Japão e o Crescimento Econômico
Por: Fabricia chagas • 22/8/2018 • Artigo • 2.295 Palavras (10 Páginas) • 326 Visualizações
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- o Japão de hoje é fruto de uma longa evolução histórica e o chamado "milagre japonês", resultante do surpreendente crescimento econômico do pós-guerra. A grande transformação ocorreu, na verdade, há mais de 100 anos, com a Restauração Meije, quando o país iniciou sua transição do' feudalismo para a modernidade, criando um tipo de sociedade bastante peculiar
- O Japão é um países cujo formação geológica mostra uma carência em recursos mineiras. Com isso ha necessidade de importação de matéria prima que ele necessita nas suas indústrias.*
- Mas, ele adotou também outro modelo sua industrial. Ou seja, Produzir produtos com um valor agregado muito maior daquilo que ele compra
- As áreas industriais do Japão são próximas aos portos, pois há uma necessidade enorme de importação e exportação. Importa matéria prima, produtos agropecuários, Mas exporta, tecnologia > produtos eletroeletrônicos, automóveis, produtos voltados para informática.
- Mas, para o Japão conseguir alcançar toda essa importância dentro do seu processo de industrialização, houve alguns processos importantes.
- Estes citados anteriormente>
- Imperador representado líder máximo > este comandava o pais e aceita a os xogunatos.(feudal ate a década de1860 )
- Era MEIJI, indiretamente forçada pelos EUAS > por forçar a abertura de portos>
- Mas a transformação econômica do japão, acontece após a segunda guerra mundial > o Japão sai derrotado > intervenção estadunidense. A situação era
- 1945 No final da Segunda Guerra Mundial, em 1954 o Japão é um país militarmente vencido, politicamente submetido à ocupação americana e economicamente arrasado pela perda do vasto império colonial, destruição da marinha mercante e ruina do sector produtivo
- Em 1970 O Japão é já a terceira economia mundial, em consequência de 20 anos de crescimento económico a uma taxa média anual de 15%. > 25 anos após a guerra, ocupasse o terceiro lugar no pódio da economia mundial,*
- A recuperação económica do Japão após a Segunda Guerra Mundial ficou conhecida como o “Milagre Japonês” dada as condições de partida acentuadamente desfavoráveis:
- A Setembro de 1945, quando o imperador japonês anunciou a capitulação, as populações das cidade de Horishima e Nagasaki tinham sido arrasadas pela bomba atómica e o restante território, embora em menor escala, também sofrera a destruição da guerra. A frota mercantil, que era a terceira no mundo, tinha sido afundada;
- No seguimento desta situação, em 1948, a produção agrícola diminuiu 60%, o consumo 55% e a produção industrial 65%, em relação aos anos antecedentes à Segunda Guerra Mundial;
- •Tornou-se impossível controlar a inflação e verificou-se a expansão dos mercados negros
- Como resultado dos factos referidos anteriormente, a miséria e o desemprego aumentaram e o iene, a moeda nacional, deixou de ser cotado no mercado internacional, acrescido ainda o facto de que o Japão teve de pagar indemnizações de guerra, ficando, então, à mercê dos vencedores.
- O Japão perdeu a soberania, ficando sob a autoridade dos EUA;
- •Sendo um país pobre em recursos naturais, o Japão tinha de importar quase a totalidade de carvão, petróleo e gás para a indústria;
- Durante alguns anos após a derrota japonesa na Segunda Guerra Mundial, a economia da nação ficou quase totalmente paralisada em virtude da destruição causada pela guerra, com uma séria escassez de alimentos, uma inflação descontrolada e um agressivo mercado negro.
- A nação perdeu todos os seus territórios de além-ma e a população ultrapassou a marca dos 80 milhões de habitantes Fábricas foram destruídas pelo fogo dos ataques aéreos. A demanda interna caíra com a cessação das encomendas militares e o comércio exterior era restrito pelas forças de ocupação.
- Mas o povo japonês começou a reconstruir a economia devastada pela guerra, auxiliado no início pela ajuda à reabilitação dos Estados Unidos.
- Em 1951, o Produto Nacional Bruto foi recuperado ao nível de 1934-36
- *O pessoal militar desmobilizado e os civis desconvocados juntaram-se ao mercado de trabalho proporcionando uma larga oferta de trabalhadores para a reconstrução econômica no início do período do pós-guerra.
- Várias reformas sociais realizadas após a guerra ajudaram a moldar uma estrutura básica para o subseqüente desenvolvimento econômico. A desmilitarização do pós-guerra e a proibição de rearmamento estabelecidas pela nova Constituição eliminaram o pesado ônus provocado pelos gastos militares sobre os recursos econômicos da nação.
- Com o ‘sistema de produção prioritária’, deu-se ênfase ao aumento da produção do carvão e do aço, os dois principais focos do esforço industrial do país. A elevação da produção do aço estabeleceu a base para uma decolagem global da produção, caracterizando um impulso no investimento de capital, sustentado pela recuperação do consumo.
- Guerra Fria, durante a Guerra do Vietname, uma grande parcela dos produtos consumidos pelas tropas norte-americanas foi fabricada no Japão. Isto impulsionou o crescimento industrial e económico, de forma praticamente ininterrupta durante duas décadas.
- Na segunda metade do século XX, o Japão tornou-se fornecedor de veículos e materiais bélicos para os Estados Unidos, que passaram a financiar a economia japonesa e a transferir tecnologia para o Japão, ao mesmo tempo que abriam sua economia às exportações japonesas.
- Para além das ajudas financeiras e técnicas disponibilizadas pelos Estados Unidos, os japoneses souberam também criar as condições necessárias à sua prosperidade:
- •Um sistema político excecionalmente estável (o Partido Liberal-Democrata manteve-se ininterruptamente no Governo após 1955) permitiu a atuação concertada entre o Governo e os grandes grupos económicos.
- •A intervenção inteligente e eficaz do Estado no incentivo das actividades económicas através de um regime fiscal favorável ao investimento e à entrada de capitais estrangeiros canalizados para a indústria moderna e para as novas tecnologias, sob iniciativa privada;
- •Importação de tecnologias estrangeiras, que eram aperfeiçoadas e adaptadas a uma indústria de ponta em grande desenvolvimento. Desta forma investiu-se menos tempo e recursos com a pesquisa e desenvolvimento - Engenharia Reversa dos Produtos Ocidentais
- O Estado interveio ativamente na regulação do investimento, na concessão de créditos, na proteção das empresas e do mercado nacional. Para além disso, canalizou a maior parte dos investimentos públicos para o setor produtivo
- Para além da intervenção do estado, a própria filosofia orgânica da produção industrial do seu modelo capitalista era uma originalidade japonesa. O “genuíno modelo japonês”, como é denominado, é composto por quatro grandes dimensões:
- •O sistema de emprego adotado pelas grandes empresas constituído por:
- O chamado emprego “vitalício”. Na realidade, não existe nenhum contrato “formal” sobre uma estabilidade permanente no emprego mas ela existe de facto, até à reforma aos 55 anos de idade.
- A promoção por tempo de serviço, onde o critério da antiguidade é central na remuneração dos trabalhadores.
- A admissão do trabalhador não é realizada para um posto de trabalho, mas para a empresa, num determinado cargo, ao qual corresponde um salário.
- •O sistema de organização do trabalho e produção – “Toyotismo”: ao contrário do modelo Fordista, que produzia muito e guardava em stock o excesso, só se produzia o necessário e, geralmente, por encomenda.
- Just-in-time”- produzir no tempo certo, na quantidade exacta, com uma quantidade de trabalho certa;
- b) “Kanban” – sistema de informações dos vários estágios de produção e de stocks.
- c) “Qualidade Total” – envolvimento dos trabalhadores para a melhoria da produção, inclusive participando com propostas de mudanças no processo de fabricação, a fim de obter melhor produtividade, redução de custos e melhor qualidade durante todos os momentos da produção.
- d) “Trabalho em Equipa” – a organização do trabalho está baseada em grupos de trabalhadores polivalentes que desempenham múltiplas funções, inclusive adotando como um dos critérios de avaliação para promoções e/ou aumentos salariais o rendimento da equipa a que pertence o trabalhador avaliado
- O “Boom” Económico
- O autêntico milagre económico vivido pelo Japão, a partir da segunda metade dos anos 50, ficou patente, numa primeira fase, na rápida reconstrução urbana, na fundação de grandes complexos siderúrgicos e petroquímicos, na construção da maior frota de petroleiros do mundo e, numa segunda fase, na formação de novas e poderosas empresas de indústria automóvel e eletrónica, onde a produção era levada a efeito segundo os mais modernos processos de automatização e robotização.
- Com a sua intensa produção, conseguida a preços altamente competitivos, conquistaram os mercados asiáticos e inundaram a Europa e os EUA com os seus sofisticados produtos de alta tecnologia.
- PRIMEIRA FASE
- O primeiro “boom” da economia japonesa decorreu entre 1955 e 1961. Neste curto período, a produção industrial praticamente triplicou. Os investimentos do setor privado aumentaram quase 600% (de 317 para 2185 milhares de milhões de ienes) e os empresários entraram num autêntico frenesim de inovação.
- Os setores que, neste período, adquirem maior dinamismo são os da indústria pesada (construção naval, máquinas-ferramentas, química) e dos bens de consumo duradouros (televisores, rádios, frigoríficos, etc.).
- O comércio externo acompanha esta expansão: as exportações duplicam, assim como as importações necessárias ao abastecimento em matérias primas dos novos setores industriais.
- O Plano Ikeda
- Em 1960, o primeiro-ministro Hayato Ikeda, descrito por historiadores como a figura mais importante do rápido crescimento do Japão, apresentou o "Plano de Ikeda." Este plano esboçou a ambiciosa meta de dobrar a riqueza do país em dez anos e de um crescimento de 7,2% da economia nipónica, igualmente numa
- . No entanto, a meta do Plano Ikeda foi atingido em apenas sete anos e, na segunda metade da década de 60, o crescimento da economia japonesa foi de 11,6%.
- SEGUNDA FASE
- Depois de um período de estagnação, no início dos anos 60, a economia japonesa conheceu um segundo surto de crescimento tão possante quanto o anterior.
- Entre 1966 e 1971, a produção industrial duplicou e criaram-se 2,3 milhões de novos postos de trabalho. Além do desenvolvimento dos setores clássicos, como a siderurgia, este surto de crescimento assenta, sobretudo, em novos setores, como a produção de automóveis, televisores a cores, aparelhos de circuito integrado, por exemplo. É nesta altura que os automóveis nipónicos invadem as estradas americanas, partindo, depois, à conquista da Europa.
- Em 1973, mais de 80% das câmaras de filmar, perto de 60% das máquinas de calcular e mais de 40 % das máquinas fotográficas produzidas no mundo eram de fabrico japonês
- A década de 70 foi marcada pelo arrefecimento da euforia que tomava conta do progresso económico japonês. A primeira crise do petróleo foi uma espécie de teste ao vigor do “milagre japonês”. Bem como o resto do mundo, o Japão teve uma queda no seu nível de crescimento e chegou a apresentar taxas de inflação de 30% durante um bom período. Essa crise serviu como uma aprendizagem às elites dirigentes do país, que conseguiram diminuir os efeitos da segunda crise do petróleo, em 1978.
- Com uma política de incentivo às exportações, principalmente às de alto valor agregado (tecnologia intensiva), a economia reagiu bem ao aumento dos preços.
- O país diversificou suas fontes energéticas, diminuindo, pois, sua dependência de petróleo e derivados: tornou-se um dos países com um dos sistemas energéticos mais eficientes do mundo.
- No início da década de 80, o Japão viveu uma fase de liberalização financeira acelerada, sendo facilitada a entrada de capital estrangeiro nesse setor.
- Além disso, as instituições japonesas expandiram-se incrivelmente, a ponto de inserir Tóquio entre as principais praças financeiras do mundo - ao lado de Nova York e Londres.
- Por fim, outra tendência dos anos 80 foi o estreitamento das relações do Japão com os países do Sudeste Asiático, tornando-o um líder regional. Com a valorização do iene, o processo produtivo interno japonês encareceu enormemente, de modo que a solução foi a transferência de algumas etapas da produção para países da ASEAN, como Brunei, Singapura, Filipinas, Malásia, Tailândia e Indonésia. Em menos de dez anos, de 1980 a 1989, os investimentos diretos japoneses na região tiveram um aumento de mais de 200%, saltando de 7 para 23 bilhões de dólares.
- Com a redução da taxa de juros básica da economia japonesa no início de 1986, iniciou-se um processo especulativo no mercado de ativos (imobiliário e acionista). Houve um desvio do capital das poupanças para esses mercados, que levaria, mais tarde, o país a atravessar a sua mais longa recessão desde a Segunda Guerra Mundial.
- CONCLUSAO
- Segunda Guerra Mundial deixou em ruínas a economia japonesa mas o auxílio norte-americano, aliado ao esforço e mentalidade dos próprios japoneses, garantiu a recuperação económica. A ocupação americana estabeleceu as condições fundamentais da democracia constitucional e estabilidade sobre a qual os japoneses puderam construir uma economia em tempos de paz bem-sucedido. Conhecida como "milagre japonês", a recuperação da economia apoiou-se principalmente no rápido desenvolvimento de setores industriais, como a construção naval e a produção de equipamentos eletrónicos e fotográficos, mas setores tradicionais, como a indústria textil e a siderúrgica, também cresceram. O Japão torna-se na terceira potência mundial nos anos 70 e os seus produtos espalham-se pelo mundo a um ritmo alucinante.
- A influência cultural norte-americana e o desenvolvimento da economia e das tecnologias ditou o fim da família tradicional e determinou o desenvolvimento da família ocidental. O êxodo rural provocado pela industrialização provocou uma rutura entre as gerações e a dispersão das famílias. O aparecimento de megalópoles e género de vida urbano “fabricaram” o trabalhador assalariado, a pequena família torna-se o reflexo da nova política de natalidade apoiada pelo governo e nasce a sociedade de consumo, com o boom dos eletrodomésticos na década de 50.
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