Modelo Neoclássico Keynesiano
Por: Douglas Fernandes • 20/3/2016 • Resenha • 2.531 Palavras (11 Páginas) • 591 Visualizações
RESENHA MODELOS NEOCLÁSSCOS KEYNESIANSOS
O capítulo Modelos neoclássicos keynesianos de demanda por moeda obtiva principalmente apoiar a teoria sobre demanda por moeda elaboradas individualmente por Baumol e Tobin e integradas no modelo Tobin-Baumol. Apresentando a contribuição de Baumol sobre a variação dos saldos de moeda transacionaria como resultado da oscilação da taxa de juros, considerando a existência da comissão de corretagem. E Tobin que explica a demanda especulativa considerando que os agentes tomam suas decisões baseados em cálculos probabilísticos da curva de carteira ótima. Ou seja, reformula-se a proposição de Keynes sobre as situações auto excludentes entre reter moeda para especulação ou aplicar em títulos em função da taxa de juros e as expectativas de remuneração. Por fim são analisadas as contribuições integradas no modelo Tobin-Baumol.
Para Tobin a remuneração esperada dos títulos resulta do rendimento do título e do ganho de capital potencial, incluindo a função da incerteza e gerando um cálculo probabilístico do risco da decisão de reter moeda ou adquirir títulos. Daí a formação de carteiras mistas visando maximizar a satisfação dos agentes num modelo que descreve funções de como um investidor individual faz sua escolha entre dois tipos de ativos: moeda e títulos. Como a moeda não paga juros, seu retorno é nulo.
Para encontrar o ponto ótimo de equilíbrio entre risco e remuneração esperada é necessário confrontar a curva de oportunidade com a função utilidade do indivíduo onde está curva de indiferença proporciona diferentes combinações de risco e retorno. Alterações nas taxas de juros implicam efeito renda e substituição na relação entre demanda por moeda e taxa de juros:
A síntese das idéias de Baumol e Tobin resumem-se num modelo matemático conhecido como modelo Tobin-Baumol de demanda por moeda. Este modelo é o exemplo por excelência que explica a demanda por dinheiro pelo motivo transação, isto é, com o objetivo de trocá-lo por bens e serviços, levando em conta também o motivo especulação e descrevendo como intuitivamente os indivíduos chegam ao encaixe monetário ótimo que desejam. Evidenciando que manter dinheiro em espécie tem um custo de oportunidade, relativo a uma análise de custo benefício entre a retenção de moeda ou a aplicação no mercado financeiro. O custo de moeda é o juro que o agente deixa de ganhar, enquanto o benefício é deixar de incorrer em custos de transação cada vez que deseja retirar dinheiro, terá custos de tempo e de deslocamento.
A demanda transacional por moeda depende da renda dos agentes econômicos – como exposto por J. M. Keynes mas também da taxa de juros corrente. Este pensamento é a base da crítica feita pelo economista James Tobin (1918-2002) ao modelo keynesiano. Representante dos teóricos da “síntese neoclássica.
A teoria da demanda por estoques, desenvolvida por Tobin-Baumol, baseia-se no fato de que não há sincronia entre os recebimentos e as despesas dos indivíduos e que a moeda retida é tratada como um estoque de uma mercadoria qualquer. Eles concluíram que a demanda por moeda mesmo pelo motivo transação é sensível às taxas de juros. A ideia principal da análise de Tobin-Baumol é de que existe um custo de oportunidade em possuir moeda, ou seja, os juros que se pode ganhar se este dinheiro estivesse investido em outros ativos. Mas, também há vantagem em possuir moeda, pois se evita os custos de transação. O modelo Tobin-Baumol leva em conta a possibilidade de ganhos com juros sobre parcela do salário das pessoas que não será gasta imediatamente após o recebimento, desde que esses ganhos sejam maiores que os custos de transação.
E sobre os modelos neoclássicos Keynesianos, Stiglitz desenvolve a teoria de racionamento de crédito no qual analisa por que o mercado de crédito não funciona como um mercado competitivo de bens e serviços, onde os transtornos entre oferta e demanda são solucionados devido o movimento do preço da mercadoria.
Stiglitz vê na presença generalizada de assimetria de informações nos mercados de capitais, com suas implicações sobre os comportamentos de aversão a riscos dos agentes econômicos, uma das responsabilidades pelas flutuações tanto nas decisões de investimento das firmas, como na oferta de fundos para financiá-los. Os processos de ajustes ao equilíbrio nos mercados de trabalho revelam extremamente lentos. A presença de informações assimétricas implica que, em geral, os mercados falham em ajustar-se ótima e automaticamente às situações de desequilíbrio entre oferta e demanda.
Assimetrias de informações entre duas partes que transacionam ocorrem quando uma parte detém mais informações do que a outra, seja ex ante em relação às características do que está sendo comprado ou vendido, seja ex post em relação ao comportamento dos indivíduos depois de firmado o contrato. Os modelos de seleção adversa tratam de problemas de informações imperfeitas associadas ao primeiro caso, enquanto que os de risco moral abordam os problemas de informações relacionados ao segundo.
O que se pode concluir é que a Teoria geral de Keynes apresenta falhas, como é a de queda das as expectativas o principal determinante do nível de investimento seria a taxa de juros. Ocorre que com poucas exceções, poderíamos tratar a taxa de juros real como uma constante. E constantes não fornecem a base de uma boa teoria das flutuações.
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E uma Nova Teoria Quantitativa da Moeda. Então relata a teoria da demanda por moeda e não uma teoria da geração de renda. Mostrando a conclusão de Friedman é similar à TQM clássica, de que a demanda por moeda guarda uma relação estável com a renda nominal. Consequentemente, a oferta de moeda afetará apenas o nível geral de preços.
Para a TQM de Friedman é uma teoria do produto, para as famílias a moeda é um ativo como outro qualquer que fornece algum serviço útil; enquanto para uma firma a moeda é como um bem de capital, uma fonte de serviços produtivos. Os agentes demandam poder aquisitivo na forma de moeda. Se os preços dobram, os agentes desejarão reter o dobro de moeda para manter o poder aquisitivo de antes do aumento de preços. A demanda por moeda, portanto, só faz sentido em termos reais.
No momento em que emerge o monetarismo, as proposições keynesianas sobre a demanda por moeda já haviam sido lançadas e se propagado, devendo ser então mencionado que a taxa de juros (r) já havia sido acrescentada como um dos determinantes da preferência pela liquidez. Sendo assim, os novos quantitativistas também passaram a considerá-la, pelo menos do ponto de vista teórico. No entanto, do ponto de vista empírico, passaram a acreditar que o efeito substituição entre a moeda e outros ativos, embora existisse, chegava a ser desprezível, tendo em vista a baixa elasticidade da demanda por moeda em relação à taxa de juros. Reconhecem ainda que a própria expectativa da inflação futura tende a alterar as intenções dos agentes em manter um dado estoque de moeda para transações futuras, pois, quanto maiores as taxas esperadas de elevação nos preços, maior será a deterioração do poder de compra dos saldos mantidos sob a forma de moeda. Embora esta seja mais uma verdade assumida pelos monetaristas, também esta variável (inflação esperada) termina por ser posta no seu devido lugar, quando admitem que tal fenômeno só assuma importância considerável em momentos excepcionais, como é o caso das hiperinflações, podendo assim ser também desprezada em períodos de normalidade.
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