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Metodologias de planejamento estratégico

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Por:   •  14/4/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  5.523 Palavras (23 Páginas)  •  292 Visualizações

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METODOLOGIAS DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO:

uma discussão preliminar para IES

Arnaldo José de Lima

Naira Tomiello

Rosana Rosa Silveira

Resumo

A realidade brasileira vem sofrendo intensas e freqüentes transformações oriundas da globalização na esfera política, econômica, social, cultural e científico–tecnológica, com reflexos diretos em todas as organizações da sociedade, sejam elas governamentais, empresariais ou sem fins lucrativos. As Instituições de Ensino Superior – IES – também se tornaram alvo dessas transformações e são, praticamente, obrigadas a realizarem planejamento estratégico para definirem a mobilização de seus recursos visando alcançarem os objetivos propostos, assim como para se submeterem aos critérios de avaliação do MEC. Nesse sentido, este artigo objetiva apresentar diferentes metodologias de planejamento estratégico que possam ser adaptadas pelas IES. Para isso, há dois principais pressupostos: (i) as IES necessitam reconhecer que as ferramentas tradicionalmente utilizadas pelas empresas tornam-se aliadas das práticas educacionais; (ii) todo método deve ser submetido e adaptado à cultura da instituição interessada. A elaboração de um planejamento estratégico pressupõe a adoção de modernas filosofias no sentido de habilitar diferentes organizações a utilizá-las na obtenção de uma visão de futuro. No caso específico das IES, o planejamento estratégico torna-se relevante, pois é um importante instrumento para o desenvolvimento da sociedade.

1 Introdução

A adoção por parte das instituições de ensino de termos e métodos tradicionalmente aplicáveis às empresas, com freqüência, causa estranheza, incompreensão e resistência. Entretanto, é cada vez mais comum essas instituições referirem-se ao termo “cliente” para fazerem menção ao seu público-alvo, ou seja, ao aluno, ao mercado e à sociedade.

As mudanças que vêm ocorrendo nas instituições de ensino superior demandam maior adaptabilidade e velocidade na obtenção dos resultados almejados. As Instituições de Ensino Superior – IES – apresentam uma significativa expansão quantitativa e a sua perenidade dependerá de ajustes qualitativos ligados ao entendimento e atendimento das necessidades específicas dos seus públicos. O critério de “satisfação alcançada pelo cliente”, antes designado prioritariamente às empresas privadas, passa a fazer parte do jargão das IES.

Ao se referir sobre o planejamento estratégico, entretanto, percebe-se ainda que ele é incipiente nas IES. Nesse sentido, a discussão sobre os seus papéis perpassa as questões fundamentais: Quem são? O que querem ser no futuro? Como chegarão lá? Outras reflexões originam-se dessas, tais como: qual o papel que querem, devem e podem desempenhar na sociedade? Que alunos querem atender? O que ensinam e o que querem ensinar? Como os alunos irão aprender? Quais as responsabilidades com os ex-alunos? (ARMONI, 2004).

Submetidas a uma grande pressão pela modernização e adequação às exigências culturais, sociais, políticas, científicas e econômicas, as IES precisam, segundo Porto (2004, p.2), “entrar em sintonia permanente com o ambiente externo (o desafio da efetividade com legitimação social); qualidade, alcance e inovação no portifólio de produtos e serviços (o desafio da eficácia organizacional); e o melhor uso possível dos seus recursos (o desafio da eficiência)”.

Pensando nessas questões, diferentes autores apresentam propostas distintas quanto à metodologia do planejamento estratégico. As metodologias tradicionais podem ser adaptadas às IES, contanto que as adequações à realidade cultural sejam observadas.

A seguir, apresentam-se diferentes metodologias de planejamento estratégico.

2 Metodologias e Pesquisas de Planejamento

As organizações estão procurando cada vez mais se adaptar às constantes mudanças ambientais e das incertezas. Dentro dessa ótica, o planejamento estratégico representa uma ferramenta indispensável na gestão das organizações a fim de precaverem-se das incertezas com técnicas e processos administrativos que permitam o planejamento de seu futuro, a elaboração de objetivos, estratégias, métodos e ações (ANSOFF e McDONNELL, 1993; BETHLEM, 1998; DRUCKER, 1993; STONER e FREEMAN, 1999).

Nesse sentido, o planejamento estratégico significa o ponto de partida na administração estratégica das organizações, independentemente de seus tamanhos e tipos. Esse planejamento tem como propósito adotar medidas decisivas e resultados na condução de atitudes pró-ativas na gestão das organizações. (MINTZBERG, 1994; GOMES, 2003).

Observa-se, portanto, que o tema conquista espaço e significado nos meios acadêmicos e profissionais, principalmente quando se trata do futuro das organizações. A ênfase dada ao assunto deve-se à instabilidade ambiental e à questão da competitividade. Para competir em meio a esse redemoinho, as empresas têm de se antecipar e se adaptar com rapidez às condições de mercado, principalmente na nova economia digital. (LIAUTAUD, 2002; MITROFF, MASON e PEARSON, 1994). Isso porque, em ambientes instáveis, os dirigentes de qualquer tipo de organização têm procurado verificar o que se encontram neles como oportunidades e ameaças.

A respeito disso, Hamel e Prahalad (1995); Bethlem (1998)consideram que o desafio das empresas é, na maioria das vezes, o resultado de sua incapacidade de regenerar suas estratégias. Ao refletir sobre tal abordagem, o planejamento estratégico torna-se fundamental na medida em que favorece a discussão da missão, dos objetivos, das políticas, das estratégias, das diretrizes e dos mecanismos de controle e avaliação (CAMPOS, 2002).

Diante do exposto, enfatiza-se, neste artigo, as metodologias citadas por Stoner e Freeman (1999), Vasconcellos Filho (1984) e Oliveira (2004) com o intuito de consubstanciar as premissas que deles advém. Utilizam-se, ainda, num segundo momento, os fundamentos de Mintzberg (1994) e de Quinn (1980) para completar teoricamente o assunto em pauta. Dentro desse âmbito, procura-se, neste estudo, destacar variáveis consideradas importantes no planejamento estratégico. A metodologia utilizada, neste artigo, consiste em um levantamento bibliográfico e análise documental.

Para Stoner e Freeman (1999), o planejamento pode ser condensado em quatro passos básicos e adaptado

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