Fisiocracia

Fundamentos da Economia

Celso Roberto Carvalho, Samuel Peres, Paulo Sérgio, Thiago Martins

FISIOCRACIA, é o nome dado a primeira escola de economia científica, surgiu no séc. XVII, como uma reação iluminista ao mercantilismo, uma variação do absolutismo dando enfase à industria e ao comércio voltados para exportação.  Nesta escola desenvolveu-se a ideia de terra como fonte original de toda riqueza, pois somente ela permitia grandes margens de lucros sobre um investimento pequeno. Os produtos da agricultura deveriam ser vendidos a preços altos e os proprietários de terras reconhecidos como verdadeiros promotores da riqueza do país e respeitados como tal.

A palavra fisiocracia origina do grego fisios (natureza) e kratia (governo) dando origem a expressão governo da natureza.

Com este conceito em mente, os fisiocratas desenvolveram a ideia central de governo da natureza e de liberdade de ação, se opondo as complexas regulamentações governamentais que estavam por trás do mercantilismo. Os Fisiocratas, ao contrario do mercantilismo, concentravam-se na explicação e elaboração da vida econômica, mesmo com uma breve duração, é reconhecida pela grande maioria dos economistas como o inicio da moderna ciência econômica como hoje é conhecida. Suas obras estão quase todas compreendidas entre o período de 1756 e 1778, tendo como principal figura o francês François Quesnay, medico da corte do rei, que em 1756, orienta sua pesquisas para os problemas econômicos, dando origem à Fisiocracia. Onde para Quesnay a sociedade era semelhante ao organismo físico, pois a circulação de bens e riquezas faziam às vezes da circulação do sangue no corpo.

A fisiocracia teve uma vida curta, pouco mais de trinta anos, sendo uma ciência econômica exclusivamente francesa, destacando-se os fisiocratas Cantillon, Turgot, o marquês e o conde de Mirabeau, Nemours e Nicolas Baudeau.

Dentre as principais características do pensamento fisiocrático, é importante mencionar:

• Ordem natural: A economia funcionava por uma ordem natural inerente e preexistente, onde as atividades humanas deveriam ser mantidas em harmonia com as leis naturais.
• “Laissez faire, laissez passer” (deixe fazer, deixe passar): Expressão atribuída a Vincent de Goumay, conceito que custou caro aos fisiocratas, que determinava que os governos não deveriam interferir nas atividades humanas, pois elas estariam de acordo com as leis naturais.
• Enfase na Agricultura: Era consenso entre os fisiocratas que a agricultura tinha como subordinadas a industria, a manufatura e o comércio, e em menor proporção estas também estavam subordinadas a mineração, pois elas eram as fontes de riqueza, enquanto que os demais setores não detinham o fator de produção, sendo meros transformadores na concepção dos fisiocratas.
• Reforma tributaria.: Com a agricultura sendo a atividade nuclear no desenvolvimento do modelo fisiocrata, seus seguidores acreditavam que países como a França (a maioria dos fisiocratas eram intelectuais franceses) deveria unificar os impostos existentes, formando um único imposto, a ser cobrado da atividade agrícola, focando principalmente nos grandes donos de terra. Esta ideia refletia uma reação à condição em que se encontrava economicamente a França, com traços de mercantilismo, mas também de feudalismo, onde a reforma procurava, principalmente, atuar na parte feudal da economia.