulgado em dezembro, pela FAPESP.
O projeto teve como objetivo analisar em quais circunstâncias seria possível garantir que a abertura dos mercados agrícolas levaria à redução da pobreza e a uma maior igualdade social no Brasil. De acordo com o estudo, quando se pensa na liberalização dos mercados internacionais agrícolas, um dos temas a ser debatido é a redução da pobreza. Entretanto, pouco se sabe sobre os possíveis impactos desse processo sobre as populações pobres, nem tão pouco sobre quais são as políticas públicas que podem tornar-se necessárias para reduzir a pobreza e as desigualdades sociais.
A continuação do estudo será realizada por Guilhoto e pela professora do Departamento de Planejamento e Estudos Urbanos do MIT e economista especializada em recursos naturais e energéticos, principalmente dos Estados Unidos e da China, Karen Polenske. A formação da base de dados é a primeira fase da pesquisa, e após um intercâmbio entre orientandos dos dois pesquisadores, terá início a segunda fase, a partir da qual os dados serão analisados.
Desde a década de 90, a pesquisadora vem desenvolvendo seus estudos sobre ocupação do solo em áreas urbanas e as relações de produção, demanda de energia e o uso de recursos naturais, em países como os EUA e a China. Em entrevista à
...