ESTUDO SOBRE EFLUENTES INDUSTRIAIS: TRATAMENTOS ALTERNATIVOS PARA INDÚSTRIAS DE PAPEL E CELULOSE E DE EXTRATIVISMO MINERAL

ESTUDO SOBRE EFLUENTES INDUSTRIAIS: TRATAMENTOS ALTERNATIVOS PARA INDÚSTRIAS DE PAPEL E CELULOSE E DE EXTRATIVISMO MINERAL

Flávia da Silva1

Laura Nascimento Santos2

Nathália da Rosa Felisbino3

Resumo: A crescente degradação do planeta terra, fez crescer com força tendências de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável. A ideia de usar os recursos de forma consciente, pensando no futuro, se torna cada vez mais necessário. Por isso, as indústrias, consideradas as maiores degradadoras, sofrem grande pressão para se tornarem sustentáveis, já que são as maiores produtoras de efluentes, resíduos e emissões poluentes. Para mudar esse cenário e preservar o meio ambiente, foram criadas diversas leis, normas e resoluções para certificação e normatização das empresas a respeito dos rejeitos que produzem. Dentre os rejeitos gerados pelas indústrias, os efluentes são uma grande preocupação, principalmente com a contaminação e a quantidade lançada por indústrias de papel e celulose e de extrativismo mineral. Para tanto, existem diversas formas de tratamentos e níveis de condições especificas para o efluente poder ser lançado no corpo receptor, passiveis de multas e punições as empresas que descumprirem as mesmas, sendo que muitas vezes as chamadas tragédias ambientais ocorrem devido à falta de cuidado e atenção. Com o crescente aumento industrial, aumentou-se também a quantidade produzida e consequentemente a de rejeitos, fazendo com que novas tecnologias de tratamentos sejam buscadas. No caso das indústrias de papel e celulose, estudos a respeito do uso de sulfato de alumínio e cloreto férrico como floculantes. Já na indústria extrativista mineral, estudos a respeito de bioprocesso, ou seja, uso de bactérias para o tratamento do efluente, em especial para redução da quantidade de sulfato.    

Palavras-chave: Efluentes industriais. Industria de papel e celulose. Extrativismo mineral.

Introdução

Atualmente, com a ascensão da degradação ambiental no planeta terra, e a gravidade das consequências que os seres humanos vem presenciando, evidencia que os recursos naturais são finitos e que o crescimento desordenado do desenvolvimento, acelerará ainda mais a destruição que já está sendo presenciada.

Dias destaca, que um dos problemas industrias mais aparente é o destino que se dá aos resíduos (sólidos), aos efluentes (líquidos) e aos gases (gasosos) gerados durante o processo produtivo, que acabam degradando o meio ambiente e prejudicando a saúde humana. (DIAS, 2011, p.7). Felizmente, existem leis e resoluções ambientais que preveem essa destinação.

O objetivo geral deste artigo é buscar através de bibliografia, informações à respeito de efluentes industriais bem como as medidas que devem ser adotadas legalmente para que este resíduo não contamine o meio ambiente e tenha destinação adequada.

Os objetivos específicos são: Fazer o levantamento de informações sobre as indústrias de papel e celulose e de extrativismo mineral; Explanar informações a respeito de legislações, resoluções e órgãos relacionados a questões ambientais motivadas pelos efluentes gerados pelas indústrias; Coletar, em pesquisas já publicadas dados sobre tratamento alternativo dos efluentes das indústrias de papel e celulose e de extrativismo mineral; Avaliar os dados coletados a respeito do tratamento de efluentes nas indústrias de papel e celulose e de extrativismo mineral; Mencionar desastres ambientais ocorridos na região.

Sistema de gestão ambiental

O termo gestão ambiental é visto no âmbito empresarial como um tipo de gestão que busca evitar os danos ao meio ambiente, não ultrapassando a capacidade de carga do ambiente onde a empresa encontra-se localizada, para assim obter um desenvolvimento de forma sustentável. (DIAS, 2011, p. 102). O processo de gestão ambiental está diretamente ligado as normas em níveis municipais, estaduais e federais, que limitam valores para emissões de gases, de resíduos e de efluentes, bem como diversas restrições ao uso dos recursos naturais, entre outras tantas regras. (BARBIERI,2011.)

ISO 14000

A ISO (International Organization for Standardization) é uma organização internacional não governamental independente, fundada em 1947, tendo por objetivo criar padrões internacionais, facilitando assim o comércio mundial. (MOURA, 2011) Atualmente com 162 organismos nacionais de normalização e com sede em Genebra, Suíça, pode-se dizer que os padrões ISO impactam a todos em todos os lugares. (ISO). A ISO 14000 é constituída por uma série de normas e diretrizes que visam a implantação de um SGA (Sistema de Gestão Ambiental) dentro de uma indústria. Assim, esta busca o controle de impactos ambientais, tornando-a desta forma, sustentável, respeitando aspectos sociais, ambientais e econômicos. (MOURA, 2011.)

Conama

Segundo Moura, o Concelho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) pode ser considerado um órgão normativo e consultivo, que se encarrega de fixar resoluções que orientam toda e qualquer atividade que envolva o meio ambiente. Ainda de acordo com Moura, organizações do governo e não governamentais participam do CONAMA, estabelecendo critérios, normas e diretrizes para operacionalizar a PNMA (Política Nacional de Meio Ambiente). (MOURA, 2011, p. 331 e 332). Dessa forma, pode-se dizer que dentre as funções do CONAMA, destaca-se: determinar a necessidade de efetuação de estudos com o intuito de avaliar impactos ambientais de projetos públicos e privados; estabelecer critérios e normas de licenciamento ambiental para atividades potencialmente poluidoras; estabelecer normas e critérios visando a preservação dos recursos naturais, em especial os hídricos.

Efluentes líquidos

        Os efluentes, segundo o dicionário Michaelis é um “Resíduo ou rejeito que indústrias, esgotos sanitários etc. lançam no meio ambiente”. (MICHAELIS). Há diversas classificações dos efluentes, uma das mais simples é em efluentes domésticos e efluentes industriais. Os efluentes industriais, são provenientes dos mais diversos processos realizados em indústrias, sendo nomeados como grandes degradadores ambientais, esse tipo de efluente, leva em sua maioria das vezes metais pesados e outros matéria orgânicos e inorgânicos que podem causar grandes danos quando jogados nos corpos receptores sem o tratamento adequado. (ARCHELA, ARCHELA, BARROS, CARRARO E FERNANDES, 2003)