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Microeconomia I - Economias de escala e escopo

Por:   •  17/7/2017  •  Resenha  •  1.521 Palavras (7 Páginas)  •  1.371 Visualizações

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Economias de escala e escopo

A análise dos custos empresariais realizada pelos economistas diverge daquelas apresentadas por um sistema contábil da firma, porque este último preocupa-se com as demonstrações financeiras, considerando entrada e saída de recursos, e a análise econômica busca compreender conjuntamente às mesmas saídas e os custos de oportunidade enfrentados pelas empresas, ou seja, procura-se a alocação mais eficiente dos recursos disponíveis. Assim, são esses custos de oportunidade que ditarão ou não a continuidade de certas atividades produtivas.

  1. Componentes básicos dos custos

Na ciência econômica são considerados dois tipos principais de custos, os fixos (CF) que independem do quantum da produção, como aluguéis (nível de produção), e as variáveis (CV) que tem relação direta com a quantidade produzida pela firma (insumos e fatores produtivos). Essa diferenciação ocorre quando se considera o curto prazo, já que no longo prazo se considera que todos os custos variam, pois nesse período de tempo a planta da empresa poderá ser modificada.

  1. Os custos de curto prazo

No curto prazo há pelo menos um fator fixo, por exemplo, o tamanho da planta. Nesse caso, a curva de custo médio mostra o comportamento do custo unitário de produção conforme a produção aumenta, para um dado tamanho da planta. Derivada da função de produção, a função de custo médio no curto prazo (CMeCP) expressa a influência da lei dos rendimentos; CMeCP será decrescente quando a produção experimenta rendimentos crescentes dos fatores variáveis; CMeCP será crescente a partir do ponto em que ocorrem rendimentos decrescentes dos fatores produtivos. As curvas de custo médio variável, custo médio total, e custo marginal têm formato de U.

  1. Análise dos custos de longo prazo

No longo prazo variam todos os fatores. A empresa escolhe entre diferentes níveis de escala (níveis ótimos de produção). Portanto, no longo prazo os custos refletem escolhas quando todos os fatores podem variar. Conforme aumenta o nível de produção (tamanho da planta), obtêm-se curvas de custo de curto prazo cada vez menores (devido a economias de escala), até um ponto (EME = escala mínima eficiente) que é o tamanho da planta que resulta no menor custo médio. A partir desse ponto passam a vigorar deseconomias de escala e as plantas com tais escalas apresentam custos médios cada vez maiores. A curva de custo de longo prazo é uma curva envelope que comporta inúmeras curvas de custo de curto prazo, cada qual representando um tamanho de planta. A curva de CMeLP também tem o formato de U, refletindo economias e deseconomias de escala. Há um tamanho ótimo de planta no qual todas as economias de escala são exploradas. Acima desse tamanho passam a vigorar deseconomias de escala (isso pressupõe que a planta produtiva é inflexível).

Alguns autores defendem um formato misto (U e L): uma curva com um ramo descendente (economias de escala), um segmento constante no qual o custo médio permanece constante com o tamanho de planta, e um segmento ascendente (deseconomias de escala). Essa faixa de custo médio constante constitui uma reserva de capacidade que a firma disporia para ampliar a produção sem incorrer em aumento de custo unitário.

  1. Fontes de economia de escala

Posto que não haja um consenso sobre o formato da curva de CMeLP, duas características principais são derivadas do modelo: a existência de um trecho onde ela é decrescente e um ponto onde ocorre a escala mínima de eficiência. Os custos decrescentes de longo prazo podem ser divididos em dois tipos, as economias de escala reais e as de escala pecuniárias.

Economias de escala reais: se o preço dos insumos está dado e t é uma taxa fixa, só haverá uma maior quantidade de produto se a quantidade de insumos utilizados for menor para cada aumento na produção (pode decorrer de um novo método produtivo).

Economias de escala pecuniárias: ocorre o inverso, a quantidade de insumos utilizada permanecendo proporcional à produção, pode-se assimilar da equação que os preços podem estar diminuindo em razão da maior quantidade comprada, implicando que o mercado de insumos não esteja em concorrência perfeita.

  1. Fontes de economias de escala

Ganhos de especialização: são os ganhos advindos do processo de divisão do trabalho. Conforme se aumenta a quantidade produzida, a produção vai sendo divida em diferentes etapas e os trabalhadores de cada uma dessas vão aumentando o grau de eficiência com que realizam a tarefa;

Indivisibilidade técnica: relacionada aos tamanhos dos equipamentos industriais. O tamanho e a capacidade dos equipamentos industriais muitas vezes fazem com que esses trabalhem com capacidade ociosa - ganhos de escala à medida que aumenta a produção;

Economias geométricas (relacionada ao tamanho da planta): quanto maior a capacidade do equipamento, menores serão os custos de aquisição associados, o produto é proporcional ao volume da unidade enquanto que o custo é proporcional à área de superfície da unidade;

Leis dos grandes números: quanto maior a planta, menores, proporcionalmente serão o tamanho da equipe de manutenção, o número de peças de reposição, etc.

  1. Economias dinâmicas x Economias estáticas

As observações acerca da CMeLP estática consideradas desprezam o papel do tempo no processo produtivo. Quando o tempo é considerado, passa a fazer sentido pensar nas economias de escala dinâmicas, que tem duas fontes principais:

Economias de reinício  alguns equipamentos realizam diferentes tarefas, mas para alternar entre elas é necessário seu reinício e, consequentemente, nova regulagem. Dessa forma, quanto maior a escala produtiva da firma maior será a quantidade de maquinário e uma menor quantidade desses deverá ser reiniciada, já que poderão ser divididos por funções a serem realizadas;

Economias de aprendizado – tentativa e erro, os custos iniciais em geral são mais altos; conforme a produção aumenta, os trabalhadores se tornam mais rápidos. A primeira empresa a se mover terá vantagens sobre as seguidoras em função das economias de aprendizado.

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