FUNDAMENTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DO ESTUDO DA HISTÓRIA ECONÔMICA

FUNDAMENTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DO ESTUDO DA HISTÓRIA ECONÔMICA

SZMRECSÁNIY, T. Fundamentos Teóricos e Metodológicos do Estudo da História Econômica. História Econômica & História de Empresas XI. 2008. Pág. 31 – 43.

Tamás József Károly Márton Szmrecsániy graduado em Filosofia pela Universidade de São Paulo, mestrado em Economia pela New School for Social Research, doutorado em Economia pela Universidade de Campinas (Unicamp) e pós-doutorado pela University of Oxford. Lecionou na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no Departamento de Política Científica e Tecnológica do Instituto de Geociência.

O artigo em comento é produto de análise realizada pelo seu autor, acerca do uso eficiente da História Econômica. Trata-se de uma constatação que, para se realizar com eficiência o trabalho na área da História Econômica são preciso três tarefas, são elas: a sua natureza, contornos e os componentes que o caracteriza como um campo do conhecimento independente e específico; os diversos prismas que coexistem em seu estudo, seja cooperando ou complementando entre si, ou ainda, se opondo umas às outras; uma introdução aos conceitos principais, métodos e procedimentos a se recorrer para a solução de um problema.

Como primeira tarefa, a História Econômica passou a ser vista como uma disciplina que goza de relativa autonomia, que possui suas problemáticas e técnicas de análise compatíveis, não mais apenas como um ramo das ciências econômicas e/ou do conhecimento histórico. Sua relativa autonomia reside no fato que toma de empréstimo métodos e técnicas de outras ciências sociais, como a Economia Política e a Ciências Históricas, muito embora não haja qualquer mal nisso, visto que é prática comum em outras ciências.

A autonomia científica, como uma disciplina específica da História Econômica, revela-se na interdisciplinaridade do estudo do desenvolvimento econômico e social, ou seja, através das alterações estruturais da economia e da sociedade através do tempo. E ainda, nas modificações nas instituições que presidem as suas relações, como nas políticas que as orientam e nas ideias, teorias e nas doutrinas que a interpretam. O estudo da transformação através do tempo não equivale a um simples estudo do passado, a História Econômica não é uma disciplina dedicada ao passado, trata-se apenas de uma referência que permite explicar o presente e que permite até mesmo fazer previsões do futuro. Segundo o autor, o objeto de estudo da História Econômica resede no tempo, portanto, envolve o passado, o presente e o futuro.

Concernente à segunda tarefa, Szmrecsániy destaca que a História Econômica surgiu tardiamente, na passagem do século XIX para o XX, no bojo da disciplina da Economia Política, motivada pelo desenvolvimento do capitalismo e do acontecimento da Revolução Industrial que caracterizou as diversas perspectivas teóricas que se coexistem e se confrontam. A publicação de “Riqueza das Nações”, em 1776, do autor Adam Smith foi um marco importante, que tiveram inicio na década anterior com a publicação de diversas obras sobre a história do comércio e das finanças públicas. Vinte anos após a obra de Smith, Frederick Morton Eden foi o pioneiro no estudo sobre a pobreza e as classes trabalhadoras na Inglaterra.